25 de jul. de 2011

pelo final do mês

eu pensei que passava, que não fosse demorar muito, até porque o que se tem pra sentir de saudade é a própria saudade. procuro me esquecer de um monte de coisas que dividimos e o quanto eu acho que te conheço, assim como as inúmeras possibilidades de presentes de aniversário que já passaram pela minha cabeça e me atenho a tentar canalizar essa saudade da saudade de uma forma que não atrapalhe o meu dia-a-dia. não tenho mais aula pra matar, não tenho mais tardes sozinha pra chorar, como eu tanto fiz logo em seguida que eu me dei por conta que de fato tu não estavas do meu lado. até trabalho perdi mas eu precisava disso, desse momento.

o problema é que já deveria ter passado toda essa tristeza, vontade de não fazer nada a não ser chorar, ficar com aquela dor de cabeça por não conseguir respirar direito. acho que exagerei e até hoje exagero mas fazer o que? tenho vontade de fazer tudo isso, aliás é uma das coisas que eu mais tenho vontade e que eu realmente posso fazer. querer não é poder e nós dois sabemos disso, até mais que os outros.

o jeito de fugir disso tudo, exteriorizar o que eu sinto sem que isso me atrapalhe é escrever. é o momento que eu não me sinto culpada por lembrar de ti.
passei minha viagem inteira sonhando acordada, não tem um centímetro de Gramado que eu não lembre de ti. não tem um centímetro de mim que não lembre de ti, aonde quer que eu esteja.
tenho me esforçado pra tentar ignorar, esquecer e tenho feito progressos, por exemplo, compreendo melhor a situação e admito que estou adorando esse ano corrido, assim fico com menos tempo pra pensar nessas coisas.

essa viagem acabou comigo, acabou com o pingo de esperança que eu tinha e eu sinto falta novamente. não sei quando isso acaba e cada vez mais tenho vontade de dormir até que isso saia de mim por completo.

20 de jul. de 2011

o dia do amigo

6 anos de saudade, 6 anos de momentos não vividos. vou me formar esse ano e gostaria muito que tu estivesse lá, pra dançar a valsa comigo. me lembro quando me ensinastes, no natal de 2000, se não me engano. nem nos meus 15 anos tu estavas aqui.
não vou mais na tua casa visitar a vó todos os dias como fazia nos primeiros 2 anos da tua morte mas queria que tu ficasses sabendo que só não vou porque dói.

ontem eu tive que ir pra lá esperar o meu pai e não tinha ninguém em casa, me sentei na cama e fiquei me distraindo com a tv e juro que te vi falar pra mim que estava indo pra cozinha fazer o almoço, me deixando ver as trigêmeas, enquanto eu reclamava que te queria perto de mim. me lembrava dos jogos de tênis que eu tanto te incomodava porque queria jogar dominó. me diverti lembrando que tu sempre me deixavas ganhar, tu fazia as contas das peças pra que eu ficasse feliz e seguisse a tarde inteira a jogar contigo e não te chateasse. claro que eu era insuportável quando não intertida mas creio que a maioria das crianças são assim.

6 anos, passaram muito rápido, pra mim parece que são só 3. ainda me lembro direitinho das tuas feições, o que me surpreende já que não consigo lembrar coisas que aconteceram ontem. te amo e sinto a tua falta todo o dia. queria ter te falado isso mais vezes mas eu era muito criança pra entender que as pessoas gostam de escutar essas palavras. obrigada pelas lembranças, pela infância maravilhosa e pela paciência que tu tinhas comigo.

te amo te amo te amo.

18 de jul. de 2011

pessoas boas atraem pessoas boas.

sim, férias, finalmente. e com elas viagens, curtas e longas.
não ia escrever sobre essa experiência porque escutei que a maturidade ensina que é melhor guardar pra si algumas coisas e classifico este fim de semana como sendo, no mínimo, especial.
deixo de lado todo sentimento, toda sensação de lar, de fazer parte daquela família sem nem ter nenhum laço de sangue entre a gente, que se apoderou de mim quando estava naquela casa, e só divido poucos momentos vividos lá com os poucos leitores.

nessa família tão parecida com a minha e que, de alguma forma já é minha também, tem uma pessoa em especial que desde muito tempo merece minha atenção. ontem foi uma noite memorável e eu não mudei de opinião, continuo achando-o interessante. mesmo sendo chato de vez em quando.
tudo se resumiu a risadas mas eu tenho certeza que renderiam filosofias se não tivesse aquele computador. me encanta o fato de conhecer alguém que eu sei que tem tanto pra me contar, que eu tenho tanto pra aprender, pra observar. é em pessoas desse tipo que eu me miro, guardo todas similaridades pra que um dia eu consiga ser tão boa quanto.

é aquela coisa da companhia que eu vinha falando tanto. desde pequena eu observo essa pessoa dinâmica e obcecada por conhecimento e admiro-o, ontem não foi diferente. são poucas as pessoas que conseguem equilibrar alegria, sarcasmo e inteligência de uma maneira tão bela, o que aliás, é traço de família. é uma gente agradável e aconchegante, que faz bem ao coração.

gostei da madrugada, fui parte da família, gostei das contribuições aos meus pensamentos, alguns até que tu nem sabes que fizestes, observei e gravei cada idéia. a única coisa que eu consigo prestar atenção agora é conhecer mais, me atentar mais a companhia de todos, mas principalmente daquele que incomoda tanto minha vergonha pedindo o british accent.

tirei uma lição de vida desses momentos, algo pra me lembrar quando eu não estiver muito bem, algo pra tomar como exemplo de vida. espero um dia atingir a metade da grandeza de espírito deles e espero tê-los agradecido o suficiente.

12 de jul. de 2011

meu amigo invisível

o único problema ultimamente é a companhia. a cada vez que eu, mentalmente, programo meu dia penso na possibilidade do teu desperdício de tempo comigo. chego até a olhar pro lado e te ver ali, sorrindo e falando. idiotice mas eu sinto falta. não venho me expressar como quem sente falta do amante, falo sobre quem sente falta do amigo, da cumplicidade e de não ter que gastar tempo conhecendo uma pessoa. até porque já chego a conclusão de que não sei mais fazer isso.

queria as risadas e que um amigo de anos me surpreendesse com o que eu já sei dele. queria não me preocupar com o silêncio constrangedor de quem não tem mais assunto. como é difícil se tornar amigo de alguém. mais difícil ainda é manter a amizade. só penso que, depois de tudo, de toda dificuldade e de todas horas perdidas na frente da tela do note, poderíamos nos perder mais um tempinho. ao mesmo tempo tenho medo de te falar que sinto falta por medo de ser mal interpretada e tentando não piorar as coisas, não faço nada. se até eu me controlo e não tomo iniciativa nenhuma, que dirá tu? nem deve mais passar pela tua cabeça isso.
pois aí é que está, eu tenho me controlado e o meu objetivo é o mais básico de todos mas mesmo assim tem o medo de voltar a sentir tudo novamente. em time que está ganhando não se mexe, não é mesmo?

penso em todos comentários dos jogos de futebol, nos filmes, nas pizzas regadas a vinho, nas vésperas de prova que eu te pedia pra tentar me ensinar leis que eu tenho ódio, mas que fazia só pra saber que tu tinha estudado e nas vezes que eu me empolgava falando dos meus termos técnicos, nos dias chuvosos que eu acabo olhando para a parede, de tanto tédio. são lembranças demais, lembranças que eu queria que continuassem.
espero que um dia elas voltem a acontecer.

2 de jul. de 2011

velhas lembranças

tenho pensado em ti várias vezes ao dia ultimamente sabe? embora não consiga mais nos imaginar juntos, pra sempre. pelo menos tu sempre me passou segurança, estivesse ali nos meus momentos mais frágeis e isso sempre me irritou, nunca queria te mostrar esse meu lado mas tive medo de não mostrar. pelo menos tu estás aqui comigo, perto o bastante pra que eu possa te tocar, algo que não seja só sonho.

é verdade, as coisas mudaram e muito, tomaram um rumo que ninguém imaginava mas tu mesmo me dissestes que não te arrependes e eu tenho certeza que não, afinal sempre foi o teu sonho. essa história de sonhos foi o que mais nos afastou, tu sabes? os meus mudaram, na verdade só cresceram, cresceram tanto quanto a barriga de uma grávida, de maneira que eu não podia mais ignorá-los e continuar da mesma forma, era preciso encará-los. e assim eu fiz. sozinha. estou sozinha até hoje, sempre estive e isso é uma das coisas que até a minha mãe já notou, eu sou uma pessoa sozinha.

queria tanto voltar naquele tempo que eu adormecia nos teus braços. 2 anos atrás. cada vez que eu vejo meu caminho livre eu penso em te ligar. até quando o caminho não está livre eu penso em te ligar mas parece tanta bobagem... ligar e falar o que? que me parece que nunca vou conseguir te esquecer? que quando eu consigo ignorar vem alguma notícia que me faz lembrar e fantasiar sobre como seria? achava que só eu tinha essa idéia, esse sentimento de nunca conseguir me livrar de ti e quando tu me falou isso a minha vontade era pular no teu pescoço, te abraçar mais forte do que todas as outras vezes juntas e dar aquele beijo de cinema. o filme acabaria com um final feliz. fantasia. cheguei até a imaginar isso na minha cabeça mas não o fiz. só sorri e fingi que nada tinha acontecido. tu abriu o teu coração ali pra mim, da mesma forma que eu já tinha feito várias vezes. não sabia o que fazer, só conseguia pensar que aquilo não fazia sentido. nosso orgulho nos fodeu bonito, mais de uma vez.

em todas as vezes que tentamos, nenhuma foi de fato de verdade e nós sabíamos. aquela noite que tu mais falou do que qualquer coisa foi bem atípica, até porque só demonstrou crescimento emocional da tua parte, coisa que queria que acontecesse. deu vontade tentar de verdade mas as coisas já tinham mudado. fico imaginando se tivéssemos tido aquela conversa tempos atrás. se tu me falasses que nunca tinha tido vontade de tentar novamente, depois de tanto tempo, com outra ex-namorada e me abraçasse daquele jeito só que muito antes, ainda quando estávamos juntos... não sei o que faria. provavelmente procuraria uma igreja e me casaria contigo sem pensar duas vezes.

tenho olhado a tua foto do msn, tenho acompanhado, o mais perto possível, esse teu momento. diferente de tudo que eu já tinha imaginado. muito antes do tempo e sem mim como participante. ainda penso em ti de maneira afetuosa, diferente do que eu te falei quando abrisses o coração pra mim. disse que não pra ver se acreditava nessa minha mentira. nem eu nem tu acreditamos. eu tremia, meu coração pulava dentro do meu peito e a cada vez que tu me abraçavas ou me olhavas nos olhos tu vias que eu ainda era tua, embora dissesse que não. naquele momento eu só pedia que tu entendesses o porque de eu ainda não ter adentrado tua vida atual e te ajudado (porque eu sabia que tu estavas machucado sim). pedia que tu percebesses que eu não fazia mais parte daquilo, por mais que nós quiséssemos.

não te ligo mais porque eu sei que não tem como termos tudo de verdade, como manda a diretriz dos apaixonados. eu não aguentaria ter que lutar novamente contra mim pra que não confundisse tudo e acabasse machucando uma pessoinha inocente que nem sabe a complexidade disso ainda. agora temos que pensar nele e é por causa dele que eu me mantenho a distância, pois se existe alguém que merece o melhor de ti é ele. te acompanho e fico feliz que tenhas abraçado essa responsabilidade, mesmo que todo o resto não esteja cooperando de maneira agradável. caso se necessite de alguma coisa eu estarei aqui, assim como tenho estado há 4 anos, mesmo sabendo que não sou a melhor ajuda.

só queria uma tarde e a casa perto da praça Saraiva. ali, onde tudo começou. quem sabe nós conseguiríamos terminar de uma vez por todas.