Por muito tempo achei que quem se diferenciava do grande grupo era muito foda. Agora vejo que a maioria destas pessoas são apenas grandes egocêntricos.
Eu nunca me considerei alternativa, embora sempre tenha sido. O tempo em que gostava de chocar a sociedade com roupas e ações foi embora, tendo permanecido por pouco tempo. Ainda por cima, é da minha personalidade ser quietinha na minha. Eu simplesmente não tenho tanto culhão pra inventar moda, sempre acabo levando em consideração a opinião alheia, mas não se engane, não é a opinião de todo mundo, e sim daqueles escolhidos a dedo.
A não ser que tu tenhas banda ou tenhas algum distúrbio, alguém com responsabilidades enormes ou entrando na faculdade, precisa se vestir apropriadamente, pelo menos de vez em quando. Existem outras maneiras de chocar a sociedade, de chamar atenção pro que realmente importa, mas demonstrar isso com roupas pretas e maquiagem pesada aliado à freqüentes idas ao cemitério à meia noite, não me parece a melhor forma de expressar o que sinto. Percebi que quando faço isso, acabo por não me comunicar. Infelizmente o mundo se fecha pra esse tipo de pessoa. Ninguém quer escutar o que o louco de saia e tem pra falar, todos esperam ouvir discursos inflamados e corretos de alguém de terno, não importando se os dois forem a mesma pessoa, em momentos diferentes.
Cheguei a conclusão de que consigo muito pouco tentando ser diferente visualmente e as pessoas que chegam a ter coragem de fazer isso, eu quase as considero fodas. No entanto para que tu realmente entres na minha seleção (como se todo mundo quisesse), tu precisas mostrar o teu interior. Não adianta falar e não fazer e, pro meu desapontamento, a maioria dos que tem coragem de se pôr a mostra, são egocêntricos. Achando que a sua opinião é mais válida que a da maioria e desse jeito, é fácil para eles não se importar e não interiorizar cada crítica feita. Acreditem, quando se destoa da maioria, as críticas ficam cada vez mais duras.
Dizem que os gênios são assim, mas eu realmente não me importo. De quê adianta ter toda a inteligência do mundo e não ter quem te ature? E olha que eu me considero chata mas tenho várias pessoas pra me apoiar quando preciso. Tem pessoas que morrem de solidão, viu?
É por isso que eu não gosto de ti. Por isso oscilo em momentos bons e ruins, afinal, odeio quando tentam me impor alguma coisa e quando tu tentas, te vanglorias por ser mais experiente que nós, as tuas alunas. Não adianta perder tempo querendo sugestões e pensando em mil maneiras de melhorar a aula, pois se tu achares que ainda estás correto, certamente não será mudado nada e pra nós, fica aquele sentimento de decepção. Tu tinhas tudo pra que eu te admirasse e no entanto eu escolhi não gostar de ti e muito menos te pegar para exemplo. E no final das contas eu acho que o bom professor é aquele que consegue te cativar a tu te tornares alguém tão bom quanto, ou melhor, que ele. Não é só quem te ensina a matéria e tu compreendes, é alguém que consegue te fazer querer ser que nem ele, em algum período da tua vida. Não adianta apenas dizer que quer evoluir como pessoa e profissional, tem que estar disposto a fazer análises e pensar friamente.
Eu peço desculpas por ser tão sincera algumas vezes, de vez em quando uma mentirinha agrada. Acontece que não sei mentir para quem eu considero uma decepção, é só olhar ao redor, também tem outro professor com quem eu me magoei e às vezes também sou dura com ele. Posso ser cínica com pessoas desprezíveis, aprendi a ser, mas com pessoas do bem mas com desvios de caráter, simplesmente não consigo. Melhorei, aprendi a te engolir, mas nunca aceitar. Tu tinhas tudo pra ser extremamente interessante mas resolvesse ficar só nisso aí e o pior de tudo, achando que está certo.
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