10 de jun. de 2011

meu eu lírico

hoje depois de muito tempo eu resolvi sentar no colo da minha mãe (e quase matar ela, consequentemente). a única vontade que eu senti foi chorar como um bebê. claro que ela não entenderia nada, mais ainda quando eu não resolvesse contar o verdadeiro motivo, ou seriam os verdadeiros motivos? ela ficaria braba comigo por não 'confiar' nela, eu choraria mais ainda e durante o período de uma semana esta seria a pauta para todas as conversas. então, pensando nisso tudo, desisti. engoli o choro como toda mulher aprende a fazer e fingi o sorriso mais natural do mundo.

me assusta o fato que ela não tenha percebido meu olhar. me assusta o fato que ninguém tenha percebido meu olhar, apenas meu mau humor, que se pronunciou mais do que normalmente hoje. me assusta o fato que eu consiga mentir tão bem para todo mundo. ou pelo menos quase todo mundo. acredito que só existam duas pessoas que poderiam ver realmente através dos meus olhos hoje. nenhuma delas pertence ao meu dia a dia mais. estou sozinha.

ou era isso que eu pensava. hoje eu vi que realmente em uma boa amizade não se precisa muita comunicação e sim sentimento. o anjo da minha vida hoje veio falar comigo no msn, sabendo exatamente do jeito que eu estava e me falando tudo que eu gostaria de ouvir. faz quase dois meses que não nos vemos pessoalmente e ela soube a hora e o que falar. ela me conhece mais do que eu. ela é o meu porto seguro e ela sabe disso.

mas mesmo sabendo de tudo isso eu ainda não consigo falar. ela sabe o que eu estou sentindo mas eu nunca falo o que é realmente. cada vez mais fico com medo de me tornar uma adulta amargurada e sozinha. queria não ter tantos bloqueios mas o que eu não quero mesmo é deixar alguém como ela.

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