ter te visto fugir do edredom e enfrentar o frio ao sentar na cama sem camisa, colocando os pés para fora e olhando ao redor, procurando a meia que havia sumido há tempos foi um dos momentos importantes. na verdade ter te encontrado naquele fim de noite foi muito importante. dentro daquela festa foram vários os momentos que me senti dispersa e fora do ritmo. estava ali por uma amiga e foi isso que me manteve lá até as seis da manhã, mesmo com a ameaça de voltar sozinha pra casa e observando a decepção em pessoa me olhar de volta e conversar com outra guria.
a leve chuva, típica do inverno cassineiro, não importou quando te vi sorrindo e caminhando em minha direção. toda aquela ansiedade que eu sentia sumiu quando largastes uma conversa e, como um imã, viestes em minha direção.
já tínhamos visto o sol nascer e agora ele estava se pondo novamente, o ar ficando mais frio. eu só queria te abraçar e tentar te comunicar o quanto salvasse a minha noite, te agradecer a felicidade que tu criou ao ter me feito esquecer, em questão de segundos, que aquela guria evitando olhar alguém não era eu. foi tudo muito natural e a cada beijo no pescoço que eu te dava, queria te agradecer por ter me feito voltar ao 'normal', por ter voltado a olhar a felicidade da chuva, do vento e do grão de areia remexido.
às vezes a gente precisa que outras pessoas enxerguem pela gente, às vezes elas tem que nos dizer o quão legal somos e redescobrir as coisas boas que temos em nós porque simplesmente já não conseguimos mais. eu me sentia incapaz, com baixa autoestima, mesmo com tudo me apontando a vida maravilhosa que tenho.
hoje, depois de ter dormido mais de 12 horas, acordei e fui limpar as conchas lindas que estavam aqui em casa, escondidas. acordei e fui falar com a minha família e por mais feio que o dia esteja, reencontrei a minha paz interior.
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