14 de dez. de 2014

ciclos

É tanta coisa! A se fazer, a aprender, a processar! Quando acredito que virá a calma... não.
Estou dispersa, analisando cada atitude. Não consegui processar nada do que aconteceu na última semana. Sabia que seria assim, afinal encaro duas semanas sem fim de semana, de trabalho contínuo. Não sei mais o que é dormir tranquila e as olheiras no meu rosto só aumentam. Não faço questão de escondê-las.

Hoje eu pensei que seria uma destas noites onde tudo se acalma, tu tens amigos banhados por cerveja e risadas. Tolinha!
Ao baixar a guarda, fui testada sobre o que venho me tratando há, pelo menos, 7 meses. Qual o equilíbrio certo, localizado bem no meio do caminho entre ser disponível, ajudar, e ser disponível demais, alimentar uma dependência destrutiva?
A verdade é que eu gosto de passar a mão na cabeça das pessoas porque me sinto útil. O livro que leio fala sobre esse comportamento. Mais uma coisa para mudar!
E não interessa se a bebisse já bate à cabeça, a vida acontece no presente e os problemas não param de vir. Eu ajudei, eu fui disponível. E agora?


Os próximos 3 dias são determinantes e quando olho ao redor, só vejo confusão e teias de relações complexas. Daí eu sinto falta de outras pessoas. De amigos distantes, de quem eu não sei conversar, de momentos de paz e que fugiram por entre as minhas mãos e não se propagaram.
Eu sei que tudo vai ficar bem, para todos nós. Estamos nos últimos suspiros do semestre, só preciso aguentar por mais 4 dias e então, tudo será modificado.
Talvez eu tenha tempo de lidar com os outros aspectos que vem se arrastado e rastejado no chão lamoso, apenas para continuar acompanhando a forma rápida com que o fim de ano vem acontecendo.

Eu já tenho 21 anos e ainda moro com meus pais. Não tenho namorado nem filhos. Mal tenho uma gata, que suspeito se gosta de mim.
O que eu tenho é um afilhado que me admira, no auge dos seus 4 anos e, ontem, enquanto brincava de jogar bola, imaginava levá-lo a Cabo Polônio (UY). Meu momento de paz em um futuro um tanto longe. Agora, me contento em fazê-lo dormir, pensando no dia em que ele achará bobo que eu queira colocá-lo na cama.

Mais um ano... mais conquistas e mais batalhas, principalmente internas e que eu sei... estão só começando.

8 de dez. de 2014

sobre os 5 dias que faltam


A quinta-feira começou feliz, com um dia bonito e super produtiva e foi piorando exponencialmente até que não conseguia fazer nada do que queria e acabei indo viajar brigada com Deus e o mundo, cansada, triste e meio desorganizada, carregando no corpo apenas o essencial. Na sexta de manhã foi muito complicado largar Rio Grande e entrar de cabeça naquela montoeira de informações que eram despejadas nos alunos ao longo dos 5 pontos de parada do dia. Quando chegamos ao pier de Cidreira, naquele semi pôr-do-sol praticamente mar adentro, percebi que eu já não me importava com o futuro emocional e sim, tinha certeza de que estava buscando a profissão (e junto os valores) corretos. À noite eu já não lembrava que havia deixado a tristeza pra trás.

O sábado foi ansioso pela noite, foi lindo, responsável e curioso porque descobri sentimentos aqui dentro. O domingo aconteceu quente e na corrida contra o tempo para a entrega do relatório e, quando o entreguei foi só comemoração. Até que cheguei à óbvia verdade de que estava voltando pra casa, já era noite e eu continuava levemente bêbada. O sentimento que tive ao chegar no Cassino foi o mesmo que tive hoje ao chegar na FURG pela tarde, não sabia como deveria me sentir.

Passei os últimos 3 dias em um estado de felicidade que há muito tempo não vivenciava e finalmente me sentia bem e de acordo com a minha vida. Voltar a realidade está um tanto estressante. Quero continuar sentindo a felicidade que senti mas ainda não desapeguei ou absorvi o que vivi. Não sei como deveria executar o tão falado desligamento e talvez não exista método correto. Eu nunca soube, pelo menos, apenas vou vivendo e aprendendo que 'o que não tem remédio, remediado está'. Sabedoria da minha mãe.

Dói muito ver o sofrimento alheio enquanto eu me sinto cheia de alegria. Dói mais ainda saber que, depois desse tempo de convivência, eu passo a impressão de ser uma pessoa confusa e triste, sem rumo na vida. Não sei como isso aconteceu, mas hoje penso que talvez eu tenha sido um espelho, que refletiu as características de quem se olhava nele.

Sobre as ações que tenho observado, prefiro não pensar. Não por que irei guardar e ser consumida por, mas por que prefiro lembrar dos momentos bons e dos aprendizados que tive e não guardar rancor de quem um dia já me fez tão bem.

A verdade é que as oportunidades passam. Algumas, retornam a nós, entretanto ocorrem pela nossa própria vontade e luta. A cada novo cenário tomamos decisões únicas que nos moldam pela forma com que enfrentamos as consequências e que acabam nos guiando para a próxima decisão a ser tomada. Não podemos esquecer que decidir em tempo hábil é o ponto chave para aproveitar a oportunidade ao máximo.

Me orgulho em dizer que nenhuma atitude drástica que tomei até hoje foi sem luta e sem avaliação. Quem sabe ter olhado a evolução da planície costeira me fez perceber que podemos ter fases de acresção e erosão também, mas que isso faz parte de um ciclo.

Sexta pela manhã acredito que tenha chegado no máximo da minha fase de erosão, a ponto de quase entrar em prantos no meio da Laguna dos Patos. Lembro de outra fase, ainda neste ano, em que a vida voltou a ter cores a partir das 17h de um dia de verão pré-carnaval e pós prova de exame. Viajar é sempre acrescivo e desta vez é o marco do início de um novo ciclo.

O meu problema é me deixar afetar pelos extremos. Penso com o coração e para realmente aprender a lutar apenas nos momentos certos, percebo que devo alterar este comportamento. Espero que a vida continue me surpreendendo com novos ambientes que causem reflexões. Que saiba enxergar o momento no qual posso aproveitar novas experiências e nos quais teria a oportunidade de corrigir os assuntos mal resolvidos.

Talvez agora, a 5 dias dos 21 anos eu esteja criando coragem para unir as duas situações acima. Finalmente me sinto preparada para embarcar em uma nova aventura antiga. Sinto muito medo e vários frios na barriga mas, o que seria da vida sem a incerteza do futuro? Continuo sendo fiel a minha forma de pensar e, desta vez, dando voz ao que o cérebro e o coração concordaram em fazer.

Minha resolução de aniversário será sempre ser fiel a minha avaliação.

Píer de Cidreira - RS. 06/12/2014.

6 de nov. de 2014

A minute seems like a lifetime, baby when I feel this way

"37
Costumava levar minhas mulheres às lutas de box e e às corridas de cavalo. Naquela quinta à noite fui com Katherine ao box e no estádio Olympic. Ela nunca tinha visto uma luta de perto. Chegamos lá antes da primeira luta e sentamos na boca do ringue. Eu bebia cerveja, fumava e esperava.
– É engraçado – disse a ela –, as pessoas chegam aqui e ficam esperando os dois homens subirem  lá no ringue pra se massacrarem.
– É horrível mesmo.
– Esse lugar foi  construído há muito tempo – eu  disse, enquanto ela examinava com os olhos a velha arena. – Só têm duas toaletes, uma pras mulheres, outra pros homens, e são muito pequenas. É melhor você ir antes ou  depois do intervalo.
– Tudo bem.
A maioria do público do Olympic era de latinos e trabalhadores brancos pobres, mais algumas estrelas de cinema e outras celebridades. Tinha bons lutadores mexicanos que brigavam com paixão. As lutas ruins ficavam a cargo dos brancos e negros, sobretudo os pesos pesados.

Era estranho estar ali com Katherine. As relações humanas são estranhas. Quer dizer, você passa um  tempo com uma pessoa, comendo, dormindo, vivendo e amando, conversando com ela, indo aos lugares – e, um  dia, tudo acaba.
Daí, você passa um tempo sem ninguém, até que aparece outra mulher, e aí você come com  ela, trepa com ela, e tudo parece tão normal, como se você estivesse o tempo todo esperando exatamente por ela, e ela por você. Nunca achei  correto estar sozinho; às vezes, era até bom, mas nunca achei correto.

A primeira luta foi bem boa, muito sangue e coragem. Assistir a lutas de box e ensina alguma coisa sobre o ato de escrever; a mesma coisa acontece com as corridas de cavalo.
A lição não é muito clara, mas eu sinto que me ajuda. Isso é que é importante: a lição nunca é clara. Lição sem palavras, como uma casa se incendiando, um terremoto, uma inundação ou uma mulher saindo do carro e mostrando as pernas. Eu não sei do que os outros escritores precisam, nem me interessa. Não os leio mesmo, Sou prisioneiro dos meus hábitos, dos meus preconceitos. Não é mau ser burro, se a ignorância for sua de fato. Eu sabia que um dia ainda iria escrever sobre Katherine e que ia ser difícil. É fácil escrever sobre putas, mas escrever sobre uma boa mulher é muito mais difícil.

A segunda luta foi boa também. A galera berrava e urrava e se empapuçava de cerveja. Eles tinham fugido provisoriamente das fábricas, armazéns, matadouros, postos de gasolina, e estariam de volta ao cativeiro no dia seguinte. Mas, agora, estavam fora, embriagados com a liberdade. Não estavam pensando na pobreza nem na escravidão. Nem na humilhação do seguro-desemprego e das cotas alimentares. Nós, os do lado de cá, estaremos bem até o dia que os pobres descobrirem com o fazer bombas atômicas no porão de casa.
Todas as lutas foram boas. Me levantei pra ir ao banheiro. Quando voltei, Katherine estava muito quieta. Parecia assistir a um espetáculo de balé ou  a um  concerto. Tão delicada e, no entanto, que foda maravilhosa...
Continuei bebendo. Katherine pegava na minha mão quando a luta ficava muito violenta. A galera adorava nocautes. Eles berravam quando um dos lutadores estava aponto de beijar a lona. Eram  eles que disparavam aqueles golpes. Na certa, estavam esmurrando seus patrões e esposas. Quem  sabe? Quem se importa? Mais cerveja.

Sugeri que saíssemos antes do final. Já vira o suficiente.
– Tudo bem  – disse ela.
Subimos pelo corredor estreito, através do ar azul de fumaça. Ninguém assobiou  ou fez  gestos obscenos. Minha cara amassada e riscada de cicatrizes inspirava respeito.
Voltamos até o estacionamento, debaixo da autoestrada. O fusca 67 não estava lá. O modelo 67 foi o último bom Volks – e a moçada sabia disso.
– Hepburn, roubaram a porra do meu carro.
– Ah, Hank, não acredito!
– Sumiu. Estava aqui – apontei. – Agora sumiu.
– Hank, o que a gente vai fazer?
– Bom, vamos tomar um táxi. Tô me sentindo mal à beça.
– Por que será que as pessoas fazem isso?
– É o jeito de eles se virarem.

Fomos até uma cafeteria e eu liguei pedindo um táxi. Tomamos café com rosquinhas.
Enquanto a gente assistia às lutas, eles arrombaram o carro e fizeram ligação direta. Eu costumava dizer: “Leve minha mulher, mas deixe meu carro em paz”. Eu jamais mataria um homem que tivesse me levado a mulher; mas seria capaz de matar o cara que roubou meu
carro.

O táxi chegou. Em casa, por sorte, tinha cerveja e um pouco de vodca. Perdi a esperança de ficar sóbrio o bastante pra poder trepar. Katherine percebeu isso. Eu ficava andando de lá pra cá, falando do meu fusca 67 azul. O último bom modelo. Eu não podia nem chamar a polícia. Estava bêbado demais. Ia ter que esperar até de manhã, até a hora do almoço.
– Hepburn – disse a ela –, não é sua culpa, não foi você quem roubou ele!
– Tomara tivesse sido eu. Você estaria com ele agora.
Fiquei imaginando dois ou três garotos correndo com o meu baby azul pela Estrada Costeira, puxando fumo, dando risadas, desmontando ele. Daí, pensei em todos os ferros velhos de Santa Fe Avenue. Montes de para-choques, para-brisas, maçanetas, limpadores de para-brisas, peças de motor, pneus, rodas, capôs, capotas, bancos, macacos, pedais de breque, rádios, pistões, válvulas, carburadores, camisas de pistão, engrenagens, eixos – meu carrinho logo se transformaria numa pilha de peças avulsas.
Naquela noite eu dormi  agarrado a Katherine, mas meu coração estava frio e triste.

38
(...)
Me preparei pra terceira corrida, reservada para potros e capões de dois anos sem vitórias. A cinco minutos do fechamento das apostas verifiquei  o totalizador e fui jogar. Ao me afastar, vi que o homem  duas fileiras abaixo conversava com Katherine. Todos os dias tinha pelo menos uma dúzia como ele nas corridas. Ficavam contando vantagem pras mulheres bonitas, na esperança de levá-las pra cama. Talvez nem  chegassem a pensar nisso; talvez não soubessem  direito o que queriam. Viviam aturdidos, baratinados, na lona. Quem seria capaz de odiá-los? Grandes ganhadores! Estavam sempre apostando no guichê de 2 dólares, com  o salto do sapato gasto e as roupas sujas. Estavam mais por baixo que todo mundo.

Apostei  no favorito. Chegou  na ponta e pagou  4 dólares. Não era muito, mas eu tinha apostado 10 na cabeça. O homem  de baixo virou-se para Katherine e disse:
– Acertei. Tinha 100 na cabeça!
Katherine não respondeu. Começava a se dar conta do truque. Ganhadores não ficam abrindo o bico. Têm medo de serem assassinados no estacionamento.
Depois da quarta corrida, cujo ganhador pagou  22,80, o cara se virou  de novo e disse a Katherine:
– Acertei  esse também. 10 na cabeça.
Ela me disse:
– Olha só a cara dele, Hank. É amarela. Você reparou nos olhos dele? É doente, coitado.
– É doente de sonho. Todos nós somos doentes de sonho, por isso estamos aqui .
– Hank, vambora.
– Tudo bem.

Naquela noite ela bebeu meia garrafa de vinho tinto, de bom vinho tinto, e ficou quieta e triste. Sabia que ela estava me identificando com  a turma das corridas e das lutas de boxe – e era verdade. Eu andava com eles, eu era um deles. Katherine sabia que tinha alguma coisa fora do lugar em mim. Eu era uma soma de todos os erros: bebia, era preguiçoso, não tinha um deus, ideias, ideais, nem me preocupava com  política. Eu estava ancorado no nada, uma espécie de não ser. E aceitava isso. Eu estava longe de ser uma pessoa interessante. Não queria ser uma pessoa interessante; dava muito trabalho. Eu queria mesmo era um espaço sossegado e obscuro pra viver a minha solidão. Por outro lado, de porre, eu abria o berreiro, pirava, queria tudo e não conseguia nada. Um tipo de comportamento não se casava com o outro. Pouco me importava.

A trepada foi ótima naquela noite, mas essa foi a noite em que perdi Katherine. Não havia nada que eu  pudesse fazer. Rolei pro lado e me limpei com os lençóis. Ela foi ao banheiro. Um helicóptero da polícia sobrevoava nossas cabeças, patrulhando Hollywood."
Mulheres
Charles Bukowski

Estava eu no ônibus lendo o velho Buk quando senti estes trechos como socos no estômago. O que se seguiu foi mais triste ainda e influenciou na minha aura. Foram flashbacks intensos em que vi praticamente minha vida toda. Aquelas 5 páginas que contam os momentos com Katherine me fizeram grudar no assento e fazer a típica pergunta: o que estou fazendo com a minha vida?
Saber que não posso lidar com os problemas da forma antiga mais me atormenta. A verdade é que tenho me afastado de muitas pessoas, tantas que sinto medo de desenvolver os antigos sentimentos ruins.

Cada vez que puxo o livro dentro do ônibus o faço de forma lenta e cuidadosa, o mesmo se segue na devolução dele pra mochila. Movimentos calmos e de proteção.
Livros são só livros, mas o Buk continua sendo o Buk. E eu o leio quando as coisas não vão bem. Ele tem me feito olhar fundo nos meus defeitos e enfiar os dedos grossos nas feridas abertas. Não me sinto apta a nada. Inclusive me pergunto como consegui me arrastar até aqui e penso que talvez não esteja tão mal assim.
Não tenho vontade de nada e isso me apavora. Não quero de jeito nenhum regredir e ter aqueles sentimentos e pensamentos negativos.

O Led voltou a tocar com tudo e sinto falta de fones de ouvido. Nunca entendi a fixação das pessoas por Kashmir. 
Não tenho me sentido no controle das situações. Apenas faço o que sou mandada. Incômodo. Todos os dias.

Não me vejo bagunçada, me vejo com medo e esgotada. Lutas constantes e o sentimento de não ser bem interpretada têm me tomado a mente. Voltei a usar máscaras durante parte do dia porque é a saída mais fácil, mas é uma fuga. Sempre que me pego agindo assim tenho voltado ao controle. Não quero fugir mais e talvez esse sentimento de esgotamento queira dizer que eu, finalmente esteja chegando a algum lugar.

Autenticidade e movimentação. A chave é não se deixar parar, movimentar-se nem que isso custe joelhos esfolados de tanto se arrastar. Aprendi isso.
Hoje, Buk e Led me dão força para traçar todas as linhas de proteção à minha volta e quem sabe, ao final deste ciclo, não esteja na hora de finalmente tatuar o ciclo protetor?

16 de out. de 2014

aos trancos e barrancos

eaí que o meu baixo astral não passa nunca. sempre me recupero e vou levando uma vida cada vez melhor, mas daí eu me apaixono. em algum momento do tempo e espaço eu começo a me distanciar de mim e sempre conheço ou encontro uma pessoa. as minhas ações se distanciam e eu entro no modo 'autodestruir'.
até que chego aonde estou hoje. sim, eu faço as pessoas se afastarem só para brincar de reclamar que elas se afastaram.

tenho sonhado muito com as outras vidas que levaria se, por um momento, eu tivesse dito sim ao invés de não. a verdade é que provavelmente não teria dado certo e tudo poderia estar pior do que já está. mas eu insisto em achar que tudo seria lindo e perfeito, assim como fiz durante anos. tenho muitos padrões.

e agora, tentando interromper todos, fracassei, de novo. e desta vez, lindamente. escolhi a semana onde o baque seria dos maiores. e as provas estão aí. pelo menos ler sobre o mar me transporta para o meio do Atlântico e já não penso nisso.
semana passada arranquei elogios da minha psicóloga, hoje... coitada! plena quinta-feira de chuva...
a minha questão já não é mais a saudade, foram as palavras ditas e aquele trecho lido por ti, com suspiros e pausas, antes de dormir.

eu ainda não me perdoo por muitas coisas e esse é o problema. parei de me exigir tanto em relação aos outros e não percebi que o pouco que tirava deles, acrescentava ao exigir de mim mesma. eu deveria saber que depois da calmaria sempre vem a tormenta...

saibas apenas que tu não ajuda e que sim, minhas ações te afastam, mas quem sabe este não seja o objetivo? quem sabe não seja eu que esteja te dizendo para me dar um espaço de todas negativas e decepções que proporcionastes? a cada carinho negado, a cada 'jeitinho' que eu deveria contornar, a cada frase que eu deveria pensar antes de falar, tu foste me afastando. e quando eu percebi e tentei te comunicar o efeito que isso causava em mim (porque sim, quando falo sério, é o resultado de muito pensamento), tu simplesmente dissestes 'este sou eu e não me dobrarei, de forma alguma'. isso está certo? mudar nunca é certo mas ceder, não é certo?

tudo bem, não tive forças para reconhecer e muito menos me afastar, mas cansei de negativas que não me ajudam e não acrescentam em nada. todos fazemos coisas erradas e eu tive coragem de tentar te mostrar que podem existir outros jeitos de se viver. mostrar! não forçar! se agora tu me consideras uma praga no teu pensamento, tudo bem, me retiro. só saibas que eu realmente tentei, até onde eu conseguia. e quero que tu saibas que cheguei ao ponto que cheguei também pelas tuas ações.



agora tudo que eu necessito é ter forças para acabar essa semana e resistir à outra.

11 de out. de 2014

quero ir além

Não tenho como continuar sendo tua amiga se, aos poucos, não ir conseguindo mais intimidade. Esse é o objetivo, seguir sempre em frente e perceber que, voltar atrás, já não dá. Ou somos desconhecidos, ou aprendemos a lidar com a intimidade criada e já não tão mais usada. Existem partes boas de ter amigos que te conhecem.
Sei que pra ti, essas coisas são muito complexas e também que tu te achas um monstro. Várias vezes te disse que aceitei o compromisso de conhecer o que for que tu quiser me mostrar. Claro, sou curiosa e isso quer dizer que vou fazer perguntas e aceito 'não' como resposta, embora prefira vários 'sim'.

Essa coisa de se abrir é complexa, mas faz parte da vida. Acredito que estamos aqui para sofrer, também. Sempre cresci muito com o sofrimento, principalmente quando me sentia sufocada. Aí mesmo é que descobrimos que temos coragem e vontade de emergir. Mas tudo bem, não estou te pedindo para sofrer. Na verdade, não estou te pedindo nada.

Sim, me chateio em perceber que nos momentos onde tu não pensas muito, eu consigo ver uma brecha desse portão, meio aberto. Em momentos pensativos, o portão de aço fica fechado a 7 chaves. Eaí eu sinto como se desse vários passos para trás. E vem a desmotivação.

Quando te falo em pegar na tua mão falo em desde o porque uma criança pega na mão do adulto até o porque uma idosa pega na mão do marido depois de um casamento de 50 anos. E perceber que é capaz de tu largar a minha mão, dá medo. O medo de se machucar, de ficar perdida por alguns momentos. Fico perplexa por saber que tu não sabes diferenciar quando simplesmente quero aconchego e nos que quero paixão. Daí vejo que realmente, não consegues me compreender. E já nem sei se queres. Mas que amizade é essa, então?

Não quero aprovação, quero respostas. Nunca mudaria meu jeito por causa de alguém. Sei que preciso ser aperfeiçoada e, acredite, estou trabalhando nisso. O que eu, talvez, espere de ti, seja amizade. O simples chimarrão onde se fala tudo, de desabafos a risadas histéricas até respostas como 'me deixa quieto' ou 'vamos sair pra beber hoje'.
E são nesses momentos em que se conhece alguém. Onde esta pessoa lhe explica as coisas que tu não entendes. Compartilhar momentos e conhecimentos.

Me alegra ver que consegui chegar bem longe até. Me desanima ver que não consigo me fazer clara. Continuarei tentando achar palavras, sempre sinceras, e tentar me comunicar contigo. São nesses momentos em que crescemos porque nos confrontamos com realidades muito diferentes. Sou teimosa e não consigo ver a autodestruição.
Por favor, não me faz ver que tudo isso foi apenas perda de tempo.

8 de out. de 2014

'love is the answer at least for most of the questions in my heart'

Semana difícil. Hoje foi um dia vitorioso em vários sentidos. Enfrentei vários medos e tomei a decisão de recusar alguns.
Me sinto orgulhosa do que me torno. Sinto que minha comunicação melhorou muito e finalmente percebo que falo exatamente o que desejo, mantendo a calma e evitando toda avalanche de sentimentos.

Tenho conquistado a liberdade que quero ter, meu pensamento não se martiriza tanto e consigo até escutar o nada.
Vejo que tens muito a ver com tudo isso. Aquele momento de indecisão passou e foi sim, importante. Me vi confusa sobre tudo e todos, principalmente sobre mim. Ao me concentrar em outros objetivos, consegui a harmonia que perseguia tanto e, embora não tenha saído da forma com que desejava, hoje foi uma prova de que consegui balancear tudo que antes se encontrava tão desorganizado. Com sorte, afinal já vão começar as provas.
Olhos cansados, com certeza. Não é fácil se desprender de tanta coisa, assim, ao mesmo tempo e ainda cumprir com os compromissos (impostos e desejados).
Ninguém disse que seria fácil.


4 de out. de 2014

So have you got the guts?

eu sinto necessidade de escrever mas não sei ao certo sobre o quê. sinto necessidade de me controlar mas não sei que sentimentos devo ter porque não sei para onde quero ir.
hoje é sábado e semana passada eu nem podia imaginar tudo que aconteceu nessa semana, assim como tenho certeza de que sábado que vem também não acreditarei que mais uma semana se passou. e a semana que vem será complicada e exigirá muito foco.
acho que já cansei de saber o que sinto, já que sinto tudo junto. nos últimos dias creio que esteja só vivendo e esperando ser surpreendida pela vida. e foi exatamente o que tinha dito que não queria fazer porque achava que não seria satisfatório. tudo mudou e hoje já penso ser uma coisa boa, mas que desvia de todo objetivo que estava me impondo. o que me faz questionar: porque se impor?
agora me sinto sozinha e sem vontades. sem força para ir dormir e sem força para ir trabalhar. volto, então, à mesma sensação de antes, querer e não poder.
do lado existe um almaço todo rabiscado, o LibreOffice aberto, o Arctic Monkeys já no final e a Polar no freezer. o celular não toca e nem faz barulhos. o vento, silenciou.
quem sabe seja isso que esteja me incomodando: o silêncio. meu, dos outros e do vento.
porque me impus o silêncio? será que eu realmente cansei de falar? não sei se porque não falo mais, meu nível de audição aumentou. a sede, com certeza aumentou.
hoje senti como se nada tivesse mudado e esse sentimento tem sido recorrente. lembrei de quinta e pensei que tudo ficaria bem. com o tempo.
não sei se tenho todo esse tempo. nem imagino quanto tempo meu silêncio e muito menos o quanto essa sensação de pseudo calma irão durar.
o que eu sei é que são onze horas de um sábado a noite e tudo que eu mais quero é terminar os slides, que eu nem comecei.
aja Polar.

'Cause there's this tune I've found
That makes me think of you somehow
And I play it on repeat
Until I fall asleep(Do I Wanna Know - Arctic Monkeys)

11 de set. de 2014

ainda rende muita história

por mais idiota que seja o papel que eu posso estar assumindo: eu acredito em ti.
sempre escolho acreditar porque sei que quem mantém o relacionamento são duas pessoas, e só. no momento só o que importa é a dor que sinto e senti.
também tento explicar toda confusão... minha, tua e de nós dois. se algo está sendo forçado, com certeza foi essa briga.

só tento e tento e me sinto cada vez mais fraca. esta não sou eu.
vejo a intimidade e o costume falarem mais alto, por mais que tentemos esconder, elas vivem escapando.

não estou pronta para largar. teimosa. eu sei. agora a questão não é mais sobre desejo, é sobre intimidade. caminhamos até aqui para jogar tudo pro alto? todo conhecimento que tenho tido sobre ti tem me desesperado porque não sei como tu chegou até aqui desta forma. e mais uma vez, tu afasta todo mundo... será que afastar todos é realmente viver? será que tu acredita que isso é normal? assim, ninguém se preocupando? será que essa é a melhor forma de executar as coisas? é sempre difícil sair da zona de conforto e atualmente te vejo estagnado. 

eu me importo! eu acho que não é normal! eu já tive essa escolha, me iludi achando que me ajudaria sozinha e vi que não deu certo. por enquanto quero me manter por perto. por enquanto quero me manter sã e tentar conversar sobre uma mudança de planos.


7 de set. de 2014

espero que um dia...

tenho lembrado de uns 3 meses atrás quando em um dia ensolarado resolvi exteriorizar uma mudança que já vinha internalizando muito. controle. especificamente, auto-controle.
durante o início desse ano me vi totalmente descontrolada, tentando mudar e não sabendo para onde. e foi perigoso. entrei numa série de relacionamentos que confrontavam a velha Carolina com a pseudo-nova Carolina e, obviamente, não deram certo. entretanto as mudanças foram satisfatórias e, em outro dia de sol, conheci três pessoas que me jogaram na cara que o auto controle, que eu imaginava ter, ainda estava bem longe de ser o ideal.

eu acho muito enlouquecedor ficar toda hora me cuidando e analisando. ainda luto com meu ímpeto quase auto destruidor e empático e sei que nem tudo que faço foi a melhor opção aliada à melhor execução. mas é isso, a vida é feita de tentativas e acertos e quando se muda o método, depois de tê-lo seguido por muito tempo, nada mais normal que errar nas primeiras vezes.

o que penso pra minha vida agora se resume ainda nesta união entre os dois jeitos e cada vez que tento estabelecer metas, volto a ler um capítulo sobre radiação eletromagnética. eu ainda não descobri o que quero.
ontem escrevi algumas coisas bem profundas, exteriorizei o que penso ser uma injustiça porque fui julgada como a Carolina antiga quando, na verdade, quero ajuda para montar a nova Carolina. saber que ainda se erra muito e que, para mim as coisas estão bem mudadas no interior mas não conseguir mostrar tudo, gera muita frustração. ainda mais quando sei que preciso de tempo.

ah, o tempo. nunca soube lidar com ele. sempre soube que deveria esperar as coisas acontecerem sozinhas mas quase nunca tinha paciência para deixar que acontecessem e, na maioria das vezes forçava e cagadas aconteciam. hoje eu sei que estou forçando, mas apenas porque julgo que meu oposto (o auge do auto controle) necessita disso porque, este sim, tem muita paciência!

não quero ser entendida mal. eu perdoo e entendo. quero acolher mas também quero ser acolhida. quero que vejam as minhas tentativas e se lembrem de quando viram a necessidade de mudar o modus operandi.
quero acalmar meu coração que vem durante anos aguentando muitas crises de ansiedade e tristezas.
tudo que falei ontem passou por muito pensamento e hoje me sinto calma. quem sabe eu descubra paciência para esperar tudo que é necessário e sabedoria para lidar com as respostas para as minhas perguntas.

6 de set. de 2014

pra gente se inventar de novo, e o mundo vai nascer de novo

e aqui em todo esse tempo livre, que eu reclamava não ter, cá estou.
falta vontade.
se me perguntassem segunda-feira, diria que tinha mil ideias pra esse sábado, uma mais demorada que a outra. e vontade transbordava.
porque estava sol, um leve vento, a grama estava verde, os amigos bem e perto e as aulas super interessantes. porque tudo estava encaixado ou no processo de.

o sábado está nublado e chuvoso e o sofá parece continuar sendo uma ótima opção. os planos foram por água abaixo e a ansiedade volta com tudo.
tomei a decisão de esperar... esperar o tempo passar, esperar quem sabe uma troca de ideia, uma conversa, uma vontade, uma notícia ou apenas o sol voltar.

3 de set. de 2014

everlasting light

Não sei porque tenho a impressão de que sempre existe alguma coisa a ser conversada. Quando sentamos para conversar sinto que não se fala tudo. Não sei se tu achas que não estou pronta pra escutar o que tens pra me falar, daí as coisas vão ficando pra outro dia e outro momento... que nunca chega.
Passar pelas coisas boas é fácil e não foi pra isso que me inscrevi.

Preciso saber se tu estás disposto a encarar tudo isso, assim como eu já me mostrei. Não sei como me expressar sem que soe como cobrança, porque não é essa a intenção. Sei que me encontro em desvantagem mas não é esse o problema. Acho que o problema é que eu não acredito que tu estejas pronto para (ou pior, queira) encarar a mudança de rotina e revisar as prioridades.

A vida muda sempre e a cada dia é necessário pesar as prioridades e objetivos. Atualmente tenho revisado os meus e me surpreendi no último sábado com uma verdade tão na cara que pareceu até bobagem que ela me surpreendeu: tudo acaba e, quando acabar... não vai ser fácil e principalmente, vai ser uma experiência totalmente nova pra mim.

E então segunda eu já imaginei acabar. Não que seja um desejo... longe disso... deu até medo e uma vontade incontrolável de fazer esta possibilidade desaparecer. Mas a realidade de não conseguir conversar e me parecer ter esse bloco entre nós me fez perceber que não está tão lindo assim e que as dúvidas sobre se valia ou não a pena estão cobrando seu preço porque a resposta foi que sim, valia à pena. Me esforço mas não consigo compreender totalmente e isso tem me frustrado mais que os problemas do estágio. Perceber que não sei nem metade do que achei que sabia me atormenta.

O problema inicial pode ter sido idiota mas esconde questões bem mais complexas e que precisam ser conversadas. Compreendo toda paciência e até a impaciência agora mas também compreendo que uma conversa é importante.

***


Percebi muita ingenuidade e inconsistência.

Agora eu que te falo: não vai dar certo. Já passei por isso e afirmo: a tendência é o afastamento.

Por mais que não tivesse contando com esse resultado, ele estava na minha cabeça. Por que é sempre assim e eu talvez esteja pegando a prática, quando eu acho que está tudo lindo e começo a agradecer pelas oportunidades, o vento não parece tão frio, os passarinhos cantam... dá errado. Até comer bolacha consegue dar errado!

Tudo bem, eu sei que não vou morrer e que a vida continua, mas nunca consegue continuar do jeito que quero. Te digo: não vai dar certo essa historia de continuar tendo que lidar um com o outro. A gente já tinha escolhido que valia à pena e, do nada, não vale mais! Não interessa se somos diferentes. Na verdade, não interessa nem se fôssemos iguais, eu ia continuar encontrando defeitos e sim, ficando com raiva. Por que é assim que eu estou... com raiva de ter que passar por isso depois de já ter passado "dois meses maravilhosos".

Acredito que seja imaturidade mas ok, um dia nós chegamos lá, cada um com suas dificuldades. Eu? Certamente vou continuar me entregando e sentindo tudo que há para sentir.
A única coisa que eu queria era mostrar a tua falta de coragem... em um relacionamento em que tudo está bonito ainda, não existe distinção entre o caminho certo e o fácil! O caminho certo sempre é fazer o que te faz bem pelo intervalo de tempo que te faz bem. Convenhamos, no final sempre pára de dar certo, mas não necessariamente começa a dar errado, às vezes só para. 
Agora, tenho certeza que nenhum dos dois está bem.

Quero muito que tu te lembre e sempre pense naquela vez que tu não teve coragem de viver momentos bons com medo de um futuro ruim que sempre pode chegar, sozinho ou acompanhado.

8 de ago. de 2014

caráter

Tô tendo uma angústia aqui dentro e acho que ela ta me desconcentrando.
Tô lendo um livro, O Homem Sem Grana, que está me fazendo pensar e analisar a minha forma de viver. Nasci na classe média baixa e vi meus pais batalharem para me proporcionar o que eles acham essencial. Estudei o ensino fundamental todo em colégio particular, paguei um curso preparatório e passei num teste de seleção para um instituto federal para fazer o ensino médio e agora estou numa faculdade federal. 
Sempre vi muita gente querendo a roupa de marca, o celular da moda, o cabelo liso e a mente vazia. Eu até tive momentos em que quis tudo isso e agradeço meus pais por não terem me dado tudo que quis. O pouco que eu pedia e me era concedido, não me satisfazia como parecia satisfazer as outras pessoas, então, parei de pedir.

Hoje venho me distanciando cada vez mais da pregação que considero ser o capitalismo e, à medida que vou descobrindo uma forma nova de viver, tentando fugir de grandes corporações e movimentos de massa, vou me afastando das pessoas que tem um pensamento contrário ao meu ou que só nunca pensaram nisso.
Não é que eu seja chata e queira catequizar todo mundo, simplesmente notei que existe um perfil comportamental atrelado ao capitalismo. Aquela pessoa egoísta e mimada não serve como amizade. Quem não olha para os lados ou para trás não merece ir para frente. Só analisando a história de cada um e das pessoas ao redor é que se evolui.

Dinheiro não é nada. Dinheiro é invenção humana, não valor. Empatia, humildade e positivismo é que me alimentam.
Sei que tenho que lidar e tolerar as pessoas que pensam diferente de mim (e essa é uma das belezas da vida) mas no momento a mudança interna têm sido tão drástica que está difícil. É difícil perdoar o esquecimento de quem só pede e não troca. Não quero relações que me suguem e, no momento, me sinto sugada. Sinto que só sirvo para momentos de desespero e desânimo, como se não valesse à pena compartilhar alegrias e cervejas. Não. Não será assim.
Mais uma vez me decepciono e com certeza haverão outras. Achei durante muito tempo que esperar o melhor das pessoas e acreditar em todos e principalmente em seu potencial, era um defeito. Hoje vejo que não se importar com os outros é que é um defeito pior e desse, quero passar longe.

27 de jul. de 2014

no quarter

A verdade é que eu estou tendo um ataque de pânico. Não tenho dormido direito mais... sempre tenho pesadelos terríveis e, se não acordo no meio da madrugada chorando, acordo extremamente cansada e triste antes do horário previsto.
As preocupações são várias, desde às mais bobas que incluem as provas e prazos próximos a sentimentos que eu acreditava já ter superado. Sonhei que te encontrei, ainda cabeludo, como há 4 anos atrás. Acordei desesperada porque eu não sabia como me sentir. O pior de tudo é que eu não sei se é saudade, decepção, raiva ou indiferença. Eu simplesmente não consigo relacionar a Carolina de seis meses atrás à atual. Nem o curso eu tenho vivido... Me afastei de muita gente e nem sei porquê...

Atingi a desmitificação que desejava. Consegui ver que realmente, o sentimento pode ser grande mas não é maior que a problemática, entretanto não consegui ficar sem pensar em ti, na tua voz e nas coisas que a gente conversava.
Ao não me encaixar no nosso relacionamento, vejo que não te amo mais, mas não consigo ficar sem esse sentimento. Idiota, mas me habituei a te amar e te ter em um pedestal. Depois das tuas mentiras, só o que ecoa é "não estou mais feliz".
Vagou um coração inteiro e eu não sei mais o que fazer.

25 de jun. de 2014

subcity

to há horas pra voltar aqui. já abri essa janela várias vezes e, no entanto, continuo deixando ela em branco por um tempo, me distraindo com qualquer outra coisa idiota e fechando-a, porque afinal de contas está tarde e amanhã tem mais tarefas.
procrastinação. falta de foco. colocar outras coisas na frente das que realmente importam, falta de prioridade. como eu agora, com fome e matando aula pra supostamente fazer um seminário. voltei aqui.

essa minha habilidade de fazer tudo ao contrário do planejado me surpreende e quem sabe seja uma das coisas que eu gosto, afinal nenhum dia é igual ao outro e eu nem preciso ser alcoolista para que isso aconteça.


hoje chovia, minha doença crescia, o cachorro maldito iria pular em mim no minuto que saísse de casa assim como faz todos os dias e as aulas não seriam tão interessantes. o problema são as pessoas. as conversas de ontem me mostraram isso e mesmo ontem eu já pensava em não ir a aula hoje.
é culpa dessa dor de cabeça, da tensão que se acumula na mandíbula e eu nem sei porque. é culpa da chuva e dos meus desinteresses. não sei porque alguém pensaria em sair de casa no dia de hoje.
esse é o meu mal, quanto mais fico em casa, mais quero ficar, ciclo vicioso e que só me traz pensamentos ruins. acho que é por isso que quis voltar aqui. felizmente este momento não durará muito porque hoje já é quarta e logo chega o fim de semana e eu realmente não tenho me importando de estar no mesmo lugar que toda aquela gente vazia, porque eu importo e eu sei que não sou vazia. é melhor do que ficar aqui, jogada, olhando pras paredes e pensando coisas que não devo.
se é possível, estou pensando menos ainda. os 6 primeiros meses do ano se resumiram a menos e ando bem satisfeita. inclusive menos postagens, menos vozes na minha cabeça e menos estresse.

a chuva parou, a gaita ainda toca no player e a palavra estresse me lembra estresse oxidativo, assunto do meu seminário, aquele que matei aula para terminar.
até um outro dia.

1 de jun. de 2014

por causa do jogo do grêmio e dos velhos amigos

ter te visto fugir do edredom e enfrentar o frio ao sentar na cama sem camisa, colocando os pés para fora e olhando ao redor, procurando a meia que havia sumido há tempos foi um dos momentos importantes. na verdade ter te encontrado naquele fim de noite foi muito importante. dentro daquela festa foram vários os momentos que me senti dispersa e fora do ritmo. estava ali por uma amiga e foi isso que me manteve lá até as seis da manhã, mesmo com a ameaça de voltar sozinha pra casa e observando a decepção em pessoa me olhar de volta e conversar com outra guria.

a leve chuva, típica do inverno cassineiro, não importou quando te vi sorrindo e caminhando em minha direção. toda aquela ansiedade que eu sentia sumiu quando largastes uma conversa e, como um imã, viestes em minha direção.

já tínhamos visto o sol nascer e agora ele estava se pondo novamente, o ar ficando mais frio. eu só queria te abraçar e tentar te comunicar o quanto salvasse a minha noite, te agradecer a felicidade que tu criou ao ter me feito esquecer, em questão de segundos, que aquela guria evitando olhar alguém não era eu. foi tudo muito natural e a cada beijo no pescoço que eu te dava, queria te agradecer por ter me feito voltar ao 'normal', por ter voltado a olhar a felicidade da chuva, do vento e do grão de areia remexido.

às vezes a gente precisa que outras pessoas enxerguem pela gente, às vezes elas tem que nos dizer o quão legal somos e redescobrir as coisas boas que temos em nós porque simplesmente já não conseguimos mais. eu me sentia incapaz, com baixa autoestima, mesmo com tudo me apontando a vida maravilhosa que tenho.

hoje, depois de ter dormido mais de 12 horas, acordei e fui limpar as conchas lindas que estavam aqui em casa, escondidas. acordei e fui falar com a minha família e por mais feio que o dia esteja, reencontrei a minha paz interior.

15 de abr. de 2014

John Butler e o café matinal

John Butler Trio - Livin' in the City

Com a falta da terapia, eu mesma tenho me feito terapia, 24x7, e acho que está me enlouquecendo um pouquinho. Tenho visto e tentado analisar não só a mim, mas a atitude das pessoas e seu background para que tenham chegado até aqui e agido de tal forma comigo. É uma pretensão enorme, mas uma brincadeira legal.
Tem a amiga que me lembra eu mesma antigamente, bruta, não lapidada e não diplomata e daí lembro do meu pai e seus dizeres, das neuroses da minha tia que ainda sofre com a falta de diplomacia e das vezes que tomei uns puxões de orelha da amiga que visitei ontem. 
Diplomacia é uma virtude e é o caminho para a paciência e a compreensão. Começa com o respeito ao próximo que deveria ser ensinado quando crianças, passa pelo 'ter que aturar' o coleguinha de sala até que chegamos a conclusão que tratar todos bem realmente não custa nada e pode abrir muitas portas, futuramente. Descobri que Gentileza gera Gentileza e que não adianta dar o troco na mesma moeda, o que importa sempre é seguir a tua essência. Espero chegar à terceira idade com muuuuita paciência. As consequências dos nossos atos nos encontram e a nossa habilidade de lidar com pessoas pode ser decisiva na hora de encarar tais responsabilidades/consequências.

Na vida, na amizade, no amor, tudo é cíclico e por mais que acredite que as nossas vivências determinam nossa atitude perante tudo, também acredito que não existam tantas variações sobre esse mesmo tema.
Semana passada conheci um guri parecido com um grande amor meu e lembrei de como era e do porque não deu certo. Deu saudade.
Hoje encaro a probabilidade de encontrar uma pessoa importante e lembro que nossa última conversa não foi tão legal assim.
Ontem, na hora do desespero, corri para um antigo amor, no intuito que ele me ajudasse. A verdade sobre o fato de 'não podemos ser amigos de ex-namorado' é inútil e imaturo. Quem não sabe se portar em relação a nova relação de alguém que já namorou são os próximos namorados que não tem segurança no seu taco. Se tudo estiver bem resolvido, não há porque simplesmente parar de conversar. Fico pensando em quantas pessoas me conhecem tão bem quanto ele e, na boa, não fecho uma mão. A amizade é uma coisa linda e difícil de ser encontrada então, porque jogá-la fora porque coisas que não tem nada a ver com isso, não deram certo?

Na minha cabeça são muitas perguntas sem resposta e a cada pergunta que me faço, mais dez perguntas aparecem, sem nenhuma resposta.

Eu queria ter visto o eclipse lunar ontem.

11 de abr. de 2014

a intenção terapêutica

Tendo uma overdose de MPB em plena sexta-feira chuvosa, fico pensando na falta que sinto da terapia. Vejo que incomodo os meus ditos amigos com toda a falação filosófica que me faz tirar conclusões sobre a vida, o universo e o espaço-tempo. Pelo menos tenho alguém para me escutar, nem que eu a pague pelo seu tempo.
Tenho duvidado de tudo, me sentido sozinha e preenchido estes vazios com conversas supérfluas e bebida. Aconteceram coisas durante essa semana que me fizeram pensar na visão de vida alheia e na célebre frase 'sou responsável pelo que falo, não pelo que escutas'. 
Enfim, quero a minha cama, uma boa companhia e uma garrafa de vinho porque esse clima de inverno acaba com a vontade de aula e afazeres.
Quero a minha terapia de volta!

7 de abr. de 2014

já não importa mais

Já não importa mais a opinião alheia. Não importa se vou acordar com a maquiagem borrada e o cabelão cacheado desgrenhado e, de pijama, dar bom dia aos meus colegas que também estão ressaquentos e maltrapilhos.
Taí uma das maiores mudanças dos últimos anos: assumi meus crespos. Quer dizer que estou cada vez mais gostando de mim e me libertando do que os outros falam. A maneira de vestir também ficou mais confortável e preguiçosa porque simplesmente eu sempre gostei do básico. A personalidade, que antes era complicada, também está ficando cada vez mais sem vontade de lutar pelo complicado.

Ao contrário que muitos pais e familiares acha, a Oceanologia não muda as pessoas, ela revela o que tu sempre quis ser mas sempre se sentiu sozinho para fazer. Encontrar um grupo de pessoas que pensa exatamente como tu é relaxante. É tu te sentir a vontade na casa de alguém que tu nunca viu na vida. É tu ter vontade de dividir tudo e todos momentos pelo simples fato de que aquela é a tua família de ideologias.
Vejo esta dita mudança em todos do meu curso. Há muito mais desprendimento!

Por isso não me envergonho da minha falta de voz após a primeira semana de festas aula. Me diverti como há muito tempo não conseguia. Saí de casa na segunda pela manhã e voltei no domingo a tarde sem voz nenhuma, dor em todo corpo e mesmo assim, feliz.

Hoje durante a aula percebi que esse é o meu lugar, a minha futura profissão e os meus futuros colegas/amigos/irmãos. Essa é a minha liberdade com a vida porque, sinceramente, eu definitivamente não me importo mais.

daqui

19 de mar. de 2014

David Gilmour

Não estou lendo mais. Nem ficado tanto em casa. Os episódios das séries agora se empilham e às vezes até esqueço delas, coitadas. Esse é o mal de acompanhar cerca de 15 séries diferentes.
Por isso em dias como hoje, quando usufruo de apenas algumas horas no aconchego de casa, fico acompanhada de boa música, um chimarrão e algum trabalho extra do estágio. São recompensas da vida corrida e portanto, são aproveitados até o último segundo.
Sinto que esse ano as férias não aconteceram mas aqueles dias no Uruguai me deram o fôlego necessário para um ano pegado no outro. Hoje finalmente fiz uma pasta '2014' no meu diretório da FURG. Acabei de solicitar matrícula para o 2º ano e nem acredito. Já tenho conta no banco! Me sinto adulta.

Volto ao meu antigo colégio e lembro das velhas opiniões e das atitudes que tinha lá atrás. Já são 3 anos de mudança. Começou gradual, devagar, mas em 2013 cresceu exponencialmente. Hoje colho o que venho semeando a 5 anos. Hoje vou semeando mais ainda.

Vou voltar a ler essa semana ainda, é essencial e hoje mesmo senti falta. Talvez tenha achado o equilíbrio entre a obrigação (culpa) e o prazer de ter uma vida interdependente.
Semestre que vem o buraco é mais embaixo.

13 de mar. de 2014

again

Creio que finalmente compreendi porque tenho fases Led Zeppelinísticas. De alguma forma ficou gravado no meu psicológico uma relação entre tu e o Led. Conheci várias bandas naquela época mas assim como ainda escuto More Than Words e lembro de como a escutei para te escrever aquele fora, lembro de escutar Led para me animar. Led virou a minha banda para 'te esquecer' e te guardar no meu bolso, como todo clássico.
Até ontem não conseguia escutar Led direito. Vi o filme Quase Famosos e lembrei que eu realmente gostava da sensação que me dá escutar Tangerine. Lembrei do porque chorei quando o Robert Plant estava na minha frente.

Lembrei que Led Zeppelin me dá força e agora, te escrevendo um feliz aniversário quase doloroso, preciso de Led. Preciso daquela bateria que espanta todos maus espíritos. Preciso de força para finalizar de uma vez por todas, a nossa relação.

'It was really, really good
You made me happy every single day
But now... I've got to go away!
Baby, baby, baby, baby'
Babe I'm gonna leave you - Led Zeppelin

8 de mar. de 2014

o (des)carnaval

Os últimos dias foram repletos de obstáculos e recompensas. Estar em qualquer outro país é lindo e complicado, houveram muitas oscilações de humor onde tudo ia bem e então tínhamos que encontrar soluções para vários problemas. 
Foram inúmeros os momentos de saudade do conforto de casa e de desejos da companhia de amigos e familiares.

Fomos contra a corrente, fomos bolando nossa própria viagem e sobrevivendo nesse mundo portunholglês que vivemos nos últimos 10 dias. Conheci gente de todos os continentes, descobri uma fluência de idiomas que nem sabia que existia embaixo de toda essa timidez. Descobri que tudo se resolve e que só se deve agradecer e esperar, tudo vem em dobro.

O que fica dessa viagem é a certeza de que o meu futuro está sendo preparado cuidadosamente e que seguirei agradecendo pela oportunidade de ter visto tudo que eu já vi e que ainda vou ver.


Cabo Polonio, lindo!