18 de ago. de 2011

aos trancos e barrancos

não estou afim de escrever hoje e sim ler. ler os escritos de alguém que me façam perceber algumas coisas óbvias. mas então por que escrevo? porque eu sinto que se não o fizer meu peito explode. assim como as palavras do Dylan logo abaixo.
tentei não escrever mas as frases se formavam na minha mente e eu não consegui pará-las, me focar no que estava lendo. meus dedos coçavam e tinha essa sensação horrível, a de esquecer estas linhas.

sempre achei que eu me focava no que não precisava. sempre vi que escrevia demais sobre coisas que os outros não precisam saber. vi detalhes demais, tantos que perdia o ritmo e o assunto principal. com o amor é assim também.

as coisas que eu li hoje eram sobre paixões, amores platônicos, gente ignorando e outras tantas sofrendo. já dizia a Rita Lee, 'amor é um só'.
talvez escreva tanto sobre esse assunto tão normal e tão piegas porque sinta falta disso na minha vida. o meu amor é deturpado, no bom sentido da palavra (se é que este existe). como em vários aspectos da minha vida sou extremista e não sei usar meias palavras. ou é amor ou é indiferença e quem sabe seja esse o motivo de demorar tanto a esquecer.

me apego a livros, escrivaninhas, roupas, almofadas e lençóis. não sei me desfazer de provas da 4º série e se pudesse lia e relia tudo sempre. é ruim eu sei.
pelo menos uma coisa eu tento aprender contigo, estou elaborando meu lado racional. tentando aprender a colocar as coisas numa caixa de vidro a parte, esquecer durante o dia, mesmo sendo tão complicado.

depois de 3 anos e muitos meses sendo amiga de uma colega tivemos a conversa mais pura e mais verdadeira. falamos sobre términos, os nossos. sobre como mesmo depois de um ano quase ela ainda não esqueceu o ex-namorado e sobre como ainda pensa nele todas as noites. achava que era a única. abrimo-nos para nós mesmas principalmente. depois de algum tempo ela conseguiu falar nisso com outra pessoa sem chorar. vitória dela e fiquei muito feliz em ter feito parte dessa conquista.

viu, já me desviei do assunto, se é que isso ainda teve um assunto.
queria te mandar uma carta. queria me mandar em uma caixa. queria saber se tu pensas em mim. se tu és que nem eu e a minha amiga, que antes de dormir dá aquela lembradinha básica.
queria ter coragem de excluir os históricos. não os leio. só de vez em quando. na verdade duas vezes em 6 meses. tá bom né? é um começo.
começo que em 6 meses deveria ser meio-término. cada um tem a sua velocidade e eu gostaria de saber qual é a tua. me afeta muito ainda saber se tu me esqueceu. não quero saber se tens namoradas, ficantes ou o caralho a quatro, só quero saber se eu ainda sou a guria que tu pensa antes de dormir.

vi um filme que mostrava uma mulher pensando no namorico de infância com 30 anos. ela era casada com outra pessoa, tinha um casal de filhos e quase todas noites antes de dormir pensava na primeira paixão dela. não quero isso pra mim. quero que tu te tornes como o meu primeiro amor, uma lembrança boa e carinhosa.

não me entende errado, me preocupo contigo mas sigo minha vida, como tu me 'pediu'. na medida do possível estou aberta a novas relações e sei que devo fazer isso mas é complicado. conheço pessoas, converso, me encanto mas ainda é muito recente. sim, recente. não foi uma coisa de um mês e nem paixão. tu foi o amor mais completo que eu já tive na vida e isso é dificil de superar.

caminho devagar em relação a isso, mas caminho. não quero mais os sonhos que insisto ter e, depois de tanto meu lado racional insistir, já não os tenho mais. eles deram lugar a pesadelos de monstros, filmes de terror e matanças mas me sinto bem. incrivelmente bem.
quero saber o próximo passo. quero evoluir, talvez seja por isso que eu só quis ler pessoas que já passaram pelo que passo agora. quero descobrir, preciso.

acho que sempre me preocuparei contigo e acho que nem quero não me preocupar, pelo menos não agora. sei que já não gosto tanto assim de ti e busco a lembrança carinhosa.

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