29 de mai. de 2010

cotidiano inútil

esse sábado mais ou menos em que eu me propus ler as cinqüenta páginas de Misto-Quente no completo escuro eu tenho certeza que não foi um sábado desperdiçado. essa melancolia e esse vazio não são prejudiciais, ao contrário. eu juro que se eu não tivesse um relatório a ser feito eu passava o dia todo longe do computador.

e eu acho que no fim é isso que todos precisamos: um dia na companhia de um livro apenas. eu tenho a impressão de que já não sabemos viver sem comodidades e atrofiamos vários órgãos por culpa delas. é triste falar isso mas eu mesma me enquadro nessa condição. se eu utilizasse as duas horas mínimas em que gasto apenas checando os sites dos quais participo (blogs, jogos online, twitter, formspring, orkut, msn e por aí vai) eu lia todos os livros que ocupam o espaço dos não-lidos na minha gaveta de cabeceira, passaria em todas as matérias e não ficaria por décimos como sempre fico, daria mais atenção aos meus familiares. esse problema atinge a maior parte da população, majoritariamente os adolescentes o que acaba sendo mais preocupante ainda pois torna-se um comportamento normal e com certeza eles levarão isso para a vida toda. por Deus, eu tenho várias matérias onde meu caderno tornou-se virtual, eu já não entrego trabalhos impressos, e sim os mando para o e-mail do professor. são mudanças, sim, e benéficas, mas precisamos impor limites, precisamos pensar até onde isso se tornou normal e até onde estrapolou.

hoje, um dia escuro, chuvoso e sozinho, tornou-se mil vezes mais produtivo do que uma terça-feira repleta de aulas e de pessoas. voltei para esse meu infortúnio apenas por causa de um relatório que, infelizmente, não se fará sozinho e por um motivo nobre: torcer pelo meu tricolor imortal.

reflitam.

25 de mai. de 2010

contradições, Dio, Paul Gray e religião


"Ele dá a conhecer seus desejos gritando alto no começo,
depois chorando, se a primeira técnica não funcionar." (Heavier Than Heaven - Charles Cross)


esse desejo de escrever está me tirando o sono já. não há o que ser comentado, não há o que ser justificado e cada vez mais eu percebo que o mundo não está pronto para o verdadeiro sentido do rock n'roll.

ontem, 24 de maio de 2010, Paul Gray (baixista do Slipknot) foi encontrado morto em um quarto de hotel e desde o momento em que a notícia foi publicada o apoio dos fãs e amigos têm-se feito, acima de tudo, via internet. aqui faço um adendo e digo que a notícia da morte dele me afetou profundamente, mesmo não sendo uma maggot fanática pela banda considero o Slipknot muito importante quando vejo o quanto eu mudei de uns 5 anos para cá. enfim, soube e fui logo procurar por mais notícias, sendo assim vi um comentário extremamente desnecessário de uma pessoa ridícula que, xingou o musico morto, seus fãs, disse que sua música era satanista e ainda escreveu que ele havia se suicidado e por causa disso e de todos os pecados que havia cometido na Terra incitando jovens ao diabo, Deus não teria pena de sua alma.

agora eu me pergunto, se esse cara falou tudo isso é porque ele acredita piamente em Deus não é? e se ele falou isso tudo ele já está pecando porque ele acabou de dizer que o cara mereceu morrer?! se tu não gosta da música do cara tudo bem mas pelo menos respeita os sentimentos de quem gostava e o fato de uma pessoa, independente do que tenha feito em vida, ter morrido. é uma opinião minha achar que o metal não é apenas barulho e se tu for obsevar o Slipknot não tem nada de satanista, ele é violento na maneira como toca mas não em suas letras. enfim, o rock (em especial o metal) sempre foi taxado de satanista, anárquico e o caralho a quatro e quando, na verdade, falou sobre tudo o que as outras músicas relevavam (quase como o período do romantismo, tendo como seu opositor o realismo). o rock n'roll sempre foi libertador e lutava por uma causa, simples assim, a verdade nua e crua.

um assunto que se liga a este e que esteve presente ao longo da minha semana (leia-se semana como a passada e inicio desta) foi a religião. muita gente me julga por não exercer uma religião, sobre não acreditar em Deus, mas como eu vou seguir uma coisa onde as mesmas pessoas que me mandam fazer tais e tais coisas ao virarem as costas se contradizem completamente? pra falar a verdade eu sou contra a igreja católica, até porque não conheço muito de outras religiões. existem muitos pontos em que eu discordo da católica e sei disso muito bem porque tenho uma vó católica apostólica romana esquizofrênica (risos). eu poderia acreditar apenas na figura de Deus mas daí eu teria que admitir que Ele criou o mundo em sete dias e que a origem humana foi Adão e Eva (mais risos ainda).

eu acredito na teoria científica, eu acredito que o mundo foi o resultado do Big Bang e acredito na teoria evolucionista. eu odeio pessoas que tentam catequizar as outras. eu odeio pessoas que julgam sem saber e mais ainda eu odeio quem diz que o rock n'roll de todos meus dias é satanismo, porque eu não me importo de ser taxada se satânica se for preciso, não largo meus riffs de guitarra por nada.

as pessoas precisam de alguma coisa maior para acreditarem, parece que o simples fato de estar vivo e ter seus afazeres cotidianos não é o bastante. eles precisam acreditar em um bem maior, precisam se guiar por algum modelo, parece que se eles resolverem pensar sobre o assunto serão condenados pelas outras pessoas, e a verdade é essa: as pessoas tem medo de pensar por si mesmas por que é mais difícil criar uma personalidade do que simplesmente escolher uma que mais te agrada entre as várias que existem por ai.

eu acho que pessoas católicas apostólicas romanas que se contradizem - tipo padres que estupram criancinhas - deviam morrer queimados. eu sempre achei isso mas eu nunca vou me esquecer da última vez que eu pronunciei essas palavras em público, quase fui apedrejada pela minha família e amigos. eu acho ridículo um Papa dizer que a igreja é contra métodos contraceptivos. então quer dizer que todo mundo pode engravidar a vontade, deixar teus filhos morrendo de fome, esperando Deus olhar por eles e resolver os teus problemas, pegar doenças que podem ser tua certidão de óbito que se tu acreditares em Deus Ele vai te salvar? pra mim isso é insultar a inteligência humana, por favor. eu não entrarei em um modelo pré-definido em uma cacetada de anos antes de cristo porque todo mundo entra, faça-me favor.



enfim, primeiro foi o Dio, agora o Paul Gray e esse cara xingando pessoas mortas e sem nenhum tipo de respeito pelo outro ser humano, eu não pude ficar aqui sem fazer nada. não, não resolvi falar de religião porque eu assisti ao video do PC Siqueira, curto ele mas essas idéias são minhas, possuimos praticamente o mesmo tipo de opinião mas eu tenho meus motivos para ser assim e eu te garanto que nenhum deles é porque ele falou isso.




feliz dia do orgulho nerd e ontem foi o dia nacional do café. estão aqui dadas suas devidas lembranças e me desculpem por passar tanto tempo sem postar e voltar com um texto tão polêmico quanto este. quem se prestou a ler tudo isso, minhas condolências ;)

17 de mai. de 2010

the romance is dead

É agora, escutando Dylan novamente que as coisas acabaram, de fato. Me falta algo, me falta tudo, me falta me colocarem no colo e me consolar, eu sinto que me perdi de mim e do mundo e por motivos tolos. Tenho medo de ter ficado fraca, temo não ter mais forças para seguir em frente quando esbarrar em um obstáculo maior.

Nada é como parece, preciso de amor, carinho, um sorriso que me encante como a tempos eu não vejo. Continuo com a idéia fixa de, quando tudo me for contra nessa cidade, simplesmente me mudar e começar de novo. Sim, eu fujo, e fugiria bem mais se não fosse essa cidade ridícula que cada vez mais me leva para o chão.

Por favor, por piedade, me dê um cigarro. Sim, esse aí que está na sua boca, eu topo. Me leve para um festival qualquer de rock e me dê uma cerveja na mão. Já está na hora de procurar esquecer o que não sai de mim, está na hora de arrancar, nem que seja à faca todos esses sentimentos que eu ainda levo comigo. Dylan me faz refletir na vida quando eu menos quero, talvez seja esse o motivo que eu não curto ele, eu nunca entendi isso. Eu nunca entendi o porque de muitas coisas e várias vezes inventei sentido e motivo para elas. Aliás é isso, as coisas nunca fizeram sentido. Nunca. A vida já não faz mais sentido e as ambições foram todas jogadas no lixo. A madrugada está pronta para chegar e os livros de química em cima da escrivaninha, abertos e rabiscados de raiva continuam ali. A água na chaleira ferve como nunca, ela não passará de 100ºC e infelizmente não atingirá temperatura suficiente para me queimar a boca e me impedir de falar bobagens, afastar mais pessoas de mim.

O café não se fará sozinho e o Dylan não pára de tocar nunca, pára pára te imploro. Dê sentido para suas letras e façam esses dedos pararem de digitar palavras loucamente, sono venha por favor, me cale até a manhã do dia seguinte, sempre há um dia seguinte, cheio de rotina, sono e conversas altas e na sua maioria exaltadas.

O cigarro ainda não chegou e eu estou aqui esperando, não me cansarei, não dormirei, quero meu vício de volta, quero meu tempo foda de novo, quero um sentido para o dia e não a justificativa 'tem prova na quarta' ou 'tu recebe certificado e conta horas de estágio'. Os 16 anos estão passando e o que faltava seis meses hoje estão saindo da marca dos três. É muita coisa em pouco tempo, a fantasia me surpreende e o cigarro não chegará. Estou fraca, presa, sozinha e no escuro, sem a possibilidade de explorar uma madrugada linda e fria. Dá pra dormir até tudo voltar ao ponto onde eu me perdi de mim mesma?

the two of us

Aquelas paixões completamente burras e coloridas que nos pegam desprevenidos acontecem. E acontecem tão rapidamente que às vezes até as esquecemos. Eu já vi borboletas onde não existiam, olhei diretamente para o sol diversas vezes e fiquei enxergando bolinhas brilhantes nas coisas, parecia tudo surreal, assim como quando te olhei pela primeira vez.

Eu te idealizava de uma forma completamente diferente do que tu és realmente, a capital me forçou a te conhecer melhor e os barzinhos de beira de esquina nos convidaram para uma cerveja em um domingo, quatro horas da tarde em um sol escaldante e um ar costumeiro e completamente abafado.
O que eu posso te dizer é que a tua voz rouca é a mesma das rádios e que os teus olhos são mais profundos e reveladores de uma alma calejada do que eu jamais observei. Eles me dizem tanto.

Foi assim, num piscar de olhos anoiteceu e ventou, choveu forte, parou e deixou a garoa nos enganar, nos fazendo continuar naquele boteco que antes, nenhum dos dois faziam idéia que existia. Tínhamos exatamente um dia. Teu vôo saia as seis da manha e tu precisavas acordar cedo, o que era um desafio. Nos despedimos ás exatas onze horas da noite, 'eu preciso voltar, só por isso' tu me dissestes ao pé do ouvido usando e abusando da tua voz calma e rouca que me estremeceu e arrepiou toda. O que se seguiu foi um misto de confusão e o sentimento que perdurou foi aquele em que sentes que tu já conhecia aquela pessoa a tempos.

Eu nunca mais te vi pessoalmente e nunca mais me senti tão imensamente feliz quanto naquele dia em que eu voltei na chuva caminhando por uma metrópole anoitecida e quieta, voltei para a minha cidade, voltei para os meus costumes, sonhando com a noite passada e com a próxima onde eu passaria contigo.

14 de mai. de 2010

da última canção que cantamos juntos

"Novamente me encontro olhando a noite pela janela do meu apartamento acompanhada apenas pelo meu maço de cigarros e a minha caneca de café. É incrível o gosto que fica na boca quando tomamos um gole de café e em seguida deixamos essa fumaça adentrar nossos pulmões. Nas últimas noites isso durou mais do que o esperado. Esqueci da Janis no rádio e encaminhada pelos seus gemidos e gritos ritmados, fui levada a um lugar longíssimo, um lugar caótico e estranhamente feliz.

Hoje à tarde eu devo confessar que me senti insegura e deprimida. Os motivos não cabem neste pedaço de papel que eu rabisco, só tenho uma folha. Esse vazio que me invadiu a uma certa hora me forçou a pensar no que eu estava fazendo, te escutando e não te tendo aqui comigo. É um apartamento muito grande para uma pessoa sozinha, mais ainda, é uma cidade muito grande.

Queria eu que tu fosses o meu único problema mas no momento tu és o que mais me incomoda. Aquele ato de insanidade que o teu amigo fez, te ligando no meio da madrugada (passando por cima de todos avisos meus de que tu já estarias dormindo e que, caso atendesses ias xingar quem quer que fosse e desligar na cara, virar pro lado e dormir novamente), ele falou coisas que eram verdade mas não deveriam ser ditas por ele, em uma ligação noturna a quilômetros de distância. A conseqüência foram vários copos de cerveja vermelhos (aqueles de curtidas americanas que aparecem nos filmes) derramados em cima de ti.

Enfim, eu sinto a tua falta nesse apartamento aqui em Porto Alegre mas eu me contento sabendo que tu estás longe e alimento a falsa esperança de que tu só não estas aqui comigo porque não te encontras na mesma cidade que eu, o que é uma completa mentira.

Eu só não consigo acreditar que tudo o que eu sonhei acabou de uma hora para outra, em uma ligação. Eu já te disse, temos que parar de nos ligar. Um dia eu me mudo para São Paulo e resolvo tudo isso mas enquanto tudo isso não acontece eu acho que será melhor se tu continuares apenas no meu player, nos meus álbuns de fotografia e nas mensagens do meu celular. Eu te amo e sei que o melhor é dar um tempo para tudo se acertar, a culpa não foi minha nem tua, foi da distância. Eu já te disse, os apartamentos são grandes demais para permanecerem tempos vazios."

13 de mai. de 2010

solitude in abs...


'Amanhã
Pode ser que o nada exista
E tudo seja ilusão
E o que importa agora
É esquecer então

Diga
Fale tudo que souber
Corra
Faça da vida o que quiser

E tudo parou agora
E tudo mudou'

Amanhã - Abril

4 de mai. de 2010

putas, A Janela Secreta e cubos mágicos

eu juro que poderia escrever uma história tipo 'A Janela Secreta'. alguma coisa dentro de mim se torna incrivelmente inspirada quando vejo filmes de escritores.
esse filme é muito foda e de quebra tu ainda olha pro Jonny Deep piradinho o filme inteiro *.*

eu não tenho muito o que falar, a não ser que hoje eu resolvi matar aula realmente, fiquei em casa o dia inteiro e não me arrependo disso. hoje o dia está completamente xoxo e chuvoso. gostaria de ter um cubo mágico e mais um livro de Shakespeare.




'isso é sobre aquelas garotas que dão para cachorros por falta de homens como eu; esses escritos tornam-se claros feitos de papel vegetal e obviamente nunca me inspiraria numa mulher como essa, puta e luxuosa, bebendo mais do que ouso agüentar, me socando e chutando, quebrando garrafas de wisky barato em cima de mim, enquanto um cachorro ridículo me olhava com orgulho, rosnando em um quarto de hotel podre completamente escuro. nunca me importei em pagar por sexo mas pelo menos elas tinham que me agradar. ela nunca me agradou e certamente se interessou por mim e se emputeceu quando preferi uma boa dose de tequila ao invés de comer aquele cu sujo. muito obrigada mas prefiro colocar minha boca em um copo imundo do que meu pau na sua boca sem dentes e cheia aftas.'

A.C.

3 de mai. de 2010

sutil como um tapa na cara.

eu tive várias idéias para esse próximo post, várias mesmo, desde China até as antigas fitas cassete. me vejo falando de amor. novamente.

eu não sei porque me sinto tão confusa cada vez que olho para o meu roxão do braço esquerdo. deveria ser só mais um roxão, assim como quem o fez deveria ser só mais um mas isso há horas não acontece e eu fico de cara. ele não quer nada comigo e eu continuo 'correndo atrás' já que eu odeio gente que faz isso comigo eu não deveria fazer isso com os outros né mas eu acabo fazendo. assim como não me iludir, não adianta falar, bater de cabeça na parede, eu sempre acho aqueles gestos mais nada a ver os mais reais e legais e no final me fodo.

cansei de falar de amor nesta porra, cansei de falar de amor em qualquer canto. queria te esquecer enquanto é mais fácil.



e quase sem querer, me apaixonei por você

1 de mai. de 2010

o cara dali da esquina

ontem à noite ela me confessou que o notou durante a semana. essas conversas que 'pesam' como a semana foi não servem para nada, escutei o que não queria. eu disse a ela, ela sabe que não é bom para ela tentar, em vão, chamar atenção de alguém que não quer ela. ela sabe que passou vergonha naquela noite, fazendo do possível e do impossível para ser notada de um modo diferente e não como uma puta qualquer mas parece que as coisas não entram na cabeça dela. ela é minha amiga, sabe o quanto eu prezo pela amizade dela mas em alguns pontos ela me estressa.

não entendo essa mania de procurar garotos que não estão nem aí pra ela. talvez seja o desafio de convertê-los. de qualquer forma com este acho que ela não obterá sucesso. é uma pena porque ele é bem o tipo dela e é um guri legal, eu ficaria feliz se eles ficassem mas parece que ele é gurizão demais para prestar atenção nas coisas legais dela e não nos erros que ela comete. e é engraçadíssimo que quanto mais ela quer se sobressair mais ela fica igual a todo mundo. ela não é o tipo de guria que se importa, ela é ela e deu e isso sempre foi uma coisa da qual admirei nela.

quem sabe ele se ligue que ela é uma boa opção e que ela poderá gostar dele pelo que ele é e tomara que ele veja o lado bom e engraçado dela. é o que ela quer, que ele a olhe de outro jeito. só isso.
'Se ainda guarda pra mim
Um lugar no seu coração
E se ainda quer me ver
Se ainda pensa em mim
Porque eu penso tanto em nós dois'