27 de dez. de 2009

andarilha

Era apenas mais uma noite de verão, daquelas bem quentes onde não se consegue nem ficar dentro de casa e nem dormir. Pouco tempo antes havia caído uma chuvinha para refrescar mas ela estava no posto comprando dois de seus melhores amigos. Agora, ela caminhava por entre os carros, únicos companheiros que haviam restado nas ruas vazias de uma quarta-feira às três horas da manhã. Por entre os dedos de uma mão encontrava-se um cigarro pela metade e na outra a garrafa de vodka ainda no início.

- A noite vai ser longa - suspirou ela sentando-se no cais e admirando a lua batendo na água calma enquanto ela ainda hesitava em sorver a garrafa, ocupando sua boca, não com cigarros, mas com as unhas vermelhas roídas com esmalte pela metade.

Ele a havia deixado e ela, desde então, fingia que tudo estava bem, fingia que a casa sem ele ficava bem melhor. Ela mesma não precisava dos batuques dele e das manias insuportáveis que ela havia adquirido mesmo sem querer dele. Aliás o que ela mais pensava era como havia sido tola, afinal ela nunca se entregava a ninguém e porque com ele seria diferente? Estava cansada daquilo. Aquelas tentativas de quase amor não eram para ela, e sim para ele. Apenas nisso eram opostos. Ele acreditava na chance de ser feliz com outro alguém e se doava, aparentemente, para essa pessoa num piscar de olhos e ela, dura, demorava tempos a acreditar nos outros.

Os goles iam indo rápido lá pelas quatro e alguma coisa, mais rápidos até que os cigarros. A lua permanecia lá, refletida na água, esperando ela ir tocá-la. Ela sentia falta de uma trilha sonora. Ela sempre sentia falta de uma trilha sonora. Não importava, ela sempre achava que deveria existir uma músiquinha de fundo dramatizando tudo um pouco mais. Talvez tudo ficasse mais fácil, afinal nos filmes sempre existe a músiquinha de fundo e no final tudo sempre fica bem. E no momento ela aceitava qualquer coisa, aceitava até ele de volta, desde que ele prometesse amá-la novamente. Ela acreditaria nele, sempre acreditou.

Lembrou-se de uma noite em que os dois haviam passado, naquele mesmo local, admirando a lua. Foi bem no início da relação, ele havia sido tão gentil e carinhoso... Foi naquele dia que ela entregou-se para ele de vez, de corpo e alma. Até naquele dia havia uma trilha sonora: Saving Grave do Pete Murray... Depois disso, nunca mais ela havia ido até lá admirar a lua. Agora parecia um momento propício. Ela desejava tê-lo mais uma vez ali com ela, repetir aquele momento épico, por que não? Mas agora ele encontrava-se bem longe dela, acariciando outra talvez.

Sem querer uma única lágrima escorreu em seu rosto, uma lágrima mal recebida, ela a retirou com raiva. Acendeu outro cigarro. Já eram cinco e meia. Ela quis ir para casa mas tinha desaprendido o caminho. Quis que seus pés a levassem mas não tinha certeza se eles sabiam. Decidiu ficar ali um pouco mais, a garrafa estava na metade ainda.


Encostou-se em uma pedra ali por perto, colocou o rosto entre as pernas e observou uma formiga por cerca de vinte minutos. Parecia fácil ser a formiga. Pelo menos menos complicado do que envolver-se emocionalmente com alguém. Pelo que ela sabia sobre formigas, muito pouco diga-se de passagem, elas apenas acasalavam-se por uma causa maior: a continuação da espécie. O que no caso dela não seria possível ja que não gostaria de ter filhos mas sexo apenas por sexo era uma boa... se ela conseguisse esquecê-lo por alguns instantes.

Olhou o celular, pensou em ligar para ele, eram seis da manhã, ele com certeza já deveria estar
acordado. Desistiu. Não queria causar um embaraço a ele, definitivamente ele estava com a outra. Ficou por alguns momentos apenas observando o sol nascer, quieta. Não havia nada a pensar, só havia a beber, e como bebia. Naquela noite, foi-se o resto do maço que ela tinha e a metade do recém comprado. Foi-se quase a garrafa inteira também. Ela achou melhor parar antes de terminá-la. Agora eram quase sete horas da manhã e o mundo dava sinais, pois praticamente todos já estavam acordados e ela... ah ela recém estava indo para casa... pelo menos para o que ela achava que era casa.

Levantou-se com dificuldade, quebrou a garrafa ao deixá-la cair de sua mão escorregadia. Lamentou. Seguiu caminhando, fingindo que aquelas pessoas desconhecidas indo para o trabalho não existiam e que, novamente, era apenas ela e os carros parados. Esperava com todas as forças que seus pés soubessem onde estava indo porque ela não sabia há semanas para onde estava indo.

25 de dez. de 2009

a casa pequena perfeita

Sempre imaginei ter um apartamentinho simples, para começar, em algum lugar do mundo fora do meu país (leia-se Londres) que talvez tivesse um quarto, uma cozinha, uma sala avulsa e o banheiro [que também não pode ser muito pequeno e nem com o box minúsculo, me dá pavor (:] onde, essa sala avulsa fosse coberta de pôsters das bandas que eu considero as melhores do mundo, incluindo aquelas que ninguém que conhece e as underground. Gostaria de um espelho grande e puffs coloridos, uma cozinha americana e por favor nada de portas e sim arcos entre a sala avulsa e a cozinha, quero que o meu apê, que sempre estará cheio de gente, seja o mais aconchegante possível e por isso deverá ter espaço, mesmo que seja pequeno. Aliás, esse arco será excelente para a comunicação entre as pessoas que fazem a comida e as que apenas fingem ajudar (:

Quero uma estante alta e larga onde colocarei minhas discografias e livros importantes. Não quero quadros na parede pois já bastarão os pôsters. Fotos de meus amigos e família apenas no meu quarto, e no banheiro, se eu quizer.


Uma cozinha simples, até porque eu não sei fazer grandes comidas, é essencial e claro, uma cozinha a lá Kurt Cobain transformou-se no meu sonho. Existem várias fotos, colagens e reportagens que eu adoraria manter em algum lugar para olhar sempre e no então não acho um lugar, logo, na minha geladeira e portas dos armários seria uma boa já que todo mundo tem que comer diariamente.

Quero um amigo que tenha a cópia da minha chave de casa e que more perto, tipo uma ou duas quadras de distância e que viva lá em casa. Não quero nada muito pesado e nem muitas cores nas paredes, quero alguns lenços estampados pendurados nos objetos, quero muitas janelas e com cortinas claras. O apartamento deverá ter as paredes pintadas de branco e apenas uma delas, a maior talvez, será de uma cor que eu ainda não escolhi.

O meu quarto será o melhor dos quartos; ele será independente. Qualquer ser que não coma e logo não excrete (não sei se isso existe) viverá apenas nessa peça. Quero um sofá e uma poltrona. Uma televisão grande e todos aparelhos elétricos possíveis (*.*) -n. Uma televisão grande, um DVD, um som potente e um computador bastam. Em frente a minha cama de casal quero um pôster gigante do Kurt. E claro, uma parede destinada á fotos e recados.

Quero plantas, muitas plantas, florzinhas e apenas arbustos... Uma casa simples mas bonita. Acima de tudo uma casa com a minha cara (coitada).

Quero reuniões de amigos diárias (por que não?), um blues de fundo e o burburinho das vozes amigas. Um vinho para aconchegar e uma comida gostosa (não feita por mim) para servir de balanço ao álcool. Principalmente, quero que não vão embora nunca porque tudo fica tão sem graça quando as pessoas vão embora! Que durmam pelo sofá ou pelos vários colchões adicionais que estarão espalhados pela casa de forma inteligente. Quero que as pessoas esqueçam coisas lá em casa, quero ter que ligar para a(o) melhor amiga(o) para perguntar onde está tal coisa. Acima de tudo, quero uma bagunça achável.

Quero o início de vida em algum lugar novo perfeito. Quero apenas não estar sozinha.



P.S.: Feliz Natal a todos (:

17 de dez. de 2009

A intenção era tomar café

Eu, que como sempre perdia algumas (leia-se muitas) horas do meu dia na frente dessa tela pensando fazer alguma coisa de útil, estava lendo alguns vários blogs com que eu me importo enquanto meus pais fingiam ver algum filme dos vários que estavam passando.
Enfim, em um dos posts, na realidade em um dos blogs o ser criador não parava de falar em café e... deu uma vontade tomar café! Aquelas que não dá de ignorar, tu precisas tomar, trata-se de vida ou morte. Simplesmente me levantei do sofá aconchegante onde me encontrava e desci as escadas que me levavam à cozinha.
Embora sempre tenha alguma água na chaleira, assim como de costume coloco um pouco mais de água, mesmo que não vá usá-la toda, apenas pelo gesto. Abro uma das portas do armário aéreo e pego a minha caneca (minha, só minha.). Abro a outra porta onde, normalmente fica o café passado ou o em pó e descobri que simplesmente não havia café?!
- Como assim não tem café?! - perguntei não sei para quem, apenas para registrar minha indignação na impossibilitação de tomar o santo café que nunca me dá vontade de sorver.
- Ironia talvez? - fala uma voz masculina das sombras no fundo da cozinha (imaginem que a minha cozinha é grande e que, fato real, ela tem duas lâmpadas para iluminá-la).
Não reconheço a voz de imediato e no entanto não me preocupo com ela, talvez por até nem ter registrado que alguém me respondeu, continuo tentando achar café. Passam-se alguns minutos até que, depois de ter procurado a casa inteira atrás do dito cujo me ponho em pé, com as mãos na cintura, no meio da cozinha tentando com todas as forças aceitar o fato de não existir café naquela casa.
"Que casa é essa que não tem café? Não pode ser!" penso.
- Já que não tem café, acho que não vais precisar da água, podes apagar o fogo. - novamente a voz fala e, agora, pareço escutar.
olho para o canto do qual ela vem. Não me prendo, a caneca solitária em cima da mesa parecia mais interessante.
- Não adianta me ignorar. Acho melhor apagar o fogo.
Aquilo já estava me irritando. Vou até o interruptor no início da cozinha e acendo a outra luz,
revelando um Bob Dylan meio acabado sentado no banquinho que, costumeiramente, fica do lado do freezer.
- Ah, é tu! - finalmente me refiro àquele ser.
- Apaga o fogo! - ele exclama mostrando um pingo de irritação.
- Não! Deixa o fogo aceso, não está atrapalhando ninguém. Eu VOU conseguir tomar meu café.
Me sento em uma das cadeiras da cozinha pensando nas minhas possibilidades. Me lembro do pó do café. Repentinamente me levanto e vou até a despensa localizada embaixo da escada e relato: não tem pó de café!
- Porra mas não acerto uma! - exclamo (é eu gosto dessa palavra) indignada. Volto a me sentar na mesma cadeira que sempre sento enquanto aquela praga do Bob Dylan me observa com um sorrisinho maldoso no rosto.
- Agora, por favor, dá pra desligar o fogo ou ainda não te derrotasse?
- EU NÃO VOU DESLIGAR O FOGO! EU QUERO TOMAR UM CAFÉ! - grito, me levanto, esbravejo. Ele simplesmente me olha e sorri. Se levanta e apaga o fogo da água que, estranhamente ainda não havia fervido. Ele, calmamente volta ao seu lugar e só fica parado, esperando uma reação minha.
Deixo a cozinha. Ligo a luz do meu quarto, pego um halls (meu vício, admito) e como.
Lá de longe ele me observa e fala:
- Mas à meia noite o que tu queres comendo halls e tomando café?
- Eu estou de férias, não tenho hora para acordar, logo posso tomar café a hora que eu quizer e, se tu não andas acompanhando a minha vida ultimamente perceberás que de tanto tomar café nas madrugadas perdidas estudando essa bebida já não me estimula tanto assim.
- Hum... É realmente, não ando atualizado, ficou muito chato nas últimas duas semanas.
- E graças a ti estou comendo halls, já havia me curado desse mal e...
- Tu não vais te curar desse mal, é mais forte que tu e tu sabes. Podes até diminuir mas nunca parar.
- Que seja.
Volto à cozinha e me sento. Imediatamente volto a me levantar, abro a geladeira, olho e desprezo as coisas que ali estão.
"Tem Coca (*-*) mas não é isso que eu quero, eu quero café... Hum, sorvete... não, salada? também não..."
- Porque não tentas o chocolate ali do canto? - ele já estava do meu lado, olhando o conteúdo da geladeira e inteferindo nos meus pensamentos.
- Não, não quero chocolate, quero café!
- Hum, desculpa, percebi o quanto te fiz mal tomando aquela última caneca de café mas eu achei que ninguém ia querer...
- O QUE? Foste tu que tomasse o MEU café? - a raiva crescendo dentro de mim.
- Foi. - se ele não fosse o Bob Dylan e não tivesse tomado a última caneca de café da casa inteira e se não fosse meia noite (o que quer dizer que não existem muitos lugares abertos em que eu pudesse comprar café) até ficaria com pena dele, fez aquela carinha de cachorrinho com fome com olhinhos brilhantes.
Fechei a porta da geladeira com MUITA raiva. Estava pronta para sair daquele local quando me lembrei dos vários chás contrabandiados do Chuí. Liguei novamente o fogo ignorando as várias perguntas daquele Bob Dylan chato, abri o outro armário aéreo da minha cozinha e peguei o chá preto (penso eu ser a coisa mais próxima de café naquela casa e que, eu nunca havia provado Q). Pus um sache na caneca e guardei o resto, a água começou a ferver.
- Hum, muito bom, pensastes em outras opções já ia mencionar os chás. - com aquele ar de orgulho misto de arrogância (se é que isso existe meu Deus) ele, cossando o queixo falou.
- Cala a boca.
Peguei minha caneca com um pires em cima e apaguei as luzes da cozinha, já pensando que aquele incômodo iria comigo.
- NÃO ME DEIXA AQUI! - gritou aquela coisa e eu, quase que na escada voltei. Admito que não sei por que voltei mas eu fui.
- Porque? - seca.
- Por que eu não posso subir. Eu sou fruto da tua imaginação ou porque outro motivo eu estaria aqui nessa cozinha falando contigo? Não posso aparecer para os teus pais.
- Hum, graças a Deus*.
Abandonei ele. Por mais que ele encomodasse não iria voltar. Não o suporto. Não tenho razões, é verdade mas desde quando precisamos de motivos para não gostar de alguém. Admito também que tenho uns dois ou três álbuns dele e que escuto de vez em quando mas, pessoalmente, acho ele um porre.
Voltei ao meu lugar e quando finalmente me sentei minha mãe pergunta com que eu estava falando.
- Com o meu Bob Dylan imaginário. E sabiam que não tem mais café nessa casa!?
- É, tem que comprar.
Bebo meu chá preto e descubro que este não tem nada a ver com o que eu procurava. Não gosto mas agora tenho que beber. Infelizmente.
A única coisa que me salva de mais mau-humor em um outro um encontro ridículo com o Bob-Dylan-imaginário-da-cozinha é a propagando do perfume da Dior desço e silenciosamente, sem acender nenhuma luz, só deposito a caneca na pia, dou boa noite para o companheiro indesejado, recebo um boa noite sonolento e fecho a porta do meu quarto.

Tomara que ele não volte a me perturbar tão cedo e que alguém compre café!




* Mencionando Deus demais nessa história :S

12 de dez. de 2009

brevemente


ando precisando de pessoas novas, novas aventuras e novas ocupações. queria terminar os 15 de uma forma inesperada e começar os 16 com o pé direito. tenho saudades das coisas que vivi nos meu 14 anos por exempelo, poderiam voltar à acontecer, nem me importaria. desde que eu fizesse sentido já estaria bom. às vezes até sonho com alguma coisa que faça sentido mas ultimamente nem tenho sonhado de tão cansada. Não sonho, não espero, só desejo...


P.S.: 2 dias *-*

30 de nov. de 2009

esperança de fim de ano



Só pra avisar: acho que vou me dar um tempo.
Não abandono isso, não conseguiria mas não quero mais a "obrigação" de escrever aqui.


Provas, exames e trabalhos me esperam a partir de agora e... 3º ano que me aguarde *-*








Mas que seja, isso tudo é muito fútil pra esse bloguezinho aqui.





Inicío o mês de dezembro (não no dia 1 precisamente mas em algum post perdido em dezembro) com uma historinha que eu fiz na aula de literatura que ainda estou trabalhando nela...



'Dream on brothers, while you can
Dream on sisters, I hope you find the one
All of our lives, covered up quickly
by the tides of time'
Wasting love - Iron Maiden







beijos e boas festas pra quem ainda se prestar a ler isso aqui :)







Phantom of the Opera - Iron Maiden


25 de nov. de 2009

11:11

Ok, me decepcionei, me deprimi um pouquinho e sumi. Voltei. Aliás voltei antes do que eu achava que ia voltar. Quando paro ainda penso em cada brincadeira, algumas palavras ainda me lembram de ti e claro, continuo falando em ti, ainda sinto falta... e muita falta mas graças a pessoas que sabem que as coisas vão ficar bem e me enchem de sorrisos fáceis com bobagens e brincadeiras estou muito melhor. Esse jeito foi o melhor para que continuemos nos falando mas o pior pra te tirar da minha vida. Quem sabe essa minha felicidade extrema seja fingimento? Talvez até seja mas eu sei que semana que vem eu estarei bem melhor e, enquanto isso não chega eu vou tentando aproveitar as alegrias diárias, as bobagens que são muitas das pessoas que, até na maior das tristezas, me fazem sorrir e ter esperança.
Agradeço a todos eles, todos que me levantam quando eu caio. Agradeço por sempre estarem comigo para o que for, agradeço por ajudarem a me libertar.





'Quando você ficar triste

Que seja por um dia, e não o ano inteiro

E que você descubra que rir é bom,
mas que rir de tudo é desespero
'
Frejat - Amor pra recomeçar.

22 de nov. de 2009

minha casa caiu

Eu sabia que isso ia terminar algum dia e ao decorrer dessa semana eu cheguei a pensar nisso. Eu percebi que já não sentia mais tanto a tua falta e que não pensava mais em ti a todo instante, mesmo que eu tenha pensado em ti, não era como antes.
Eu pensava em como nós haviamos nos afastado, pensava que talvez as tuas palavras tão frias eram sinceras e talvez as minhas, um pouco carinhosas eram um engano, eram apenas uma tentativa que as coisas continuassem bem, embora não estando.

Nesse tempo eu não pensei em te abandonar. Pensei que não estava bem mas nunca cogitei a hipótese de não estar mais junto contigo. Foi um choque. Não que eu já não estivesse preparada mas mesmo assim, meus medos se tornaram reais.

Ontem à noite as coisas foram bem difícies. Querendo ou não, nos últimos sete meses eu sempre pensei em ti antes de dormir e agora, simplesmente do nada eu não posso mais pensar em ti. Não posso porque, se acabou não devo ficar me martirizando e pensando em ti, nada vai mudar pra mim.

Acontece que, de vez em quando me pego pensando em todas as vezes que nos olhamos e que eu pensei que seria pra sempre mesmo sabendo que o pra sempre não existe; penso nas vezes que me dissestes que me amavas olhando no meu olho e eu, boba, te abraçava forte e deitava a cabeça em teu ombro.

Todas as vezes que nos dávamos a mão ou então as que eu descansava a minha sob tua coxa. Relembro exatamente como é a sensação de te apertar com força durante um abraço.
Não entendo como as pessoas podem, de uma hora para outra, apenas não se importarem mais. Eu também não entendo a mim mesma. Em uma hora pensava em mim, desprovida de culpa e sem ti mas agora que realmente não tenho mais a certeza que pensas em mim, perdi o chão.
Fico pensando nas coisas que me dissestes, tão bonitinhas e, penso eu verdadeiras e me pergunto se não pensas também.
Meu medo era esse, era ser obrigada a voltar a fazer as coisas que eu fazia antes de ficarmos, meu medo era o de ser obrigada a te esquecer de novo. Talvez não sejamos feitos um pro outro, talvez não temos tanta sintonia assim e quem sabe seja melhor estarmos afastados, mas eu só quero que saibas que do jeito que me senti contigo, até hoje (nesses anos todos que eu tenho (: [ironia]) nenhum me fez chegar nem perto. Eu acho que os motivos para não te ter mais estão errados, eu queria ter certeza que não deu certo para que assim não me arrependa de novo mas talvez eu tenha idealizado um motivo para que não desse certo e, quando se idealiza é pior.


Queria poder ter uma terceira chance, mesmo não encarando-a como a terceira e sim a continuação da segunda, até porque, para mim ainda não acabou; só espero que não seja que nem a dois anos atrás onde eu também pensei que não havia acabado e acabou.

E se não tiver mais volta mesmo... espero consequir te esquecer de uma vez.



P.S.: Te quero de novo, apenas mais uma vez, apenas por hoje e quem sabe amahã tu me queiras. Poderiamos ficar brincando disso né?




21 de nov. de 2009

quase 16 aninhos *-*

Definitivamente está escolhido meu presente de aniversário e como eu sou uma guria muito legal ainda dei duas opções:

17 de nov. de 2009

só pra enxer lingüiça

Eu sei que a questão não é essa. Eu sei o que esse teu comportamento significa, acima de tudo eu sei o que o meu comportamento significa e é nisso que tenho pensado nos últimos quatro e intermináveis dias. Não digo que aconteceu muita coisa nesse tempo, só digo que serviu para pensar e, agora, sentada no sofá da sala sozinha esperando que a chuva caia, as coisas podem até começar a ter sentido.
A prequiça de preparar um café me impede, momentaneamente de voltar à pensar em ti. Minha trilha sonora voltou a ser Angra. Faziam uns três meses que eu só escutava Led Zeppelin. Ainda não sei o que isso quer dizer mas eu sei que diz, até porque as músicas que eu escuto sempre revelam uma parte que eu nem sabia que eu sentia.
É fácil dizer para deixar para lá e até que estou sendo bem sucedida dentre as possibilidades. Como sempre quero saber como está sendo para ti mas eu acho que tenho medo sabe? Prefiro não saber muito pra não me desapontar e, no final, a intenção é sempre essa... não me desapontar, não me magoar.
Quem sabe eu tenha cansado das coisas boas e queira me aventurar um pouco mais no que eu não conheço, o que seria normal pra mim mas, pra variar eu estou com medo do que esse novo é e mais medo ainda do que ele pode me trazer como conseqüência.

Agora não me reconheço mais, não sei mais do que eu sou capaz e não sei mais meus limites e isso complica um pouco as coisas mas eu também não sou retardada para ir fazendo as coisas sem pensar. Me cansei, não sei e adorei :)

14 de nov. de 2009

perdi

Deu. Acabou. Tudo o que eu tentei manter durante 7 meses vai ir embora essa noite e eu não vou poder fazer nada. O problema é que agora eu não posso fazer que nem a dois anos, simplesmente dizer que pra mim não dá mais e cair fora; agora eu já estou muito ligada emocionalmente. Ao mesmo tempo que eu luto entre querer e não querer continuar eu já não me imagino mais sem.

Ter ouvido as palavras da minha mãe, justificando a falta de confiança dela em mim doeram como eu nunca achei que fosse doer. Antes eu não me importava porque agora me importo? Ela disse que o problema era ele e eu discordo, quem quis fazer tudo isso era eu. Eu mando em mim.

De novo não sei o que faço, de novo tenho que tentar resgatar, o que eu não queria que acontecesse aconteceu e agora começo tudo de novo. Cansei de ter a minha consciência. Admiro tanto a comunicação nas outras famílias, queria que com a minha fosse assim. É que as outras famílias não se quebraram como a minha.

E eu achando que o momento em que mais precisamos ser unidos foi quando me operei! Eu já tentei resgatar, nesse caso criar uma comunicação mas sempre que eu tento eu erro, já não tenho mais forças pra me reerguer sozinha. É horrível saber que eu estou sozinha, é horrível falar falar e ninguém acreditar em ti. Seria mais fácil se eles não quizessem que eu falasse.

De novo eu só quero ficar sozinha, de novo fico pensando se não tivesse acontecido tal coisa. Eu não consigo mais olhar pro meu pai e ver desconfiança, não consigo mais que suspeitem de cada palavra que eu faço e agora não consigo suportar a idéia de que nem a ti tenho do meu lado.

Preciso que me apoiem, preciso continuar mas do jeito que está não pode. Não quero te dizer que não podes ficar com raiva e que tens que estar sempre do meu lado porque isso é teu direito mas eu só quero que compreendas o que eu passo e que compreendas que eu tentei fazer certo só que eu demorei demais a isso e, de novo, a mentira me pegou.

Se eu passo por tudo isso é porque tu não és qualquer um, se eu perco noites chorando é porque eu fiz errado tentando fazer o certo. Não quero pedir um tempo pra arrumar as coisas, não quero porque senão te perco, quero fazer tudo junto, como sempre fiz, quero que as coisas voltem a ser como eram antes mas quero, dessa vez, que o meu fantástico mundo de Bob se doe um pouco à realidade. Eu não vou suportar perder tudo junto, me recuso a perder tudo junto.


Eu vou dar um jeito, sempre dou. Tenho que conseguir.

12 de nov. de 2009

por você ♪

Embora tudo isso esteja acontecendo eu tenho certeza que, depois de uns cinco anos eu vou me lembrar de ti como uma boa lembrança. Vou me lembrar do jeito que me desse oi aquele dia e da tua cara de faceiro naquela segunda que virou passado.
Às vezes quando me deito antes de dormir, me lembro, além do teu rosto e de algumas palavras que, ao serem pronunciadas por ti me fazem estremecer, dos teus sons e das tuas caretas. Me lembro do teu jeito quieto-inconseqüente-angelical de ser.
Aquilo sobre nunca ter se entregado completamente à alguém, acho até que é verdade por que basta estarmos juntos para ti ser outra pessoa completamente diferente e isso não é ruim. É apenas uma versão tua própria para o momento; queria eu ser assim também.
Não confunda não mudar com não se entregar, prova disso foi aquele telefonema ontem antes de dormir, mais uma vez provei minha insegurança sobre estar tão fundo nisso e, do nada,
ser abandonada. Eu gosto demais disso para deixar que acabe novamente. Agora, quero fazer diferente e, ao invés de agir como uma criança, igual à dois anos atrás, enfrentei e essa é a maior prova do meu amor por ti; pelo menos a maior por agora.

Eu gosto de cada milímetro do teu corpo, eu admiro cada piscar de olhos, estou atenta a qualquer palavra pois estas me fazem perder o chão.
Nunca achei que fosse sentir o que sinto hoje, nunca achei que essa saudade pudesse tomar tanta conta de mim; não sabia nada de nada e agora começo a tentar compreender.

Eu só tenho a te agradecer o tempo que passamos juntos porque eu sei que eu amadureci demais e a tendência é melhorar, eu não quero te perder então eu sei que tenho que melhorar em vários aspectos.
Eu sempre serei teu bebê, eu sou sim muito insegura mas é só porque tenho medo de acabar gostando demais e, em algum ponto do relacionamento, alguma coisa aconteça com a gente e eu acabe sendo obrigada a te esquecer, que eu seja obrigada a não passar mais o dia inteiro pensando no que estás fazendo, que eu não te veja mais e que não veja mais tuas caras e bocas tão perto do meu corpo.

Não tenho certeza que tudo vai ficar bem mas essa é a minha maior esperança, me agarrei à ela e farei de tudo para que torne-se realidade.

'vous aime et ne savez pas déjà comment vivre sans toi'
'elsker dig og ikke allerede ved, hvordan man kan leve uden dig'
'liebe dich und nicht bereits wissen, wie man ohne dich nicht leben
'
'te quiero y aún no saben cómo vivir sin ti'
'grá duit, agus níl a fhios conas cheana féin le maireachtáil gan tú'
'ti amo e non già sanno vivere senza di te'
'te amo e já não sei viver sem ti'



11 de nov. de 2009

me diga com quem andas e te direi quem és

São algumas poucas pessoas que fazem tudo isso ter alguma importância.
O jeito que nos sentimos quando sabemos que ali é onde tínhamos que estar, a satisfação de perceber que somos importantes.
O telefonema desesperado no meio da noite, as brincadeiras, os consolos... Momentos em que todos estiveram juntos, importantes e que te fazem perceber que a vida não tem graça se tu não tiveres uma boa história para contar.
São os irmãos que nós escolhemos, os amigos. Aquelas pessoas que farão de tudo para te ajudar, que largarão tudo para te socorrer se preciso for.
É imediato, é um olhar de confiança, são características em comum que não são tão comuns assim, é o costume de estar sempre junto, é sentir a falta de alguém, conhecê-los tão bem que sabemos exatamente o que essa pessoa faria ou falaria em frente à tal situação.
É preciso ter pessoas especiais para compartilhar momentos especiais; é preciso confiar, é preciso apoiar.




- Depois eu quero que tu me ajude numa coisa...
- Tá.
- Como assim tá? Não sabes nem o que é!
- Mesmo assim eu vou te ajudar.




Amo demais :)

7 de nov. de 2009

please, don't leave me


- Foi porque eu senti a sua falta?

- Não.

- Foi porque eu te liguei ontem à noite?
- Não.

- Porque foi então?

Ele se calou. Dos olhos dela começaram a transbordar lágrimas. Finalmente ele achou palavras:

- Eu acho que só não foi mais satisfatório. - levantou-se.

- Só isso? - perguntou ela enxugando as poucas lágrimas do seu rosto.

- É... Não sei. - disse ele, andando de um lado para o outro. - Acho que já não tenho mais nada pra fazer aqui, não é?
Tentou sorrir mas olhou-a pela última vez, foi até a cama, onde ela estava sentada, chorando. Agachou-se e pôs as mãos dela entre as dele.
- Eu só quis que acabasse bem, que nenhum dos dois ficasse com raiva do outro. A verdade é que eu estava distante, mesmo ainda sentindo algo por ti, só que não era o suficiente e...

Ela colocou seu dedo indicador na boca do rapaz, como em sinal de silêncio; ele obedeceu e calou-se. Ela inclinou-se e o beijou, silenciosa e lentamente o beijou pela última vez. Ele a olhou nos olhos e deixou que uma lágrima escapasse. Levantou-se e saiu do quarto.
Ela deitou-se e desabou a chorar e ele, ainda escutando aqueles sons cada vez mais distantes se pôs também, não sabia que seria tão difícil.

Seguiu pela rua movimentada apenas caminhando sem rumo, sem pensamento.
Algumas horas depois até sentiu uma enorme vontade de telefonar para ela e dizer que tudo não passou de uma brincadeirinha de mal gosto dele e que a queria de volta, ensaiou discursos até mas conteve-se. Mais cedo ou mais tarde se acostumaria com a falta dela. Tinha que se acostumar.



6 de nov. de 2009

necessidade


Não vou mais fugir, não vou mais ter medo. Quero provar que consigo. Constantemente as coisas andam fugindo do meu controle e eu até gosto assim, me adaptei até, me acostumei a idolatrar cada segundo que te toco, passei a admirar teus olhos cada vez mais fundo, a te beijar mais ternamente. Confesso que ainda sou um desastre como eterna romântica mas estou tentando.
Sinto tua pele como uma extensão da minha, sinto vontade de manter contato 24hrs, quero usar e abusar, quero saborear cada beijo, suspirar a cada toque em meu rosto e sentir tuas mãos deslizando pelas minhas pernas.
Na minha cama, já existe um espaço reservado para o teu corpo descansar; preciso tanto te ter...
Quero tanto que até esqueço das outras coisas, sonho tanto que acho até que já virou realidade.

Que mal faria um filmezinho em uma tarde chuvosa? Aqueles que as gurias choram e os guris as consolam? Ou ainda aqueles de terror que as gurias sentem medo e os guris estão lá para protegê-las, rindo? Quero isso, quero o dia-a-dia; te quero todo o dia.

3 de nov. de 2009

sitting in a english garden waiting for the sun...

Ajeitou os cabelos castanhos e cacheados em um coque muito bagunçado, caminhou até a estante alta e repleta de CDs organizados em ordem alfabética e escolheu o clássico 'White Album'; nunca foi muito fã dos Beatles, mesmo reconhecendo sua máxima importância para a música em geral. Havia alguma coisa em Paul McCartney que ela não conseguia aceitar, talvez fosse um cinismo ou alguma coisa de vilão que ela achava que não combinava com a imagem como um todo da banda The Beatles; mas era uma opinião dela.
Admirou a capa do álbum e sorriu ironicamente. Colocou o encarte de volta ao seu lugar e acendeu um cigarro. Abriu a janela para que o fim de tarde adentrasse na sua sala e sentou-se na varanda a pensar.
Após alguns minutos sentada olhando a paisagem e apenas escutando sem julgar levantou-se e apanhou um copo de whisky. Quando ela terminou sua bebida já havia anoitecido, ela então fechou a janela e fez o que tinha que fazer: organizar o álbum de fotografias.
Sentou-se no chão, em frente à estante e de costas para a janela e apanhou as fotos. Por um minuto hesitou em continuar, fazia apenas um mês.
Talvez a vontade repentina de escutar Beatles se devesse ao fato de seu pai sempre ter sido fã. Quem sabe isso a faria sentí-los ali com ela naquele momento tão difícil.
Levantou-se uma última vez para apanhar, dessa vez, a garrafa toda de Jack Daniel's que estava próxima dela, em cima da mesinha de centro. Voltou para o lugar onde estava sentada e começou a remexer nas fotos. À medida que ia organizando ia chorando e claro, bebendo.
Ou ela chorou tanto ou ela bebeu tanto que adormeceu no tapete da sala, ao lado das fotos e ao som do John Lennon.
Abriu os olhos e percebeu onde estava, sentou-se com dificuldade e apenas observou as fotos, eram momentos eternizados de seus pais, ali ela poderia olhar para eles quando quizesse, quando a saudade apertar o coração.
Novamente quis terminar o trabalho e ficou horas a organizar as fotos, parando apenas para comer e tomar água, bastante água. Escolheu a melhor foto com a intenção de colocá-la em um porta-retratos ao lado da discografia dos Beatles.
Ela lembrava direitinho como havia sido tirada a foto. Ela ainda era criança e estavam no zoológico, a intenção da foto era que aparecesse o hipopótamo mas eles o taparam, mais especificadamente ela havia tapado o hipopótamo. Naquele dia eles tiraram fotos de todos os animais afim de fazer um único álbum dedicado à viagem, ela tinha seis anos.
Quando as fotos foram reveladas ela chorou durante uma semana, culpada que havia tapado o animal na foto. Tolice, coisa de criança, naquela época a foto era importante, a viagem havia sido importante. Ela sorriu com lágrimas no olhar.

Buscou o porta-retratos e pôs a foto no lugar escolhido. Admirou-a por alguns instantes, acendeu um cigarro e voltou à varanda quieta. Roeu as unhas como quando era garotinha. Ficou ali até o fim da tarde, mesmo querendo ficar por todo resto da vida. Cantou alto e desafinada, com voz de choro o refrão que seu pai costumava cantarolar para ela como canção de ninar: 'Anna you come and ask me girl to set you free girl / You say he loves you more than me so I will set you free'. Cantou chorando e rindo; pensando em que pai cantaria essa canção para uma criança, quando ela descobriu o que dizia na música, aos nove anos de idade, saiu correndo para sua mãe, chorando e dizendo que seu pai não gostava dela. Apenas dez anos mais tarde foi entender, a única música dos Beatles que tinha seu nome, ela, bebezinha só dormia escutando essa música e então seu pai começou a cantá-la. Chorou até seu peito doer, até não ter mais água nenhuma no corpo, chorou o resto de tarde, chorou a vida inteira. Novamente, chorou até adormecer, sonhou com eles, eles estavam ali com ela, ao seu lado sempre. Ela sabia disso.

- Desde sempre para sempre meu amor, agora boa noite. - sempre dizia seu pai.






'Little darling, it feels like years since it's been here
Here comes the sun, here comes the sun
and I say it's all right '

Here comes the sun - The Beatles

2 de nov. de 2009

um amor de verão


É só essa vontade de chorar. Vontade de me livrar de tudo que me prende, de tudo que eu não gosto e sou obrigada e agüentar, sem nem saber porque. É uma vontade tão grande jogar tudo pro alto e fazer o que der na telha, é uma vontade de viver um amor de cinema, de lutar cegamente por um objetivo e de tentar fazer a coisa certa. É uma vontade de não desapontar os outros e à mim mesma. Algo incontrolável que existe em mim que sempre tenta fazer pelo não-comunicável e não consegue. Eu não aprendo mesmo.
Eu tenho medo de perder as coisas que eu quero e que eu amo apenas por medo de conversar mas eu não sei por onde começar. Estou completamente perdida.
Esse aperto no peito está encomodando e nem chorando com força passa. Já contei várias noites de travesseiros molhados, de promessas quebradas e de insônia.

Queria que chorando passasse; queria que me consolaste; queria um amor pra toda vida.

1 de nov. de 2009

esteja onde estiver

Mais um ano que ela rearrumava o seu guarda-roupa. É aquela coisa típica de início da estação, trocamos as roupas pesadas e blusas de lã e gola por shortinhos e blusinhas cavadas e, ela sempre gostou disso.
Dentro de seu guarda-roupa, há quatro anos existe um conjunto de roupas, camiseta de banda, calça jeans surrada clara e um casaco preto, que, embora não sirvam não serão dados em ocasião nenhuma.

É ridículo mas ela quer guardá-los para sempre. São recordações; más recordações diga-se de passagem mas são e são importantes.

Há quatro anos coisas importantes aconteceram com aquela roupa e ela, a cada vez que olha o conjunto lembra-se de uma pessoa em especial. Talvez ela tenha medo de esquecê-lo se jogar as roupas fora; talvez ela já tenha se acostumado com o fato de vê-las diariamente, talvez ela as mantenha ali para, mesmo que em pensamento, lembre-se de seu vô, da risada dele, da infância e, principalmente dos jogos de dominó.

Só Deus sabe o quanto ela mudou há quatro anos atrás. Quem sabe ela guarda as roupas como marco do que mudou na sua percepção. Talvez para lembrar da dor de ter perdido o segundo pai e por ainda querer ter tido a oportunidade de compartilhar várias coisas com ele. Às vezes é para lembrá-la de dar carinho e amor para todos porque, quando menos se espera eles vão embora.


Mais um ano ela apenas mudou-as de lugar, tirou da prateleira de cima e as colocou na prateleira de baixo. Aliás, houve sim uma mudança: ela deu a camiseta. Sem motivo aparente, apenas decidiu doar; ela ainda tem como lembrança o casaco e a calça.

Sua mãe a xingou mas ela nem aí estava; ela ainda tinha o casaco e a calça.



'Tive poucos amores em minha vida...
Destes raros afetos conto nos dedos os que ficaram gravados de forma permanente em minha lembrança.
Uma garotinha de quem tirei uma foto rara que ocupa presença entre as páginas do meu livro de matemática, ternura nos dias nevoentos da minha vida.
Cacá, és uma lembrança que ficou marcada permanentemente em minha vida, teu avô não te esquece nunca porque já fazes parte de mim.'

Vô Gether
17/09/1925 - 20/07/2005

28 de out. de 2009

I've been changing for you so...




'And to think of how she left that night, it still brings me a chill
And though our separation, it pierced me to the heart
She still lives inside of me, we've never been apart'
Bob Dylan*




Talvez para me preservar um pouco mais eu devesse não me arriscar tanto. Sempre achei que era arriscando que se ganhava e, quanto mais alto se arriscasse mais recompensa se ganhava, embora sempre soubesse que a queda era consideravelmente maior. Agora, pensando um pouco mais e, admito, lendo o que te dizem e também a tua resposta a tais comentários reconheço que não é o que eu gostaria. A partir do momento que eu me deixei levar, entrei de cabeça, mudei completamente as minhas respostas, minhas atitudes e, estou muito bem obrigada. Acontece que, como eu mudei, sinto quase que uma obrigação que o outro mude também. Estou errada eu sei. Por isso que não dou nome de ciúmes ao meu sentimento atual e sim, insegurança.

É, ela voltou a me rondar e sinceramente, acho que ela sempre irá. Fui fraca e, talvez tenha interpretado as conversas erroneamente, mas só sinto que estou por demais, como dizem, não se pode amar por dois.



'Sundown, yellow moon, I replay the past
I know every scene by heart, they all went by so fast
If she's passin' back this way, I'm not that hard to find
Tell her she can look me up if she's got the time'
Bob Dylan - If you see her, say hello*

26 de out. de 2009

o motivo de toda minha felicidade


É injusto te ver tão pouco e aproveitar tanto nossos momentos juntos. É absolutamente incontestável o quanto me fazes feliz. É tão bom admirar teus olhos castanhos grandes e profundos, me traz uma segurança além; eles me dizem que o momento é verdadeiro e não mais um sonho tolo, aqueles que eu tenho toda a noite. Nem passamos tanto tempo juntos assim mas é tão verdadeiro e tão intenso que eu nunca quero que acabe; é tão ingênuo em toda a sua malicia que eu fotografo em minha mente risadas, olhares, mãos e corpos. Fotografo para momentos como o que vivo agora, em que estou sozinha em minha cama, apenas relembrando o que vivemos um pouco mais cedo.

Ainda tenho o teu cheiro, ainda rio sozinha lembrando do teu sorriso tão lindo, ainda estremeço quando recordo teu toque. Eu adormeço pensando em ti, lembrando das tuas palavras e, sim, esta noite entrará para a lista das que eu dormi sem ti mas pelo menos essa foi mais feliz que as outras. Normalmente eu dormia inventando momentos em que matasse a minha saudade, agora durmo radiante apenas pelo fato de ter te visto e, para mim, nesse exato momento já é suficiente.

Quando eu digo que te amo, é a minha maior verdade;
Quando eu digo que só penso em ti, realmente passo o dia todo intrigada tentando de desvendar;
Quando as tuas palavras atingem meus ouvidos, involuntariamente me fazem sorrir e te olhar cada vez mais;
Quando digo que não gosto de te beijar, não quer dizer exatamente isso, quer dizer que gosto de te provocar até que nenhum dos dois não agüente mais e nossos lábios se unam com a força e ferocidade que apenas dois apaixonados possuem;
Cada vez que me tocas acontece algo dentro de mim, parecem borboletas no estômago, pelo menos é o que dizem que quer dizer essa sensação; cada vez que eu sei que vou te ver um nervosismo anormal toma conta de mim e eu sinto meu coração pulsar de alegria em meu peito;
Uns dizem que é paixão, outros dizem que é amor mas pra mim não importa o nome que leve, desde que te tenha aqui comigo.

23 de out. de 2009

no fim é tudo você :)


Não sei se você sabe como é perder o sono por sonhar com o amor de alguém e não saber se ele tem dono. Não sei se você vê tudo como eu vejo e sai tudo do controle quando me falta o seu beijo. Não sei como eu te explico o que eu sinto, porque me faltam palavras pra sair de um labirinto que se fecha toda vez que eu tento traduzir e explicar o que eu sinto por você. (Ben Roots - É por você)

19 de out. de 2009

minha vida (L)

Não queria vir aqui de novo para reclamar, não queria vir aqui para falar de sonhos, de vontades reprimidas e muito menos de desaprovações. Não estou contra o mundo e ele também me parece que não está contra mim. Eu não ando esperando nada de ninguém. Eu não ando esperando nada do tempo, nem do clima e muito menos de mim mesma. Só não queria sentir isso que eu sinto; esse vazio.

Talvez tenha alguma coisa a ver com as inúmeras vezes que eu já reli nossos históricos, talvez tenha alguma coisa a ver com as noites inteiras que eu sonho contigo. É sempre a ver contigo nos últimos meses e claro que isso não me interfere em nada, afinal foram os meses em que eu mais me senti viva, mesmo longe de ti na maior parte do tempo e eu juro que isto não me agrada nem um pouco. Mas para isso tem os outros posts, afinal neles despejei todas minhas vontades, todas minhas carencias e tristezas que tanto já escutastes, tanto vindas tanto da minha boca quanto do meu teclado.

Foram tantas as vezes que eu disse querer melhorar, não ratiar, que eu já nem sei mais e isso não me traz orgulho. Eu já te falei várias vezes dos meu medos em relação à nós e já te elogiei da paciência que eu descobri que tens. Até agora, todas as noites eu me deito com vontade de gritar de alegria,
pelo que apenas conversamos durante o dia, te imaginando ao meu lado na cama. Há tempos meu primeiro pensamento ao acordar tem sido tu, há tempos eu perco a concentração nas aulas pensando no que estás fazendo ou no que poderíamos fazer juntos. E todo mundo sabe que eu cresci contigo. Todo mundo sabe que eu virei uma boba eternamente apaixonada e frágil, logo eu que tanto já julguei o poder de encanto que pode existir entre duas pessoas.

Hoje me mostrei indefesa, mesmo sem querer, mesmo sabendo que perguntando iria me expor, me mostrar de um jeito que apenas tu já viu, o qual
apenas tu provocou em mim. Fui frágil e insegura, fui pessimista e realista, já te vi fazer isso várias vezes e até comigo foi assim então porque, na pior das hipóteses entre nós dois tu haverias de te demorar em me esquecer? Apaixonados os dois estamos e embora me fales tudo aquilo sobre a felicidade de estar comigo e sobre o teu amor, penso que sempre que encaramos um novo encanto o consideramos o melhor de todos, porque vamos mais longe, mesmo tendo sofrido por um desamor passado sabemos que a vida continuou e que não houve morte física nenhuma e que todo sofrimento serviu de aprendizado; por isso nos apaixonamos novamente e vamos mais fundo na relação. É necessário evoluir junto para continuar junto.

Se hoje meus olhos não possuem lágrimas foi porque eu aprendi a interiorizar minha dor. Não aches que eu não senti o peso daquelas palavras, eu senti e bateu forte, duas vezes; e eu agüentei. Não tenho orgulho pois fui merecedora por tal ato de insignificância. Mas também não acho que tudo está bem. Eu te amo, amo tanto que eu nem sabia que era capaz de tanto sentimento assim; não quero te ver magoado. Não é porque respondes mal para mim, não é porque não nos falamos, eu agüento isso. O que eu não agüento sequer pensar é que, mesmo amando tanto alguém eu o fiz triste. Isso para mim é inadimissível, entretanto, contigo, mesmo não querendo o fiz diversas vezes; e eu sinto muito.

Não adianta eu sei, não vai mudar nada, não posso voltar no tempo, assim como as minhas palavras aqui não servirão para muita coisa mas é o meu jeito de pedir perdão; por tudo que eu já fiz, por todas as tolices que eu já falei e irei falar, por todas as vezes que eu te maguei e que me remoí.

Agora todas as minhas fantasias amorosas estão relacionadas à ti e eu enxergo beleza em tudo dito por ti, é tri perigoso mas eu estou super disposta a levar isto adiante, mesmo que seja para sempre (levando em conta que o para sempre não existe). Todos heavy metal que eu troquei por músicas românticas e bobas explicam muito melhor os meus sentimentos por ti e claro, me fazem sonhar acordada. O fato é: até nas músicas mais pesadas eu me lembro de ti, é claro.

Talvez o que me faça manter o controle das minhas emoções seja a certeza de que eu não vou te perder por causa disso, embora eu saiba que isso é irritante.

Enfim, eu tenho várias teorias que tentam explicar o porque que tudo isto começou, outras mais ainda para o porque terminou e poucas que explicam o porque voltamos; acima de tudo eu tenho uma certeza: se não teve final feliz é por que ainda não acabou :)


'And all and time
you know I'll see you again and again
And every night I'm gonna hold you and hold and then
Before the line I will rescue and than we'll begin
Start it all over again'
Saving Grace - Pete Murray

15 de out. de 2009

R.I.P.

'Quem sabe eu ainda sou uma garotinha
Esperando o ônibus da escola sozinha
Cansada com minhas meias três-quartos
Rezando baixo pelos cantos
Por ser uma menina má
Quem sabe o príncipe virou um chato
Que vive dando no meu saco
Quem sabe a vida é não sonhar'

Cássia Eller - Malandragem

Sei que sou uma criança, e daquelas bem chatas. Eu sonho com o mundo perfeito, sonho com amores perfeitos, com dias, semanas e pessoas perfeitas sem lembrar que nada é perfeito.
E essa é uma das coisas que cedo se aprende. Talvez com o tempo e com todas as outras preocupações na cabeça a gente esqueça que estamos tratando de seres humanos nada perfeitos. Ou talvez seja apenas eu.
Sempre achei que eu fosse madura e uma pessoa interessante aos olhos dos outros e aos meus também mas agora percebo o quanto sem conhecimento eu sou.
Impulsiva, escandalosa, brincalhona, sim porque não? E eram qualidades até agora. Já passei por muita coisa, principalmente dentro de mim (não era emo mas sentia-me completamente sozinha, sem valor tanto meu quanto às pessoas ao meu redor), tinha uma melancolia fora do comum e eu não sabia como mudar isso. Eu aprendi, aos trancos e barrancos mas eu aprendi e agora, até me sinto assim às vezes mas eu sei que o problema é comigo, eu que acho que não tenho amigos, eu que acho que ninguém sente a minha falta e isso é completamente normal.
Agora eu sei sim me proteger de ameças e críticas embora ainda seja muito teimosa em relação à críticas construtivas ou não.
Meu problema é não ter maturidade para jogar limpo e eu me sinto muito mal com isso, especialmente com pessoas que eu amo e prezo. Não sei como falar e acho que tão cedo não saberei.
Preciso que alguém me ensine antes que seja tarde demais, antes que eu perca muito do que conquistei e que é meu de direito.
Sem melancolia, sem tristeza, apenas a simplicidade de saber o que quer e perder-se nos jeitos mais fáceis de ensinamento da mente humana.
Sou madura o suficiente para não ser uma criança embora aja como uma às vezes quase sempre :)



- E ainda dizem que a adolescência é boa !


LUTO

13 de out. de 2009

boa noite meu anjo


Não lembro do nosso dia.
Eu sei o teu dia, o meu, o teu e dela, o dia em que tiramos nossa foto, eu sei aquele em que nos tornamos dois separados. Eu lembro dos beijos, das falas e das carícias mas não lembro o nosso dia.
Não falo do nosso novo dia; falo do antigo... Aquele perdido há um tempo.

Você sabia.

Eu me lembro de ti me dizendo que faríamos um mês em tal data, mas agora já não me lembro mais.

Ontem à noite eu tentei lembrar. Peguei um calendário e fiquei tentando lembrar. Eu sei que a terça foi a vírgula e que o domingo foi o ponto final. Eu sei que foi no mês de outubro, durante o mês de setembro.

Eu sei que dia 22 de setembro e dia 3 de outubro foram inesquecíveis. Pelo menos pra mim.

Faz tempo e eu tento recordar, tento escutar de novo o que me falastes aquele dia, olhando no meu olho. Foi ali que eu percebi que as coisas não passaram tão batidas assim. Foi ali que eu percebi o perigo que minha mente tentou e conseguiu, diga-se de passagem, criar, um medo que restringiu o que eu mais tinha de precioso naquela época: minha liberdade.

Mas isso já são outros 500.

Eu gostaria de me lembrar do dia. Não faria nenhuma diferença, eu continuaria me alegrando a cada dia 12, entretanto quero satisfazer a minha mente, afinal eu já ando pensando nisso há 7 meses :)




'Olhar teus olhos de promessas fáceis
E te beijar a boca de um jeito que te faça rir
Hoje eu preciso te abraçar

Sentir teu cheiro de roupa limpa

Pra esquecer os meus anseios e dormir em paz

Hoje eu preciso ouvir qualquer palavra tua

Qualquer frase exagerada que me faça sentir alegria

Em estar vivo'

Jota Quest - Só Hoje

3 de out. de 2009

minha alma clama

Você me deixa com lágrimas nos olhos cada vez que faz isso.
Dizem que lava a alma, o choro. Mas eu não acho que o aperto no coração ajuda.
Eu acho que as coisas poderiam ser mais fáceis, é poderiam, eu não me importaria.
Acontece que isso me arrasa. Como nunca arrasou antes. Como nunca nenhum me deixou tão mal.
Se não é amor é algo bem perto disso e cara, então o amor é uma coisa além do além por que não imagino sentimento mais grandioso do que o meu por ti.
Podem parecer coisas clichês mas por favor, eu usar isto aqui como método de desabafo já é algo super-hiper-mega clichê.
Eu não me importo. Agora as lágrimas começam a fazer cócegas e eu continuo lendo e relendo as mensagens, os históricos e reproduzindo as vozes na minha cabeça para que assim, venham mais lágrimas com cócegas.
É o que acontece comigo quando eu te entendo mal humorado ou triste.
As minhas nóias em relação a nós tornaram-se verdadeiras.?
Passarei minhas noites com o coração apertado, chorando e, elas tornaram-se comuns; eu sei que a culpa é minha disso tudo mas eu não consigo parar. Não me faz bem e eu não quero mais nada assim. Os teus 'uhum' são meu pior castigo!

Minhas lágrimas que me fazem sentir cócegas não páram mais e, pelo visto não irão parar hoje.
Esta noite entrará para a lembrança daquelas noites em que adormeci chorando, naquelas em que o cansaço toma conta das lembranças inoportunas.
Lavarei a alma, mesmo sem querer.

30 de set. de 2009

não sei mais de nada !

Tinha tudo para ser perfeito. Tinha tudo para ser bom além do imaginável, era um sentimento recíproco, tinha força e conteúdo o bastante para o mundo inteiro!
Não existe mais força, não existe mais disponibilidade. Eu realmente gostaria que existisse para poder deixar tudo perfeito mas não existe.
Há sentimento, sempre haverá, não tem como se negar isso. Mas alguma coisa aconteceu, algo se perdeu no meio do caminho, não sei. Alguma coisa mudou, mudou além do curso natural das mudanças.
Alguma coisa que existia antes na nossa empolgação sumiu.
Não tem nada a ver com vontade ou não de ficar junto, não tem nada a ver se ama ou não, é apenas uma, talvez, insegurança?
A partir do momento que eu deixei isso ser perfeito eu me abri, mais do que me abri, me escancarei para tudo e todos, minhas várias opiniões e meus vários gostar e não gostar... não me arrependo, só que agora estou cada vez mais vulnerável e eu sei disso há pelo menos 3 meses.
Eu sei que mudou. Mudou porque eu não vejo meu futuro próximo.
Seguindo a minha linha de raciocínio eu teria que deixar tudo, para mim as coisas não são mais 100% mas eu não quero, eu acho que eu algum momento elas poderão voltar a ser 100%.
Eu sou extremamente feliz quando do teu lado e agora que não te vejo me enlouqueço, invento mil formas para te ter de algum jeito.
Talvez a vontade de olhar aqueles olhos novamente cortou minhas palavras, talvez a minha incerteza sobre algumas coisas te fez desanimar. Não estou assim apenas contigo e é por isso que acho que o problema é comigo mas eu realmente acho que tem alguma coisa mudada e não é em mim.
Parece que o meu sentimento gigante já não é o bastante. Acho que nessa sua imensidão eu acabei me perdendo dentro dele.
Não importa mais, só quero que volte ao normal, volte ao jeito que era e sempre foi.
Não quero mais mudanças, só as aceitaria se fossem de uma vida completamente diferente, já que não são, as passo obrigada. Minha vida estava do jeito que eu queria que estivesse, até que alguma coisa se perdeu nesta semana...


Devem ser só preocupações infundadas, resultado de alguns cafés fortes, cansaço mental, noites mal dormidas e uma mente fértil o bastante para criar situações exageradamente verdadeiras.

28 de set. de 2009

minha própria análise

Meu silêncio já não me preocupa tanto. Às vezes fico quieta, só observando e tentando analisar as pessoas. De vez em quando permaneço assim, concentrada, durante umas horas, às vezes dias e até semanas.
Meu maior erro é achar apenas eu tenho direito à tais atos. Só eu tenho o direito de pensar, analisar e tentar achar uma solução, de vez em quando.
Sempre estranho quando mudam comigo e sempre fico a pensar no que eu fiz, quando, na maioria das vezes a pessoa é que tinha problemas, a pessoa que queria um pouco de solidão. E é extremamente natural e normal.
Mas eu, noiada do jeito que sou fico tentando achar um motivo dentro dos meus atos que justifique a alienação da outra pessoa.

Estou em um momento novo de mim, estou silenciosa e pensativa mas procurando não me enlouquecer. Procurando analisar todo mundo e tentar achar os problemas para apresentá-los ao chefe da hierarquia, ele deve saber o que fazer com tudo isso.
Agora quero para mim apenas o fácil e o simples. Estou precisando.
Quero a simplicidade de uma risada, quero a simplicidade de um banho de chuva.
É, um banho de chuva com alguns amigos que saibam o que eu quero e que eu também saiba o que eles querem. Estes amigos que eu saiba que no momento, não tem problemas e que estão ali de corpo e alma.
Comigo.

27 de set. de 2009

aquela história

São coisas importantes divididas com pessoas importantes.
Talvez eu quizesse que as coisas fossem mais simples mas isso é tudo coisa da minha cabeça, eu entendo isso.
Não é que eu não queira, não é que as coisas aconteçam sozinhas, afinal elas sempre tem um motivo, mas é que tem vezes que minha cabeça quer mandar demais.
Sempre fui muito boa em fazer tudo sem pensar, às vezes nem querendo tanto assim mas sabendo das conseqüências e estando nem aí com elas e agora, que é algo que eu realmente quero eu não consigo não me importar.
É fácil, é só relaxar, deixar as coisas acontecerem. Eu sei e posso fazer.
Nunca me importei com o resto, com as opiniões alheias. Pelo menos não sendo a "nova" Carolina, a tida De-Zotti. É verdade aquela que eu era preocupava-se demais com coisas ínfimas, mas uma das regras de uma nova vida foi ter isso melhorado.

Vou ver o que eu posso fazer, só que agora as coisas estão tendo um novo significado pra mim. Estou pensando muito no talvez, não sei se é uma coisa boa ou ruim, nem se vai me acrescentar alguma coisa mas... Pelo menos continuo tentando.

Deve valer alguma coisa :)

26 de set. de 2009

time's just a concept ♪



'Call a decline

Slowly defines me
Is falling away far behind
Nothing to keep me with the time
The here and now
Where am I meant to be?
I'm feeling lost in a dream
Yearning again only to be myself

When I'm free
When my song has start
Release myself forever
I have no regrets
To be free
I'm existing again
No, I'm lost endeavours
Nothing to concern
When I'm free'

Epica - Unleashed

17 de set. de 2009

uma antiga recordação

... e relembrar aqueles acordes, de repente me fez voltar à um tempo em que o ritmo valia mais que tudo, à um tempo em que a vibração da música mandava em minha vida. Aquele tempo passou e deixou saudades; continuo entre as mesmas pessoas, bebendo a mesma vodka e falando as mesmas besteiras sem fundamento. Entretanto agora sinto que ali é meu lugar. Ali, entre tanta gente tida como estranha e por entre a atmosfera obscura que faz a verdade ser tão repugnante ao ponto de chamarmos de mentira.
Ali, ontem me faltava algo, hoje se tornou meu coração.

Espero que essa música fale mais sobre mim do que eu dela, e espero que estejas do meu lado sempre.

Espero que eu possa sempre ouvi-la suavemente e divertir-me com ela.

É tudo que preciso: a liberdade de um velho rock and roll.



'I've lived a life that's fool
And each and every highway

And yet, much more than this

I did it my way
'
(Sex Pistols - My Way)