18 de dez. de 2011

feliz aniversário Carolina

Sempre me achei mentalmente instável. Por muitas vezes nesses 18 anos cogitei a hipótese do suicídio para ver se aliviava toda essa dor que eu sinto. Não sei de onde vem e não sei porque sinto afinal tive uma vida ‘boa’. Acho que isso já está em mim, mesmo tendo tudo para ser feliz não consigo aproveitar.

Houve um tempo em que planos para efetivamente acabar com tudo vinham aos montes, assim como as tentativas. Não sei como superei isso, quem sabe tenha sido o jeito que fui criada que acabou me ajudando. Não sei, só sei que consegui, meio sozinha, meio não sei como. Não tive ajuda de Deus, não tive ajuda de profissionais e nem mesmo de ninguém próximo, não falei com ninguém sobre isso, simplesmente pensei no quão injusta estava sendo, tendo muitas coisas e oportunidades e no entanto querendo jogar fora.

Antes insistia em dizer que não encontrava meu lugar no mundo mas também descobri que ninguém tem seu lugar no mundo, as pessoas batalham para conseguí-lo e fingem que conseguiram. O mundo não é nosso, nós somos repugnantes e seria uma coisa boa se todos percebessem o quão idiotas são e resolvessem admitir sua tristeza e mediocridade, tirando suas próprias vidas. Mas nem eu consegui, fiquei com medo do pós-morte. Alguma coisa me falou que não éramos tão ruins assim e aceitei a minha infelicidade. É muito fácil cair fora quando as coisas apertam, mais difícil ainda é lidar com isso, sofrer mais.

De repente não fazia sentido perder uma vida que poderia ser cheia de conquistas. Escutei na televisão que a dor era momentânea e resolvi acreditar. Já havia escutado isso várias vezes mas naquele momento começou a fazer sentido.
Hoje continuo pensando nas oportunidades que posso estar perdendo caso consiga cair fora, mas percebi que a dor não é momentânea coisa nenhuma. Na melhor das hipóteses quando tu conseguires te curar de um pouco de tristeza a vida vai lá e te dá mais uma boa amostra grátis de sofrimento e só temos que aceitá-la. Gosto de ver até quando agüento.
Não sei o que acontecerá comigo caso meus planos falhem, quem saiba aí sim eu consiga colocar em prática um dos meus planos que ainda estão guardados. Preciso de uma motivação, assim como todos nós.

Muita gente me acha sensível demais e falam que este é o meu problema. Não quero ajuda, só quero me decidir o que sou, alguém normal ou alguém problemática. Essa indecisão me satura.

Um comentário: