Eu e o Dylan chegamos a conclusão de que é sempre relativo ao que se acaba sentindo, assim pelo geral. É o sentimento de empatia que te draga pra baixo da melancolia. Admiramos quem sente isso e transmite o sentimento de ser assim. Poetas e escritores ganham nosso prêmio de tristeza, é quase insuportável viver assim, aliás, nem é vida, é só dor. É desespero de estar preso aquele turbilhão de acontecimentos e ter de ficar ali, respeitando sem ser respeitado, com todos achando que nos compreendem quando nem sequer conseguem enxergar onde estamos e só podemos escrever pedindo socorro enquanto todos acham que escrevemos para ganhar dinheiro. É pela liberdade, afinal de contas! Libertar a alma de algum jeito, buscar extinguir toda tristeza do mundo, que insistimos em sentir.
Mas o mundo não sabe das nossas tristezas e também não sabe como lidar com elas. Já não existem mais anúncios de revistas que nos provoquem, não há mais recortes espalhados pela casa e as pessoas não sentam mais no chão do quarto para escutar seus CDs favoritos com a companhia de um cigarro.
Não há liberdade, só há tristeza.
Não se entendem as letras com pedidos de socorro e muito menos aquelas que dão um soco na cara da sociedade. Tudo é sobre amores perdidos, enquanto a natureza tenta nos socorrer, mudando.
A que ponto chegamos?
A maquiagem esconde a feiúra e as unhas vermelhas compridas contam para o cara o propósito dela ali, sem que ela precise abrir a boca. Cadê a liberdade? Cadê a inovação?
A maioria não cria nada porque sabe que será julgado e mal interpretado e eu até os considero sábios. Mas tem gente que nasceu interiorizando e precisa transmitir, correndo o risco de enlouquecer mais rapidamente se não criar.
O erro é precisar comentar e ser jovem o bastante para achar que mudará o mundo. Amanhã ninguém mais é o mesmo, nem o mundo, nem nós. As tristezas e frustrações só aumentam e não existem mais palavras suficientes para exprimir tudo isso. Interiorizamos.
Continuamos a nos repetir e continuaremos assim, pois não há quem nos faça ter fé em nós mesmos, não há mais sonhos, apenas remédios para doenças incuráveis, assim como perfume para o fim do mundo que se aproxima, fedorento.
De repente buscar sua paz parece uma jornada inatingível e a cada letra repetida nos afastamos mais. O que nos resta fazer é esperar e tentar não encontrar a razão, até lá. Afinal nós somos apenas contadores de histórias e, infelizmente, servimos à sociedade.
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