27 de dez. de 2011

dando um tempo

quando eu estiver mais leve e com um pouco mais de amor, eu volto.

20 de dez. de 2011

aquelas pequenas coisas inocentes

Quando eu era pequena toda vez que eu via um pé de sapato perdido por aí, começava a chorar. Na minha cabeça isso queria dizer que a pessoa havia morrido e perdido o sapato em alguma luta ou qualquer coisa do gênero, afinal, porque mais se perderia um único par do sapato? Quando o sapato era pequeninho, aí sim, morria chorando. Na minha cabeça apenas crianças tinham o pé pequeno, logo eu estou aqui para me contradizer com meu pé 34.

Geralmente o sapato estava surrado e sujo e as coisas só pioravam pra mim. Encontrei sapatos perdidos por muitos lugares, em praias, ruas e praças e todos estes lugares, na minha cabeça, era contada uma história sobre quem havia morrido e como havia morrido. Devo dizer que já matei mentalmente pais de família, homens de negócios, mulheres trabalhadores, velhinhas, crianças e mendigos.

Depois que eu perdi o meu primeiro sapato comecei a entender, entre lágrimas, que talvez as coisas não funcionassem da forma que eu pensava mas eu sabia que aquelas pessoas haviam morrido, por causa do sapato. Então fiquei aguardando a minha hora, que não chegou até agora, uns 10 anos depois desse incidente.

Às vezes a gente perde as coisas de bobos e descuidados que somos e até um sapato pode mudar a vida de alguém.

18 de dez. de 2011

feliz aniversário Carolina

Sempre me achei mentalmente instável. Por muitas vezes nesses 18 anos cogitei a hipótese do suicídio para ver se aliviava toda essa dor que eu sinto. Não sei de onde vem e não sei porque sinto afinal tive uma vida ‘boa’. Acho que isso já está em mim, mesmo tendo tudo para ser feliz não consigo aproveitar.

Houve um tempo em que planos para efetivamente acabar com tudo vinham aos montes, assim como as tentativas. Não sei como superei isso, quem sabe tenha sido o jeito que fui criada que acabou me ajudando. Não sei, só sei que consegui, meio sozinha, meio não sei como. Não tive ajuda de Deus, não tive ajuda de profissionais e nem mesmo de ninguém próximo, não falei com ninguém sobre isso, simplesmente pensei no quão injusta estava sendo, tendo muitas coisas e oportunidades e no entanto querendo jogar fora.

Antes insistia em dizer que não encontrava meu lugar no mundo mas também descobri que ninguém tem seu lugar no mundo, as pessoas batalham para conseguí-lo e fingem que conseguiram. O mundo não é nosso, nós somos repugnantes e seria uma coisa boa se todos percebessem o quão idiotas são e resolvessem admitir sua tristeza e mediocridade, tirando suas próprias vidas. Mas nem eu consegui, fiquei com medo do pós-morte. Alguma coisa me falou que não éramos tão ruins assim e aceitei a minha infelicidade. É muito fácil cair fora quando as coisas apertam, mais difícil ainda é lidar com isso, sofrer mais.

De repente não fazia sentido perder uma vida que poderia ser cheia de conquistas. Escutei na televisão que a dor era momentânea e resolvi acreditar. Já havia escutado isso várias vezes mas naquele momento começou a fazer sentido.
Hoje continuo pensando nas oportunidades que posso estar perdendo caso consiga cair fora, mas percebi que a dor não é momentânea coisa nenhuma. Na melhor das hipóteses quando tu conseguires te curar de um pouco de tristeza a vida vai lá e te dá mais uma boa amostra grátis de sofrimento e só temos que aceitá-la. Gosto de ver até quando agüento.
Não sei o que acontecerá comigo caso meus planos falhem, quem saiba aí sim eu consiga colocar em prática um dos meus planos que ainda estão guardados. Preciso de uma motivação, assim como todos nós.

Muita gente me acha sensível demais e falam que este é o meu problema. Não quero ajuda, só quero me decidir o que sou, alguém normal ou alguém problemática. Essa indecisão me satura.

15 de dez. de 2011

quinta-feira

Vi que tu estavas atento à televisão, um daqueles desenhos de mau gosto que eu sei que tu adoras e que eu passei a gostar por tua causa. Comecei a pensar nas tantas vezes que estivemos ali deitados naquela cama e em tantas outras, e antes que pudesse perceber já estava empunhando uma caneta que, rápida, desenhava algumas palavras naquele caderno manchado de café. Tu nem me desse bola, já estavas até acostumado, lentamente puxasse mais um cigarro e me lançasses a carteira, em seguida o isqueiro e apoiasses o cinzeiro sob a minha coxa. Tu eras contra me ver fumando e me fazias uma cara de desagradado (que eu sempre achei engraçada mas que nunca tive coragem de te falar), mas assim como eu não podia falar nada sobre o cigarro junto com o café, tu não podias sobre o meu cigarro junto com a escrita.
Eu não fazia ideia do que estava escrevendo mas sentia que era a minha obra prima. Sentia vontade de mostrar para todo mundo, mas também sentia vergonha por me expor daquela forma. Era preferível ficar pelada em praça pública durante um dia inteiro do que permitir que alguém lesse aquilo. Terminei orgulhosa. Coloquei o caderno sob o bidê do meu lado da cama e lentamente me deitei, sorrindo. Tu me puxaste para ti e insistisse em me perguntar sobre o que eu havia escrito. Nunca te respondia, mas naquele dia resolvi responder.
- Sobre o presente.
Aquela resposta contava mais do que ele havia perguntado, contava mais do que eu gostaria de dizer e eu esperava que ele soubesse interpretar. Eu nunca escrevia sobre o presente, sempre escrevia sobre as coisas que gostaria de fazer ou que já haviam ocorrido e que me deixaram triste ou satisfeita. Escrever sobre o presente era admitir que estava feliz.
Ele me sorriu e me deu um beijo na testa. Precisei ir embora, havia perdido a noção do tempo e pra variar, estava atrasada.

Quando cheguei em casa, a noite, havia uma chamada não atendida dele. Retornei e ele me atendeu com voz rouca. Eu havia deixado meu caderno lá, não só com o texto daquele dia mas sim com os do ano inteiro, meu coração disparou mas também senti alivio, afinal duvidava que ele tivesse lido.
- Só vem pra cá pra casa agora, preciso que tu passe a noite aqui, comigo. - Obedeci. Quando cheguei lá ele estava sentado na cama olhando para o caderno.
- Quero ler. – Disse firme.
- Não. Nunca.
- Eu já poderia ter lido ele a tarde inteira e te respeitei e não li, mas agora eu quero que tu me deixes ler.

Permaneci parada séria, havia muita coisa sobre nós naquele caderno, coisas que talvez ele não gostasse de ler, coisas que nem eu gostaria de ter escrito mas que estavam lá. Tentei lhe explicar os motivos mas então mais vontade de ler ele tinha, me falando que poderia tornar as coisas melhores entre a gente caso soubesse o que realmente me magoa, afinal ele sabia que muitas vezes eu ficava triste com ele mas que não gostava de falar.
Depois de muito tempo de discussão, cedi mas pedi que não o observasse lendo, desta forma fui tomar banho e jantar mas quando cheguei no quarto novamente ele ainda estava na metade do caderno. Peguei dois cigarros e fui para a rua observar a noite deitada na rede e acabei adormecendo. Às duas da manhã acordei com ele me olhando e me pedindo que fosse deitar com ele.
Ao deitar na cama, antes de dormir lhe agradeci, ele sorriu e logo adormeceu, eu pelo contrário perdi o sono e ainda fiquei pensando no que eu havia escrito naquele caderno e resolvi levantar para lê-lo. Para a minha surpresa ele havia escrito também uma única página.

'Obrigada por tudo. Reconheço a tua importância e não fazia ideia do quão mal eu fui capaz de te deixar. Ter lido as tuas palavras, borradas por causa das lágrimas que eu te fiz chorar me fez pensar em quem eu me tornei e com isso procurei durante horas tentar entender porque tu ainda estás comigo, mesmo depois de todas essas idas e voltas durante todos esses anos. Como tu mesma colocastes, tu sabes que eu sou um atraso na tua vida acadêmica mas fico feliz que pelo menos entendes que eu preciso de ti. A nossa relação está no auge, se começarmos a observar os últimos anos, entretanto nós estamos nos perdendo.
Não sabíamos mais conversar e por mais que eu soubesse do teu caderno, nunca tive a coragem de te pedir para ler, sabia que nos teus momentos mais fracos ele era o teu amigo, o papel que devia ser meu. Eu fui o causador de muita dor por parte tua e eu peço desculpas. Aceito as tuas também.
Compreendo que te deixei em uma situação mais que complicada, mas peço que te coloques no meu lugar, de fato, sem querer 'cortar os pulsos'. Gostaria de ir juntando tudo de bom que já tivemos durante esse tempo e conseguir um momento só nosso, tu sabes o que tu fazes em mim mas ‘nem sempre o final vai ser feliz como o filme diz’ e eu sinto que nós é que somos os errados na nossa própria história. De fato nunca conseguiremos ser só nós dois.
Quando nós dois amadurecermos, eu prometo te ligar.”

Pus o caderno de lado e adormeci, sabia que quando eu acordasse ele não estaria do meu lado, já teria saído para trabalhar e eu ainda ficaria ali por mais algum tempo até sair para fazer as minhas coisas. Quando acordei havia um bilhetinho na geladeira e café passado. Levantei, me arrumei e fechei a casa, colocando a chave no esconderijo junto com um papel escrito ‘Obrigado e adeus’.

E assim nós nos despedimos para mais dois anos sem história.

10 de dez. de 2011

menos amor

me habituei a pensar em ti sozinho, assim como eu. mais uma característica igual a mim, mais uma coisa que me atrai em ti e por mais distante que estivermos sempre sinto como se tu estivesses aqui. quando me pego pensando em ti me faço a pergunta que eu odiaria ter como resposta a palavrinha 'está': e se ele estiver com outra?
logo em seguida procuro descobrir quem é a menina imaginária, aquela que é mais importante que a bala de caramelo entre as balas de limão, mesmo sabendo que por agora não existe ninguém, que eu saiba e que prefiro não ficar sabendo.
insisto em pensar que tu és igual a mim pois daí não preciso me preocupar com as futuras namoradas, já que não vejo importância nas ficantes. quero se querida, ser uma boa lembrança, não quero perder o meu espaço em alguém que me fez tão bem, que me deu tanta segurança e mais ainda, me fez ver que eu tenho segurança, capacidade e confiança. é bobagem precisar de alguém para ter tudo isso mas de vez em quando a gente esquece que tem força.

já não atualizo todos os dias nem a toda hora mas é raro o dia em que eu não olhe pro meu pijama e não te queira do meu lado. agora tu estás do lado da menina imaginária e eu estou preocupada com o status do facebook. sei que está acontecendo alguma coisa mas não tenho mais me sentido mal com isso. é uma mistura de preocupação sobre quem ela é e possessividade afinal me acostumei a ideia de te ver sozinho. pessoas como nós são sozinhas, entretanto eu ainda espero que tu não sejas assim, no final das contas. que tudo isso seja só uma fase e que tu encontres alguém que te ajuda na vida, enquanto eu espero encontrar outra pessoa que me ajude.

9 de dez. de 2011

Jerônimo Coelho

“Tu já não é mais aquela menininha que adormecia nos meus braços, em Porto Alegre. Era tão simples naquela época, eu simplesmente te pedia (e pro teu pai) para viajar e tu já falavas que tinhas comprado a passagem. Me ligavas no meio da noite dizendo que estavas cansada e eu nunca conseguia te fazer voltar a dormir. Parecia impossível virar as costas para a felicidade quando ela batia a minha porta.
Procurei sempre pensar em ti como a minha irmã mais nova e esse pensamento me poupou muitas fantasias porque sim, tu eras provocante mas tu também eras menor de idade. Procurava te manter por perto por causa da minha possessividade, que eu aprendi contigo, mas a vida foi ficando mais corrida e assim como eu, tu conheceu pessoas.
Devo te dizer que nunca conheci outra guria que falasse tanto quanto tu e também não conheci outra guria que me fizesse tão bem quanto tu, sem ser a Dona do meu Coração. De repente eu já não estava mais preocupado com o vinho derrubado no carpete, porque eu estava dançando na sala, contigo. Sempre regados a boa música, boa bebida e bons cigarros. Que saudade eu tenho dos cigarros, te prometi e nunca mais acendi um.

Também percebi que agora tu és um capítulo da minha biografia, um capítulo escondido entre os LPs do The Doors porque só o meu biógrafo vai ficar sabendo de ti. Desde que me mudei pra Porto decidi por te guardar só pra mim, ser a minha parte que ficou em Rio Grande porque tu sabes que são poucas as coisas que eu gosto de ficar lembrando. Este capítulo será o mais difícil afinal perdi quem me deu a vida mas espero contar com a tua ajuda para escrevê-lo, minha amiga, assim como contei contigo nos dias intermináveis dentro do hospital e naquela madrugada gelada de verão dentro das capelas.

'Amanhã vamos pra praia, olhar o mar sentados nas dunas, esperando o pôr-do-sol. Vai ser o nosso alívio momentâneo.'

Outro dia encontrei o teu desenho do golfinho, aquele que tu fez na 7º série e que ficasse muito empolgada e me desse. Emoldurei e pendurei no meu quarto mas o que eu mais gosto nele é a dedicatória que tem atrás. Lembro da tua empolgação me ligando no meio da aula de química só pra falar que tinhas feito o desenho mais bonito da tua vida e que querias dar para a pessoa mais feia da tua vida para que assim os dois se completassem. Gostaria de ter tido naquela época, metade da maturidade que tu tens hoje e quero que tu saibas que eu te admiro acima de tudo, pelo que tu fostes e pelo que te tornastes.
Espero conseguir chegar para o verão e te ver formanda, espero te abraçar e pegar no teu pé, como o irmão mais velho que tu sempre quis. Agora eu voltei para ficar."

6 de dez. de 2011

meu querido,


gostaria de te pedir desculpas. quando finalmente pude te abraçar, agi feito louca. transformei nosso tempo em algo próximo do chato, pra não dizer mais coisa. sei que só falei coisas erradas e tentava consertar, meio que só errando mais.
não quero me justificar, aceitei meu erro, mas quero te pedir que não fiques com a última lembrança errada minha. não sou tão metida assim, na maioria das vezes sou legal como tu já sabes (haushuashusa) mas de uns tempos pra cá nem eu tenho me aguentado, como eu já te falei.
que bom que me sinto a vontade de falar contigo essas coisas e espero que tu te lembres que eu falei que não estava bem.

então é isso agora? depois de tudo voltamos à estaca zero? muito bom, quem sabe então quando as coisas derem uma acalmada eu te ligue... quem sabe eu nunca vá conseguir ter essa coragem e fique esperando de novo aquele status mudar. tomara que eu espere a vida toda. gostaria de ser uma amiga mais presente e gostaria de poder contar contigo sempre, assim sem ter medo de interferências.

sabes como eu sou. vou ficar quietinha no meu canto, sendo apenas espectadora, morrendo de vontade ser atriz principal mas só esperando terminar meu mestrado para que eu possa assumir meu papel de direito e dar vida a todas nossas bobagens.

de todos jeitos tortos do mundo, eu te amo.

"Então diga que não vai sair da minha vida
Diga que não passa de mentira quando dizem que o amor morreu
Então diga que o tempo fecha todas as feridas
E que pra nós existe uma saída
Que nem por um segundo me esqueceu"
Diga - Visconde

5 de dez. de 2011

veiculação de palavras sem sentido

nunca fui muito fã de ler jornais, sempre sujava a ponta dos dedos e me complicava naqueles montes de folhas soltas, além de não entender muita coisa da importância daquilo. claro, eu tinha por volta de 9 anos mas agora com o dobro, a minha opinião continua sendo a mesma. continuo não gostando de jornais e não os lendo, mesmo que agora entenda sua importância e a maioria das coisas que estão escritas nele. prefiro me atualizar pela internet ou então, como último recurso, comprando revistas.
contudo, até isso tem me tirado a paciência! jornalistas tem um padrão de escrita (todos nós temos, é isso que garante a nossa diferenciação), só que tenho achado esse padrão tão fraco, impessoal e fútil que está me repugnando. ir para uma faculdade, aprender a escrever, resgatar a notícia e fazer tão pouco por ela!

é sempre a mesma coisa, o mesmo padrão de apresentação, onde a informação é entregue ao leitor de uma maneira qualquer, como se não importasse o que está sendo escrito e fico com a sensação de ser fútil só por ler aquilo. não há um mínimo de consideração com a notícia e nem com quem a recebe, é simplesmente 'aconteceu isso, está nesse contextinho e é tudo que eu pude falar mas se tu procurares mais sobre tu vais encontrar uma versão contrária a minha, a verdadeira, estou sendo pago pra isso'.

além das páginas de fofoca, das quais nunca fui muito fã mas como mulher tenho meus momentos de fraqueza e de vez em quando procuro saber quais são as novidades do mundo dos famosos (já que eu não vejo nem novela nem televisão), assim como aquelas dicas de moda e beleza, mas só o que vejo de atualizações é 'fulaninha saiu de casa usando um óculos da marca tal tal, copiando outra fulaninha que já tinha saído na rua ontem com a mesma marca de óculos'. baaaaaaah que feio! a mesma marca de óculos, que informação que alterou o rumo do meu dia! pois então o que era pra ser entretenimento virou descontentamento. não existem mais notícias sobre exposições, opiniões válidas que os artistas deram ou sobre doações ou, como todo integrante de banda gosta de fazer, dar dicas de outras bandas não tão conhecidas. agora as notícias mais interessantes são sobre a atriz que levou o filho de 1 ano pra passear (onde normalmente eu nem sabia que ela tinha ficado grávida) e que só servem para ver se a criança é bonita (mas que baita utilidade) ou ainda como vou me formar esse ano, olhar que vestidos estão na moda, mas agora até isso já decidi.

me pergunto, quem perde horas olhando essas notícias? muita gente. se liguem, vocês não vão viver a vida desses artistas (e nem ter a conta bancária deles) só por ficarem bisbilhotando o dia-a-dia deles. que diferença fará tu saberes se ele foi para NY ou Paris fazer compras, se tu estás no Brasil e nunca nem fosse pra cidade vizinha? quem sabe se não tivesse tanta gente de cabeça fraca e apenas chorando as mágoas por ter nascido pobre e mais pessoas lutando pelas suas metas e pelo menos tentando ganhar dinheiro as coisas poderiam ser um pouquinho diferentes. temos de aceitar nossas realidades e fazer decisões que exaltem a vida que optamos, senão vivemos fora da casinha. que sonhos alguém que não conhece seus limites pode realizar?

30 de nov. de 2011

agridoce e leve

comecei a redescobrir música e em especial nessa, sinto a leveza de nós dois. claro, só descobri isso depois de a ter escutado umas 10 vezes. é, custei a perceber, assim como tudo que se refere a ti.
assim como só percebi hoje que no lugar da sala onde fica a minha mesa, bem na altura dos meus olhos lá pelas oito horas e meia da manhã, o sol sobe alto e encontra as junções dos dois prédios da volta e acaba por bater no meu olho. tem dias que eu não dou bola mas em outros insisto em dar aquela fechadinha na janela, mas todas as vezes eu chego na sala, abro a janela, mesmo sabendo que daqui a meia hora terei de fechá-la, nem que seja um pouquinho.
contigo é assim também, sei que terei que me fechar novamente mas continuo pensando em te deixar entrar mais um pouquinho, apenas por que a beleza de te ter comigo (e a de olhar a laguna em seguida do nascer do sol) compensa ter alguns incômodos, assim como o sol no olho.

"O mundo acaba hoje e eu estarei dançando
O mundo acaba hoje e eu estarei dançando
O mundo acaba hoje e eu estarei dançando com você

Não esqueço aquela esquina
A graça da menina
Eu só queria enxergar
Por isso eu me entrego
A um imediatismo cego
Pronta pro mundo acabar

Você acredita no depois
Prefiro o agora
Se no fim formos só nós dois
Que seja lá fora

O mundo acaba hoje e eu estarei dançando
O mundo acaba hoje e eu estarei dançando
O mundo acaba hoje e eu estarei dançando com você"

27 de nov. de 2011

how does it feel?




a maioria das biografias que valem a pena ser lidas, deveriam começar com 'eu queria mudar o mundo, mas'

Contradição e Caos: o tudo.

Eu e o Dylan chegamos a conclusão de que é sempre relativo ao que se acaba sentindo, assim pelo geral. É o sentimento de empatia que te draga pra baixo da melancolia. Admiramos quem sente isso e transmite o sentimento de ser assim. Poetas e escritores ganham nosso prêmio de tristeza, é quase insuportável viver assim, aliás, nem é vida, é só dor. É desespero de estar preso aquele turbilhão de acontecimentos e ter de ficar ali, respeitando sem ser respeitado, com todos achando que nos compreendem quando nem sequer conseguem enxergar onde estamos e só podemos escrever pedindo socorro enquanto todos acham que escrevemos para ganhar dinheiro. É pela liberdade, afinal de contas! Libertar a alma de algum jeito, buscar extinguir toda tristeza do mundo, que insistimos em sentir.
Mas o mundo não sabe das nossas tristezas e também não sabe como lidar com elas. Já não existem mais anúncios de revistas que nos provoquem, não há mais recortes espalhados pela casa e as pessoas não sentam mais no chão do quarto para escutar seus CDs favoritos com a companhia de um cigarro.
Não há liberdade, só há tristeza.

Não se entendem as letras com pedidos de socorro e muito menos aquelas que dão um soco na cara da sociedade. Tudo é sobre amores perdidos, enquanto a natureza tenta nos socorrer, mudando.
A que ponto chegamos?

A maquiagem esconde a feiúra e as unhas vermelhas compridas contam para o cara o propósito dela ali, sem que ela precise abrir a boca. Cadê a liberdade? Cadê a inovação?
A maioria não cria nada porque sabe que será julgado e mal interpretado e eu até os considero sábios. Mas tem gente que nasceu interiorizando e precisa transmitir, correndo o risco de enlouquecer mais rapidamente se não criar.
O erro é precisar comentar e ser jovem o bastante para achar que mudará o mundo. Amanhã ninguém mais é o mesmo, nem o mundo, nem nós. As tristezas e frustrações só aumentam e não existem mais palavras suficientes para exprimir tudo isso. Interiorizamos.
Continuamos a nos repetir e continuaremos assim, pois não há quem nos faça ter fé em nós mesmos, não há mais sonhos, apenas remédios para doenças incuráveis, assim como perfume para o fim do mundo que se aproxima, fedorento.

De repente buscar sua paz parece uma jornada inatingível e a cada letra repetida nos afastamos mais. O que nos resta fazer é esperar e tentar não encontrar a razão, até lá. Afinal nós somos apenas contadores de histórias e, infelizmente, servimos à sociedade.

25 de nov. de 2011

Walk

Desde pequena eu presto atenção nas vezes em que vejo casais em uma cama, fumando, se divertindo e escutando música boa. Sei que isso não é o mais aconselhado para crianças mas eu nunca prestei atenção no sexo em si. Procurava decifrar o que acontecia entre eles, se era desejo ou amor, ou os dois.
Escutava aquele rock n’roll antigo e ficava pensando no que seria que eles estariam sentindo. Hoje eu descobri que sem o rock não faz o menor sentido ficar uma semana com alguém em uma cama e que mesmo que eu ainda não saiba explicar, esse sentimento também não precisa ser explicado. ‘Tem coisas que apenas são.’
Ficava prestando atenção nas conversas e principalmente no que não era dito. Procurava a beleza do momento e até hoje procuro. Não quero viver o romance perfeito, achar o príncipe encantado, casar cedo, ter filhos e morrer com ele. Nada disso me importa se eu não tiver isso. O que eu quero é aquilo. Quero a liberdade e a falta de compromissos de um fim de semana, uma televisão, muita música, cigarros, bebida e uma companhia despreocupada.
Por que eu descobri que não tem sensação melhor do que jogar tudo pro alto, de vez em quando. Apenas esquecer. Também descobri que consigo sim esquecer, nem que seja por um dia e que, por fazer isso, não vou ficar mais atrasada do que já estava. Ninguém (e nada) é insubstituível.
Quando faço isso, é porque eu preciso me encontrar, dar um tempo de tudo e parar para lembrar quais são as minhas crenças e desejos. Limpar a minha mente e reestabelecer as minhas prioridades. Por isso prefiro que isso ocorra de vez em quando ao invés de todo fim de semana, por que daí continua bonito, pelo menos pra mim, afinal, ao contrário do que pensam algumas pessoas eu nunca senti que fosse vulgar.


"I think I lost my way
Getting good at starting over
Everytime that I return

I'm learning to walk again
I believe I've waited long enough
Where do I begin?

I'm learning to talk again
Can't you see I've waited long enough
Where do I begin?

Do you remember the days
We built these paper mountains and sat and watched them burn
I think I found my place
Can't you feel it growing stronger"

Walk – Foo Fighters

23 de nov. de 2011

corredores largos e escadas pequenas

tenho a insensata mania de, mesmo quando não posso usar fones, reproduzir músicas na minha cabeça. sempre sou distraída. hoje, subindo as escadas daquele hospital enorme, me encaminhando pra minha sala fria e maravilhosamente quieta, a Janis cantava na minha cabeça e eu lembrava de alguns comentários sobre aquela música. em um lance de cabeça, por um momentinho, te vi subir as escadas comigo e subi o próximo lance com um sorriso meio bobo. uma senhora caminhando bem devagarzinho sorriu de volta pra mim quando cheguei no topo da escada e só então percebi o que estava fazendo.
ao passar por mim, ela sussurou 'muito obrigada jovemzinha'.

22 de nov. de 2011

20 de nov. de 2011

exageradamente verdade

e eu juro que não tenho me sentido mal por ficar no meio do caminho entre as amizades. não me sinto mal porque estou sabendo discernir em mim os meus princípios e vontades. não estou nem aí, simplesmente não concordo e tiro o meu time de campo de vez em quando. acho sim que estamos regredindo. vocês que tanto julgaram os outros, agora não são capazes de perceber as coisas erradas que tem feito, e não vai ser eu quem vai falar.
simplesmente não falo porque não quero ficar escutando o quão careta eu sou. eu simplesmente escolhi as minhas opiniões e vou fundo nelas e não fico mudando, assim como quem muda de roupa.
é provável que vocês nem percebam o que estão fazendo e por isso mesmo vou é ficar quieta, apenas dando toques mas nunca falando com todas as palavras, afinal me recuso a ter que aceitar palavras maldosas de quem acha que é superior a mim.

estou percebendo que estou sim bem mais reservada, fora do círculo de amizades e que daqui a pouco vão até esquecer de me convidar para as coisas mas fiquem sabendo que eu nem tenho me importado, prefiro esperar ganharem alguma maturidade primeiro, pois agora quem estagnou no tempo foram vocês.

há cinco anos atrás

um dia tu me falou que ias me seguir pro resto da vida, onde quer que eu esteja. por enquanto eu tenho acreditado mas se tudo se concretizar como eu tenho sonhado, as coisas ficarão mais difíceis. será que eu vou sentir a tua falta?

17 de nov. de 2011

ser verdadeiro

Por muito tempo acreditei que se escrevesse colocaria tudo pra fora, todas essas coisas que eu sinto e que me fazem mal. Acreditava que depois, ficaria muito bem, conseguiria resolver meus problemas com facilidade mas claro, eu estava errada. Os meus problemas com 13 anos nunca passavam e agora, os meus problemas com 17 anos, muito menos, e no entanto eu continuo tentando fazer dar certo.
Escutei muita coisa ontem, de todos os lados. Coisas que eu já sabia mas que me deram uma dose de realidade e que serviram pra me mostrar que existe mais sentimento do que eu achava que existia. Eu pensei que tínhamos nos perdido mas que ao tu chegares e me falares tudo aquilo, bem acanhado, me fez primeiro ficar com raiva (claro). Eu sei que tu precisavas fazer isso, eu também precisava do choque de realidade, alguém que me dissesse que existe outro jeito mais fácil do que sempre pôr a cara a tapa porque cansa ter coragem de enfrentar tudo, sabe? Eu só queria que tu não tivesses feito isso pela internet, queria te abraçar forte e quem sabe te falar mais um monte de coisa que eu pensei nessa viagem. Realmente tem coisas que não são pra ser.
E de novo eu não sei com que cara vou te olhar, a vocês os dois na verdade. Pela primeira vez me faltou coragem e tudo que eu sinto de tristeza está ficando maior que eu mesma. Eu nunca me recuperei de ter te falado tudo aquilo sabe? Sempre me senti culpada e coloquei barreiras entre a gente.
Eu só tenho tentado chamar atenção de várias formas, não sei falar, só sei escrever mas também não gosto que leiam. Daí entra mais uma pessoa, a quem recorri ontem, depois de ter levado feio na cabeça, e por vários momentos hesitei. Não achava que seria tão fácil, achei que teríamos nos desconectado e que tu não conseguiria me melhorar e só piorar. Eu não sei se tu sentiu que ainda me conhecias mas eu demorei um pouco. Sei que tudo que tu me falou fez sentido e me ajudou. Por isso não quero me livrar de ti, nunca mais, meu amigo.

11 de nov. de 2011

Peace

eu sinto tanto por não ter podido acompanhar todo o processo! por não conseguir te ver pensar em mim, por não ter tido aquele abraço no final de tarde, quando tu estavas atrasado (como sempre) pra faculdade.
sinto tanto por ter te feito cair e não ter estado ao teu lado pra te ajudar a levantar. sinto muito pelos dias em que tu estavas triste (ou só 'normal', como tu me falavas mas que eu sabia que tinha alguma coisa acontecendo) e eu não estava lá para te ajudar ou só te dar um cafuné. sinto muito por não ter conseguido aquecer meus pés congelados sem meia nos teus quentes, e claro, sem meia. sinto também pelas várias vezes em que tu foi obrigado a abraçar um computador frio.

não sei lidar com o buraco que se abriu em mim desde que eu te conheci. é como se uma parte minha, que nunca esteve ali, apareceu, deu oi e foi embora e agora eu já não sei mais viver sem ela, ou também não sei como consegui viver todo esse tempo sem. o fato é que eu vivi e se obtive sucesso é porque posso continuar. o problema é que eu não quero.

Grace

querida Karen,


juro que tentei não vir te falar tudo que sinto, de novo. vejo que as coisas estão ficando muito monótonas, justo quando não deveriam estar. essa história de ser seu só de vez em quando já não está mais funcionando pra mim e eu te falei que aconteceria, mais cedo ou mais tarde.
tenho pensado nos momentos que passamos juntos e construir uma vida a dois é isso, não? dividir momentos bons e ruins, estar do lado do outro quando este precisa e eu devo te falar que tenho precisado bastante de ti e, no entanto, não faço idéia de onde tu estás.
essa é uma das coisas que mais me fascina em ti, o espírito aventureiro, meio irresponsável até, a facilidade com que conversas sobre todos os assuntos do mundo! e até quando desconhece determinado conteúdo, inventa e me fazes acreditar. tens um jeito moleca e elegante que me encanta, podendo ser os dois estilos ao mesmo tempo.


tenho te admirado demais para não fazer idéia de onde tu estás. te peço que volte pra mim, mas apenas se isso for o que o teu coração disser, afinal não quero te aprisionar e nem muito menos nos rotular.


com amor, André.

2 de nov. de 2011

das pessoas que passam em nossa vida.

Por muito tempo achei que quem se diferenciava do grande grupo era muito foda. Agora vejo que a maioria destas pessoas são apenas grandes egocêntricos.

Eu nunca me considerei alternativa, embora sempre tenha sido. O tempo em que gostava de chocar a sociedade com roupas e ações foi embora, tendo permanecido por pouco tempo. Ainda por cima, é da minha personalidade ser quietinha na minha. Eu simplesmente não tenho tanto culhão pra inventar moda, sempre acabo levando em consideração a opinião alheia, mas não se engane, não é a opinião de todo mundo, e sim daqueles escolhidos a dedo.

A não ser que tu tenhas banda ou tenhas algum distúrbio, alguém com responsabilidades enormes ou entrando na faculdade, precisa se vestir apropriadamente, pelo menos de vez em quando. Existem outras maneiras de chocar a sociedade, de chamar atenção pro que realmente importa, mas demonstrar isso com roupas pretas e maquiagem pesada aliado à freqüentes idas ao cemitério à meia noite, não me parece a melhor forma de expressar o que sinto. Percebi que quando faço isso, acabo por não me comunicar. Infelizmente o mundo se fecha pra esse tipo de pessoa. Ninguém quer escutar o que o louco de saia e tem pra falar, todos esperam ouvir discursos inflamados e corretos de alguém de terno, não importando se os dois forem a mesma pessoa, em momentos diferentes.
Cheguei a conclusão de que consigo muito pouco tentando ser diferente visualmente e as pessoas que chegam a ter coragem de fazer isso, eu quase as considero fodas. No entanto para que tu realmente entres na minha seleção (como se todo mundo quisesse), tu precisas mostrar o teu interior. Não adianta falar e não fazer e, pro meu desapontamento, a maioria dos que tem coragem de se pôr a mostra, são egocêntricos. Achando que a sua opinião é mais válida que a da maioria e desse jeito, é fácil para eles não se importar e não interiorizar cada crítica feita. Acreditem, quando se destoa da maioria, as críticas ficam cada vez mais duras.
Dizem que os gênios são assim, mas eu realmente não me importo. De quê adianta ter toda a inteligência do mundo e não ter quem te ature? E olha que eu me considero chata mas tenho várias pessoas pra me apoiar quando preciso. Tem pessoas que morrem de solidão, viu?

É por isso que eu não gosto de ti. Por isso oscilo em momentos bons e ruins, afinal, odeio quando tentam me impor alguma coisa e quando tu tentas, te vanglorias por ser mais experiente que nós, as tuas alunas. Não adianta perder tempo querendo sugestões e pensando em mil maneiras de melhorar a aula, pois se tu achares que ainda estás correto, certamente não será mudado nada e pra nós, fica aquele sentimento de decepção. Tu tinhas tudo pra que eu te admirasse e no entanto eu escolhi não gostar de ti e muito menos te pegar para exemplo. E no final das contas eu acho que o bom professor é aquele que consegue te cativar a tu te tornares alguém tão bom quanto, ou melhor, que ele. Não é só quem te ensina a matéria e tu compreendes, é alguém que consegue te fazer querer ser que nem ele, em algum período da tua vida. Não adianta apenas dizer que quer evoluir como pessoa e profissional, tem que estar disposto a fazer análises e pensar friamente.

Eu peço desculpas por ser tão sincera algumas vezes, de vez em quando uma mentirinha agrada. Acontece que não sei mentir para quem eu considero uma decepção, é só olhar ao redor, também tem outro professor com quem eu me magoei e às vezes também sou dura com ele. Posso ser cínica com pessoas desprezíveis, aprendi a ser, mas com pessoas do bem mas com desvios de caráter, simplesmente não consigo. Melhorei, aprendi a te engolir, mas nunca aceitar. Tu tinhas tudo pra ser extremamente interessante mas resolvesse ficar só nisso aí e o pior de tudo, achando que está certo.

1 de nov. de 2011

do que eu me lembro.

eu chorava, tremia e pedia por atenção. não sei o que acontecia comigo e muito menos sabia o que estava fazendo, mas mesmo assim, fui até o final. a única coisa que passava pela minha cabeça era que eu não queria vê-lo. 'não era necessário'.
claro que era e eu tive a certeza disso quando te abracei e senti o teu coração. não me lembro da tua cara naquela hora, nem que nada do local, mas me lembro da batida do teu coração, forte como nenhuma outra que eu tivesse sentido antes. foi depois que eu comecei a prestar atenção nas coisas ao redor, ficar envergonhada. eu tremia sem saber o que fazer.

e dois dias depois, de novo, tremi quando fui te dar tchau. chorei e só pensava em correr pra te abraçar mais uma vez mas não queria que tu me visse chorando e muito menos, te ver chorar. naquele dia metade do meu coração foi contigo.

29 de out. de 2011

e agora?


onde o X deve ser colocado?

nas tardes de sábado

- Todo mundo deveria saber - e estar preparado - para o momento em que o cursor fica piscando no mesmo lugar.
- Principalmente os escritores.
- Claro que há os pseudo-escritores, esses podem ser pegos de surpresa, afinal não são realmente escritores.
- É, esses podem mas então todos escritores podem se dizer pseudo-escritores. Igual aos negros da Bahia se considerando caucasianos, afinal, não é a verdade universal que conta, e sim a tua verdade.

Furos em teorias.

21 de out. de 2011

foco

eu to morrendo de medo de me apavorar, de ficar enjoada, chorar feito um bebê e não conseguir me conter. isso já aconteceu comigo uma vez só e foi uma das melhores coisas que eu já fiz. claro que amanhã e domingo não serão as melhores coisas mas poderão render os melhores frutos.
espero que eu me enlouqueça hoje, nas duas horas que ainda faltam pro meu dia acabar.

ainda espero escutar na minha cabeça, a voz dos meus amigos me falando coisas que me consolam, que me motivam. espero o melhor, pra mim e pra todos que vão encarar esse desafio. tudo bem que este não é um desafio tão grande assim, mas pra quem vem enfrentando o ano que eu e meus colegas estamos, isso representa um obstáculo enorme.

desculpem a minha ausência mas era ENEM, estágio, TCC, comissão de formatura e colégio pra me preocupar. assegurem a falta que eu sinto do blog como diretamente proporcional ao tamanho das minhas olheiras e tenho certeza que me entenderão.
no mas, tentarei me controlar.

16 de out. de 2011

M.

eu tinha te colocado pra lavar por pura vontade de não te ter mais no meu armário mas fiquei com vontade de ti e tive que te tirar daquele cesto vazio e te colocar em mim.

9 de out. de 2011

'tempo da minha cabeça'

o que eu vejo hoje é que a melhor coisa que tu podes dar a alguém é o teu tempo. não interessam carícias ou conversas, muito menos o conteúdo delas mas sim a quantidade de tempo envolvida nelas.
tenho compreendido um pouco mais as coisas (ou pelo menos, penso que o faço). percebi que gosto de muitas pessoas mas em sua maioria não daria mais que meia hora para elas. vejo que existe muita coisa pra fazer, coisas minhas, muito melhores do que desperdiçar o tempo (que não volta) com conversas triviais.

obrigada por desperdiçarem seu tempo comigo e, porque não, devo agradecer também àqueles que não perdem mais nenhum segundo comigo pois me fizeram ver a grandeza de uma coisa tão 'normal' como esta e valorizá-la.

sobre as coisas que deveriam ser feitas e que não foram

eu pensei em ter um monte de fotos nossas. daquelas que não querem retratar uma pose ou algum momento importante mas ter um monte daquelas fotos tidas como tremidas, imprestáveis, de movimentos casuais, aquelas que retratam exatamente as características da pessoa. como ela sorri, quadro a quadro, como presta atenção no noticiário ou na revista apoiada entre os joelhos.
pra mim essas são as mais importantes e as que eu gostaria de guardar na minha caixinha de lembranças embaixo da cama. se a minha caixinha fosse um pouco maior eu guardava a camiseta. não posso trocar a caixinha porque quem me deu um dia ainda vai vir aqui em casa e me perguntar que fim deu a caixa em formato de coração que foi comprada sob tanto pesar. enquanto isso eu a uso de vez em quando, finalmente, sem me prender a lembranças fortes.

enfim, gostaria de ter tirado fotos, quem sabe ainda possa tirar. talvez fosse pior. não sei, só sei que gostaria de saber que tu estás em algum lugar do meu quarto, por mais que seja escondido. gostaria de saber que tu estás muito perto de mim, me observando dormir, sendo meu anjo da guarda.

4 de out. de 2011

'se eu já cansei de esconder, o que era fácil de achar'

é do tipo que bate forte, daquele jeito que eu só senti contigo. sentindo o teu coração bater forte e eu nem tão perto de ti tava.
senti isso esses dias, de novo.

to na fase da calmaria. não penso mais e nem fuxico mais mas mesmo assim de vez em quando espero algum sinal de vida. o que me anima é que tenho sido forte.

é meio que parecido com as coisas que eu tanto vivi. meio confuso, sem se saber até que ponto vai o limite mas mesmo assim, levando o limite cada vez mais longe, arriscando tudo. mas afinal de contas é só o que eu sei fazer: levantar, achar um objetivo, dar um jeito de conseguir, ver que não era bem assim, me deprimir e duvidar de tudo até que venha alguma força no caco de Carolina que sobrou e me levante novamente, dando início a mais um ciclo.

meu único medo é a intensidade da 'depressão'. não sei até quando vou poder lembrar da batida forte do teu coração e continuar assim, 'normal', sabendo que só foi aquela vez. fico com pena porque naqueles dias as coisas não ocorreram da melhor maneira possível, a gente sabe, mesmo tendo sido um dos melhores momentos da minha vida. já reconstruí isso na minha cabeça várias vezes e a cada vez fica melhor e gostaria de poder deixar uma lembrança mais forte.



"Hoje eu sonhei com você
E só te liguei porque eu precisava ouvir

Aquelas coisas que eram tão normais
Que a gente já nem falava mais
Eu queria tanto te ouvir dizer agora...

Então diga que não vai sair da minha vida
Diga que não passa de mentira quando dizem que o amor morreu
Então diga que o tempo fecha todas as feridas
Diga que não passa de mentira
Que nem por um segundo me esqueceu

E hoje acordei sem você
E eu só percebi quando eu senti falta de mim

Pois existem coisas que eu queria mais
E tantas outras pra deixar pra trás
Eu queria tanto te ouvir dizer agora..."

22 de set. de 2011

posso ir pra Porto Alegre agora?

um dia uma sábia pessoa me alertou que tomar um porre é a melhor maneira de saber se ainda gostamos de alguém ou se apenas pensamos que não gostamos mais. eu não acreditei, disse que haviam outras maneiras mais fáceis, a pessoa saberia, acabaria por se envolver com outra pessoa. errei haha
essa mesma pessoa me falou que podemos perceber o quanto uma pessoa já sofreu por amor quando comparamos as músicas que esta escuta com as de outro alguém. sempre haverá algumas músicas de dor de cotovelo ou então artistas que são meio autodestrutivos, por exemplo. quando este alguém já não percebe que o que escuta normalmente é extremamente triste, podes ter certeza de que este sofre (ou já sofreu) tanto que pra ela, a letra daquela música já não é tão triste assim e logo não a deixa triste. enquanto outra pessoa pode acabar por estragar seu dia só porque escutou tal música. esta segunda pessoa com certeza sofreu menos por amor do que a primeira.

claro que são só teorias e estão um pouco defasadas até porque o alguém que me falou agora já está bem longe mas ontem, logo em seguida antes de dormir me lembrei dessa conversa, há uns 4 anos atrás. lembrei do vinho ruim e da companhia maravilhosa. a noite estava mais chuvosa e tempestuosa possível e eu acabei por ficar trancada no Cassino e foi uma das melhores noites da minha vida, só teorias daquelas pessoas meio entorpecidas. conversamos até desmaiarmos de sono (ou será que foi por causa do vinho?).
agora acredito em ambas teorias. e tu me dissestes que eu acreditaria um dia, e que isso significava que eu já tinha amadurecido o suficiente pra te procurar. posso ir pra Porto Alegre agora?

20 de set. de 2011

fato

e por mais que eu tente chorar, já não consigo.

19 de set. de 2011

mais uma de amor.

agora só tenho vergonha. vergonha de mim mesma, vergonha por ter falado muita coisa sem pensar, vergonha por precisar de ajuda e mais vergonha ainda por não saber como pedir.
essa vergonha já me visitou uns meses antes e eu a odiei como odeio hoje.

parabéns a ti, mais uma vez tu me surpreendeu e mais uma vez o texto de hoje é sobre ti e eu tenho vergonha disso. não que tu saibas mas eu escrevi ontem sobre como estava certa de que nada aconteceria e, aconteceu. nem tinha mais bolso pros butiás caírem porque nem esperava ter butiás, que dirá bolsos para carregá-los. hoje, de novo. achei que tinha vendido os butiás de ontem mas hoje eles caíram das minhas mãos. tenho vergonha disso. e como tenho.

a nossa conversa ontem foi fria não? eu senti que alguma coisa em mim congelou e talvez tenha sido o meu coração que virou um cubinho de gelo e não o teu, como eu escrevi no texto anterior. mais vergonha ainda por isso. preciso de ajuda, férias e um porre homérico.

continuo seguindo a vida, atarefada e focada. dia 03 de novembro vou no cardiologista ver como está o novo marcapasso e se o cubinho de gelo continua do tamanho normal.

15 de set. de 2011

bloco de gelo chamado coração

- tu mudou.
- não, não mudei.


claro que mudou, colocou o bloco de gelo de volta no lugar do coração. nós que te cercavámos estávamos acostumados com uma pessoa diferente, um pouco mais emocional. uma pessoa que até abraçava os amigos assim, do nada. agora voltamos ao bloco de gelo e vemos que sim, mudou. vemos que o que estávamos acostumadas antes dos abraços sinceros, era uma atitude autodestrutiva e que agora estás voltando a isso. não queremos teu mal.
todos teus comentários expostos apenas disfarçam o real sofrimento por ter colocado o bloco de gelo de volta. quem é sensível a isso (apenas sentimentos) enxerga. mas como sempre não conseguimos fazer nada para ajudar. podemos apenas oferecer um sorriso bonito e esperar poder te fazer um carinho e dizer que vai ficar tudo bem. mas só em momentos de fraqueza e para uma única pessoa, no máximo!
seu individualista! não deixas ninguém se aproximar. é o teu jeito, eu sei. também não deixo.
que engraçado.

espero que tenham pessoas por aí que tu possa deitar na cama e só ficar olhando o rosto dela. isso funciona mais do que qualquer palavra, funciona pra pessoas como nós que não gostamos de falar sobre os nossos sentimentos diretamente a alguém.
espero que alguém certo venha e retire o cubinho de gelo e coloque o teu coração no lugar certo, já que eu não consegui. daqui só pude colocar um marcapasso externo no cubinho.

14 de set. de 2011

H

"(...) - Ouça: 'A maioria dos homens não quer nadar antes que o possa fazer.' Não é engraçado? Naturalmente, não querem nadar. Nasceram para andar na terra e não para a água. E, naturalmente, não querem pensar: foram criados para viver e não para pensar! Isto mesmo! E quem pensa, quem faz do pensamento sua principal atividade, pode chegar muito longe com isso, mas, sem dúvida estará confundindo a terra com a água e um dia morrerá afogado."
Hesse, H.; O Lobo da Estepe; pág. 20.

11 de set. de 2011

Sicko

Uma amiga precisava ver um documentário para a faculdade e como não nos víamos a algum tempo, decidi fazer uma janta e ver o documentário com ela. Estávamos vendo porque era necessário e achávamos que seria uma droga e, estávamos completamente erradas. Sicko, do Michael Moore é incrível, pura verdade e contraste de realidade.
É um documentário estadounidense que avalia seu sistema de saúde e o compara com os sistemas de saúde socializados de países como França, Inglaterra e Cuba. Moore mostra casos médicos onde a negligência (compra) do sistema causou a morte desnecessária de crianças, pais de família e adolescentes com a vida inteira pela frente. Chorei e me revoltei.
Ao visitar os outros países, a mentalidade americana me surpreendeu. Como são idiotas, egoístas, gananciosos e arrogantes estes americanos! Com certeza a mensagem do filme que deveria se espalhar pelo mundo todo é "a de que um país que teme a reação de sua população vai obviamente pensar bastante antes de desrespeitá-la. Da mesma forma que um povo consciente de seus direitos e deveres não deveria temer os governantes que ele mesmo escolheu, e só assim essa cadeia de abusos estaria perto de ser desfeita."

Outro ponto forte e que ocupou muito a minha cabeça, me forçando a fazer esta postagem logo no dia 11 de setembro foi o encontro de Moore com alguns heróis do World Trade Center. Estas pessoas foram voluntárias na tragédia e quando começaram a desenvolver problemas devido à exposição a substâncias tóxicas, procuraram a ajuda médica prometida pelo governo e, como não estavam na folha de pagamento da época, não tinham direito a assistência grátis pois não tinham como comprovar que realmente adquiriram a doença pelo voluntariado. Através do desfecho do filme, parte deste grupo acaba em Cuba, o eterno inimigo dos Estados Unidos da América. Lá, foram atendidos de graça e obtiveram o diagnóstico e os remédios certos, além de um atendimento extremamente humano. Para nós brasileiros não é novidade que o sistema de saúde de Cuba é um dos melhores do mundo mas o que é mostrado no filme é a total alienação, arrogância e manipulação de massas dos americanos.
Agora me pergunto, na época do filme, a tragédia fazia 5 anos, onde estão estas pessoas que são mostradas no filme? Após 5 anos adoraria saber se sua condição de saúde melhorou e se estes transformaram-se em mais números para o governo.

É um filme sobre compaixão, empatia e direitos humanos. Após este documentário fiquei extremamente feliz por ter o SUS e por ser brasileira, pois se tivesse nascido nos Estados Unidos teria virado mais uma vítima do sistema ganancioso e corrupto que brinca de Deus.
Recomendo!

voltar a realidade

Depois de alguma confusão, esforço para não me atrasar (em vão) e considerável irritação e pressão psicológica, entrei no segundo ônibus incrivelmente atrapalhada. Passando a roleta, segurando bolsa, carteira aberta e classificador, acabei por me desequilibrar e segui aos trancos e barrancos ônibus adentro. Não consegui olhar para o fundo a tempo e quando avistei que não havia lugar tive que voltar para a frente, onde havia observado uma vaga ao lado de uma senhora, mas como era muito na frente optei por não sentar. Tive que dar o braço a torcer. Atrapalhada, deixei a pasta cair e quase bolsa e carteira abertas caem também. Uma mulher a recolheu pra mim, agradeci mas senti que meu sorriso foi forçado e talvez um pouco falso também. Quando vi era a senhora do lugar vago. Entre alguns mais tropeços, sentei. A música em meus ouvidos estava irritantemente alta mas pude escutar alguns risos das pessoas que acompanhavam a minha desventura.
Comentei com a senhora sobre o dia difícil que estava tendo e do quão atrapalhada eu era. Ela me sorriu e falou que de vez em quando isso acontece mas que tudo ia ficar bem. Comecei a pensar em todas as coisas que haviam dado errado e reclamava mentalmente.

Acontece que o ônibus que eu me encontrava era de deficientes e à minha frente estava uma guria cadeirante com alguma deficiência mental grave. Algumas paradas após a conversa e uma antes da minha, comecei a me lamentar psicológicamente pois a cadeirante desceria, logo perderia tempo precioso. Quando voltei à realidade, quem estava descendo a cadeirante era a senhora que estava ao meu lado, sua mãe.
Senti-me mal por ter reclamado, por ter esquecido meu caráter em casa e tantas outras coisas, afinal quem tinha me confortado para coisas tão inúteis, enfrentava desafios maiores todos os dias e havia demonstrado uma grandeza de espírito enorme.

Quando desci do ônibus caminhei rápido, atrasada e chorando de soluçar.

4 de set. de 2011

as melhores coisas do mundo --'

sonhei que estávamos na cama deitados olhando um pro outro. eu te fazia carinho no rosto e te cantava. boa parte da noite foi só isso. boa parte do meu dia foi só pensando nisso.
acredito que voltei a estaca zero. acredito que cada vez mais tenho raiva por não conseguir fazer isso sair de mim. quando eu penso que consigo levantar vai lá alguém e me empurra pra ficar de joelhos, novamente.

1 de set. de 2011

parabéns.

ontem o blog fez 2 anos e eu fiquei apavorada pensando no que falaria. resolvi não falar nada, só pensar em tudo que ele já significou. não sinto necessidade de parar e nem de mudar de endereço. não me enjoei daqui e sei que não posso parar de escrever. mesmo que escreva pra mim (hoje vi que isso é uma expressão de refúgio), me sujeito a aprovação/reprovação de qualquer um que pare pra ler isto.
escrevo porque preciso e não me importo que leiam, mas sinto vergonha caso me falem. sei que muitos destes textos não foram exatamente bons do ponto de vista literário mas já me falaram que escrevo com sentimento, logo me apego a essa ideia. transformei o blog em um algo sentimental, mesmo sem querer. me tornei sentimental, mesmo sem querer.

nesses pensamentos de ontem cheguei a muitas conclusões e percebi que gosto de mim, do que me tornei. gosto dos meus gostos musicais e literários, das minhas opiniões e das minhas palhaçadas. poderia ser autossuficiente mas escolho não o ser. abandonei a ideia de ser feliz sozinha, não penso mais em ter vários amigos mas sim na qualidade destes poucos. admiro meus defeitos acima de tudo e tenho feito o máximo para melhorar.
ontem vi que mudei, mais do que tinha planejado. ontem vi que meu coração não tem mais um dono mas que está cheio de carinho. demorou.

demorou dois anos. dois anos de desilusões, dois anos de alegrias, dois anos de perdas. dois anos de batalha. fico feliz de ter registrado tudo aqui e fico feliz de planejar registrar mais outras tantas coisas.

29 de ago. de 2011

na minha cabeça

Estou preocupada contigo, sabe? Por causa disso tenho pensado em te ligar só que não tenho bons argumentos. Posso dizer que sonhei contigo, ou que estou preocupada com o teu pai... dizer que sinto saudade ou que gostaria de pedir desculpas pela nossa última conversa. As últimas na verdade. Seria tudo verdade mas parece tão fraco.
Fico receosa se tu mesmo vais atender o telefone. Acho que serei entendida de forma errada. Só quero conversar sobre nada, filosofar, contar como estão nossas vidas, afinal de contas somos amigos, não?

Sonhei contigo. Com o antigo ‘tu’, ou seja, cabelos compridos (mechas californianas) e camisa de banda, da tua. Como te conheci. A única diferença é que tu não tinhas um maço de Hollywood vermelho junto o tempo todo. Mas nem esse cigarro tu fumas mais. Fiz mal de não pegar nada teu quando terminamos, e eu tive duas oportunidades. Que esquecida!
Enfim, sonhei contigo e este último sonho foi bem bizarro, na falta de uma palavra que descreva melhor. No sonho toda vez que tentava ficar sozinha contigo, pra conversar, tu fugias. A minha família toda estava lá, sabe? Todos te tratando melhor do que me tratam. Meu pai não estava no sonho (haha). Piadas a parte, me preocupei mais ainda.
Ontem uma amiga da minha mãe veio aqui e falou que tinha sonhado com ela [minha mãe] e veio ver se estava tudo bem. Pelo que entendi o sonho não havia sido dos melhores.
Não sei dar uma categoria pro meu sonho, foi esquisito mas me deu vontade de falar contigo. Só tomar um café, ou uma caipira, como preferires. Sempre lembro que agora não é mais só tu, agora és o pai de família, trabalhador e estudante. Talvez por isso mesmo queira conversar contigo e claro, parabenizar tua esposa por ter conseguido o que eu nunca conseguiria. Ela te deu maturidade, de uma maneira que eu nunca poderia dar. Te conhecendo do jeito que conheço sei que precisas de uma noite de folga! Beber, ver um jogo, rir. Ela pode te dar isso, claro, só acho que comigo seria um pouco melhor.

Tenho medo que ela atenda o telefone, medo de te ver com ela. Me liga se ainda tiveres o meu número. Tu sabes que isso é pra ti, deixa de besteira. Não quero nada, só te apoiar e te motivar. Ser tua amiga e tentar não brigar contigo. Me liga, eu não consigo.

28 de ago. de 2011

o porto seguro.

Alexandre Inagaki: "No refrão, ela arremata: 'Não se preocupe/ Eu vou encontrar alguém como você/ Não desejo nada além do melhor para você também/ Não se esqueça de mim, eu imploro'. Curiosamente, é sempre nesse momento que eu, que já assisti a esse vídeo dezenas de vezes, sou vitimado por ciscos que estranhamente caem em meus olhos toda vez que revejo essa interpretação da Adele."




Só o que tenho sentido é dor. Até minha alma dói, meu corpo e a minha mente também. Também não tenho tido paciência e realmente espero ter me entregue a exaustão.
Tudo o que mais preciso ir pro meu sangradouro, olhar a praia, só ter o barulho no vento nos meus ouvidos e observar o movimento do mar.
É isso que eu quero pra minha vida, tenho certeza. Quero sentir o vento no rosto, mesmo que estejam apenas 5ºC na beira da praia, com sensação térmica de menos muitos graus Celsius.
Quero receber novamente paz, encontrar a minha esperança e persistência, clarear as idéias. Ter quase certeza de que estou te esquecendo.


Obs: Postagem de número 200.

19 de ago. de 2011

Só ouça.

Cidadão Quem - Noites de Outros Dias

18 de ago. de 2011

aos trancos e barrancos

não estou afim de escrever hoje e sim ler. ler os escritos de alguém que me façam perceber algumas coisas óbvias. mas então por que escrevo? porque eu sinto que se não o fizer meu peito explode. assim como as palavras do Dylan logo abaixo.
tentei não escrever mas as frases se formavam na minha mente e eu não consegui pará-las, me focar no que estava lendo. meus dedos coçavam e tinha essa sensação horrível, a de esquecer estas linhas.

sempre achei que eu me focava no que não precisava. sempre vi que escrevia demais sobre coisas que os outros não precisam saber. vi detalhes demais, tantos que perdia o ritmo e o assunto principal. com o amor é assim também.

as coisas que eu li hoje eram sobre paixões, amores platônicos, gente ignorando e outras tantas sofrendo. já dizia a Rita Lee, 'amor é um só'.
talvez escreva tanto sobre esse assunto tão normal e tão piegas porque sinta falta disso na minha vida. o meu amor é deturpado, no bom sentido da palavra (se é que este existe). como em vários aspectos da minha vida sou extremista e não sei usar meias palavras. ou é amor ou é indiferença e quem sabe seja esse o motivo de demorar tanto a esquecer.

me apego a livros, escrivaninhas, roupas, almofadas e lençóis. não sei me desfazer de provas da 4º série e se pudesse lia e relia tudo sempre. é ruim eu sei.
pelo menos uma coisa eu tento aprender contigo, estou elaborando meu lado racional. tentando aprender a colocar as coisas numa caixa de vidro a parte, esquecer durante o dia, mesmo sendo tão complicado.

depois de 3 anos e muitos meses sendo amiga de uma colega tivemos a conversa mais pura e mais verdadeira. falamos sobre términos, os nossos. sobre como mesmo depois de um ano quase ela ainda não esqueceu o ex-namorado e sobre como ainda pensa nele todas as noites. achava que era a única. abrimo-nos para nós mesmas principalmente. depois de algum tempo ela conseguiu falar nisso com outra pessoa sem chorar. vitória dela e fiquei muito feliz em ter feito parte dessa conquista.

viu, já me desviei do assunto, se é que isso ainda teve um assunto.
queria te mandar uma carta. queria me mandar em uma caixa. queria saber se tu pensas em mim. se tu és que nem eu e a minha amiga, que antes de dormir dá aquela lembradinha básica.
queria ter coragem de excluir os históricos. não os leio. só de vez em quando. na verdade duas vezes em 6 meses. tá bom né? é um começo.
começo que em 6 meses deveria ser meio-término. cada um tem a sua velocidade e eu gostaria de saber qual é a tua. me afeta muito ainda saber se tu me esqueceu. não quero saber se tens namoradas, ficantes ou o caralho a quatro, só quero saber se eu ainda sou a guria que tu pensa antes de dormir.

vi um filme que mostrava uma mulher pensando no namorico de infância com 30 anos. ela era casada com outra pessoa, tinha um casal de filhos e quase todas noites antes de dormir pensava na primeira paixão dela. não quero isso pra mim. quero que tu te tornes como o meu primeiro amor, uma lembrança boa e carinhosa.

não me entende errado, me preocupo contigo mas sigo minha vida, como tu me 'pediu'. na medida do possível estou aberta a novas relações e sei que devo fazer isso mas é complicado. conheço pessoas, converso, me encanto mas ainda é muito recente. sim, recente. não foi uma coisa de um mês e nem paixão. tu foi o amor mais completo que eu já tive na vida e isso é dificil de superar.

caminho devagar em relação a isso, mas caminho. não quero mais os sonhos que insisto ter e, depois de tanto meu lado racional insistir, já não os tenho mais. eles deram lugar a pesadelos de monstros, filmes de terror e matanças mas me sinto bem. incrivelmente bem.
quero saber o próximo passo. quero evoluir, talvez seja por isso que eu só quis ler pessoas que já passaram pelo que passo agora. quero descobrir, preciso.

acho que sempre me preocuparei contigo e acho que nem quero não me preocupar, pelo menos não agora. sei que já não gosto tanto assim de ti e busco a lembrança carinhosa.

16 de ago. de 2011

Highway 61 Revisited

- Sabe, se eu pudesse moraria num banheiro gigante. – mesmo sem querer pensei alto. Pra variar estava sozinha, eu e a música.
- Sério?
- Não, claro. Mas a minha casa teria um banheiro grande. Sempre fui fissurada por eles, assim como boxes grandes. Coisa horrível tomar banho em um lugar apertado. Passamos grande parte das nossas vidas em lugares apertados, o banho tem que ser um lugar de libertações, organização de pensamentos, idéias mirabolantes, precisa-se de espaço.
- E tu perdes tempo pensando nisso tudo? – certamente ele caçoava de mim, senti até o tom da sua voz mudando. A voz rouca e irritante havia mudado. Mais irritante ainda, mesmo sem me irritar.
- Claro.

Procurei me envolver em alguma atividade, havia esquecido o que estava fazendo antes de ser interrompida. Minha cabeça doía demais e nada me irritava mais que isso. Sorte dele. Até estava gostando de compartilhar essas idéias com ele, aliás, com qualquer um. Eram detalhes que eu achava que só eu percebia, precisava comentar com alguém pra ver se eu era tão louca quanto achava que era. Pelo visto estava certa.

- O que mais tu tens feito? – alguma tentativa de conversa surgiu por parte dele, Dylan estava realmente inquieto. Provavelmente também estaria se estivesse estado tanto tempo sem aparecer.
- Pensado em ti. Lido sobre ti. Ainda não terminei o livro, por outras razões, mas principalmente porque quero absorver tudo. Guardo cada grande sacada do autor, anoto e quando eu vejo tenho inúmeras idéias borbulhando na minha cabeça. Além de ter cada vez menos tempo pra ler.
- Burrice na minha opinião. Todos nós temos tempo pra quase tudo, só escolhemos usá-lo para coisas diferentes. É tudo questão de prioridade.

Sorri. Sempre falo isso e agora escuto sair da boca do Dylan. Demorou mas comecei a gostar dele. Senti sua falta. Senti falta de escrever.

- Mas então porque não escrevesse? Tu mesma acabaste de falar que tinhas idéias! – ele me perguntou. Estava começando a se tornar irritante, novamente.
- Porque não me sentia confiante.
- E agora te sentes?
- Não, mas agora deu vontade. Vontade maior do que prestar atenção em alguns erros que cometi até agora. Assim como não estou mais ligando com a tua opinião. Parecia que eu iria explodir se não escrevesse todas as palavras que estavam se formando na minha mente. Enlouquecedor.

Seu rosto mal iluminado pelo poste me permitia observar sua sobrancelha arqueada. Tentei em vão explicar-me. Nem eu sabia por que não havia mais escrito sobre ele, quem sabe eu estivesse tentando fugir.

- É tudo questão de lembranças. Elas vêm à tona sempre. Por isso não concluí a leitura do livro ainda. Sempre quis escrever uma obra de arte quando acabasse o livro e sei que não conseguirei. Pelo menos ainda não. Nunca é o momento para escrever. Não sei quando o será ou se existirá um momento apropriado.
- Deixa de ser ridícula é sempre momento de escrever. Até quando se está em um banheiro...
- ...escovando o dente. Foi assim que tu surgiste, hoje pelo menos.
- Eu sei que tu já pensaste em mim em vários momentos e sei que já desistisses de me colocar no papel. Tudo bem não ligares pra minha opinião, não sou mais o personagem principal. Só tens que saber que se tu não sentar na frente do computador ou do papel em branco e só deixar fluir, nada funciona. É um mecanismo de ação e reação, tu sabes.
- O Newton.
- É.

Prometi escrever mais e concluir a tal da obra-prima que ainda está no meu computador, sem final aparente. Assim como tudo na minha vida agora. São projetos que necessitam de total concentração e claro, tempo dedicado. O problema é achar tempo pra tudo isso, nem se o dia tivesse 40 horas daria pra fazer tudo. São tentativas e acertos. Letras de músicas que obedecem a seu propósito como músicas, mas não como parte integrante de álbuns. Não contam mais histórias como outrora, apenas a assoviam. Esperam que o ouvinte a cante, a tome como sua para que esta finalmente possa se tornar completa.
Como decidir o que entra em uma compilação de 12 músicas e o que fica de fora? Uma perspectiva é muito pouco.

- Se arrisca. Só se saberá se dará certo se nós o fizermos. Compila.