7 de nov. de 2009

please, don't leave me


- Foi porque eu senti a sua falta?

- Não.

- Foi porque eu te liguei ontem à noite?
- Não.

- Porque foi então?

Ele se calou. Dos olhos dela começaram a transbordar lágrimas. Finalmente ele achou palavras:

- Eu acho que só não foi mais satisfatório. - levantou-se.

- Só isso? - perguntou ela enxugando as poucas lágrimas do seu rosto.

- É... Não sei. - disse ele, andando de um lado para o outro. - Acho que já não tenho mais nada pra fazer aqui, não é?
Tentou sorrir mas olhou-a pela última vez, foi até a cama, onde ela estava sentada, chorando. Agachou-se e pôs as mãos dela entre as dele.
- Eu só quis que acabasse bem, que nenhum dos dois ficasse com raiva do outro. A verdade é que eu estava distante, mesmo ainda sentindo algo por ti, só que não era o suficiente e...

Ela colocou seu dedo indicador na boca do rapaz, como em sinal de silêncio; ele obedeceu e calou-se. Ela inclinou-se e o beijou, silenciosa e lentamente o beijou pela última vez. Ele a olhou nos olhos e deixou que uma lágrima escapasse. Levantou-se e saiu do quarto.
Ela deitou-se e desabou a chorar e ele, ainda escutando aqueles sons cada vez mais distantes se pôs também, não sabia que seria tão difícil.

Seguiu pela rua movimentada apenas caminhando sem rumo, sem pensamento.
Algumas horas depois até sentiu uma enorme vontade de telefonar para ela e dizer que tudo não passou de uma brincadeirinha de mal gosto dele e que a queria de volta, ensaiou discursos até mas conteve-se. Mais cedo ou mais tarde se acostumaria com a falta dela. Tinha que se acostumar.



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