10 de ago. de 2010

Led Zeppelin - Quando os gigantes caminhavam sobre a Terra...

Terminei Led Zeppelin - Quando os gigantes caminhavam sobre a Terra (Mick Wall).

Quando comecei a ler o livro, em janeiro desse ano, notei que precisaria de uma carga musical enorme para compreender o que havia sido a época transitória de 50/60 e isso se refletiria na minha compreensão a fundo que o livro proporciona sobre as raízes da música que o Led Zeppelin criou. Parei então de ler o livro. Pesquisei todas referências que ali estavam e ia lendo, vagarosamente, até entender como as coisas haviam ocorrido.

O autor deu o devido valor, inicialmente pelo menos, ao sonho que Jimmy Page insistiu em tornar realidade e que hoje é inegavelmente uma das maiores bandas de rock de todos os tempos. Haviam outros fatores, que não apenas musicais, e sim ambientais contextualmente que deveriam ser levados em consideração (inclusive sobre a história de cada um dos cinco membros) e que o autor deu devida atenção.

Realmente alguns pontos do auge (ou da sua caminhada a ele) foram deixados nas entrelinhas que se fossem comentados a fundo tornaria-se uma coisa extremamente desnecessária de se ler, ponto positivo, entretanto eu senti falta da emoção que a máquina do Led Zeppelin era nos anos 70. Me pareceu que esse período não foi tão esmíuçado quando o início da banda foi, o que para mim foi completamente desapontador, afinal haviam transformações que a banda (a banda como um conjunto e seus integrantes individualmente) passaram que deveriam ser mais explorados. Eu quis o livro para ter um contato mais direto com o que foi a banda em uma época que eu não vivi. O DVD duplo me faz viver muito mais a poderosa máquina que foi o Led Zeppelin do que a descrição feita no livro.

Eu li a biografia do Kurt Cobain (Mais Pesado que o Céu) e ela sim me fez viajar para uma década nem tão longe assim mas que eu nos meus humildes 16 anos não lembro e não tinha como ter vivenciado. Charles Cross me fez chorar inúmeras vezes lendo aquele livro e no entando Mick Wall não arrancou nem um olhar umidecido.
A morte de John Bonham era uma coisa que eu esperava muito mais, a morte do filho do Robert Plant foi um fato que eu admito ter ficado emocionada mas... não chegou a ser tudo o que eu queria que fosse. As coisas importantes aconteciam muito rápido e eu tinha medo de acabar o livro, eu não queria que o Bonzo morresse, como se isso fosse trazê-lo de volta a vida. Entretanto eu acho que esse meu sentimento se deve à minha admiração pela banda e por cada um dos cinco integrantes e não muito à narração do autor.

Achei realmente fascinante o livro nos fazer entender o mundo paralelo que o Led Zeppelin criou, me entreti com Jimmy Page criando o monstro e não deixando que nada o fizesse mal e Peter Grant, por sua vez, protegendo Page para que nada acontecesse a ele ou ao seu filho.

Faltou o poder e a fascinação que o Led Zeppelin impunhava em cada segundo dos seus shows de três horas cada. Há fatos bastante interessantes no livro e muitas coisas são explicadas e que eu admito que não sabia e fiquei feliz de saber mas confesso que a maneira com que o livro acabou... me decepcionou, no mínimo.

Eu comecei o livro achando que o autor puxava um saco legal para o Page, acabei descobrindo que não era tanto assim, existiam motivos para tudo aquilo e o livro me mostrou uma face do Led que eu nunca saberia só vendo seus DVDs ou escutando seus CDs afinal sempre há os bastidores, mas o final do livro me deixou bastante irada. Devido aos vários encontros desafortunados de uma tentativa de Led Zeppelin sem Bonzo, extremamente influenciados pela vontade de uma reunião permanente pelo criador da banda, o autor se posiciona de maneira completamente contraditória ao que ele veio, durante todo o livro, escrevendo. Com a morte de Bonzo, Page realmente parou no tempo mas é completamente desnecessária todas duas últimas folhas do livro. Infelizmente o livro se fechou de maneira a incitar ainda mais o aumento da distância entre as três ilhas que restam vivas, Page, Jones e Plant. O que me desapontou muito. Claramente eu não queria que o livro terminasse como um conto-de-fadas mas eu esperava pelo menos um final acima das expectativas e completamente histórico, um final que fizesse jus à banda de quem ele tratava.


Sem mais, me decepcionei. Valeu a experiência de ter chegado um pouco mais perto do monstro que a banda foi em sua respectiva época, valeu ter conhecido muita referência que hoje me faz compreender tanto as letras quanto o som em si que a banda fez contudo a lenda, o mito já não cerca mais os integrantes ou a união dos integrantes. Faltou a fantasia que o Led Zeppelin incitava em todos que vissem seu espetáculo pelo menos uma vez na vida, faltou o algo a mais que suas músicas ainda possuem, que o DVD possui mas que o livro deixou a desejar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário