30 de jun. de 2010

something in the way

eu sinto que existe alguma coisa no meio, no meio termo perdido no vácuo.
pausas não são boas e provavelmente também não farão sentido nestas linhas mal escritas e sonâmbulas. afinal todo o resto já se dissipou e está perdido pelo caminho, o caminho que eu marquei para chegar até aqui e procurei deixar migalhas para não me perder, caso não gostar, poder voltar ao ponto inicial. são jogos de tabuleiro em que o dado seleciona os passos que darás e que serão dados pelos outros ao teu redor, às vezes está ao teu favor e na maioria das vezes contra ti, por isso que nos perdemos no caminho.
eu procurei não parar, não pausar o dado e mantê-lo sempre girando e caindo de alturas cada vez maiores, assim ele é castigado e eu não páro de vez porque, meu deus, eu quero parar, eu preciso esquecer das migalhas e tomar a direção oposta.

peixes são legais e desdentados talvez. velhos são legais e desdentados talvez.

com certeza há algo no caminho, e quem sabe algo que já está programado para estar lá, e não é necessário eu me estender aqui até porque isso também está programado. isso não fará sentido mas quem o faz? mas lembre-se: há alguma coisa perdida pelo caminho e não serás cruxificado por voltar atrás ou ir na direção contraria sem pódio de chegada ou beijos de namorada, afinal somos apenas mais uns caras!

adeus

fixar teu olho quase mel e deixar que inúteis palavras cheguem aos teus ouvidos pode não ser nada importante... quem sabe as tardes tenham se tornado mais longas para nós dois e desesperadamente produtivas quando o assunto se transformar em sorrisos de canto completamente excluídos do resto do dia.

poderiamos traçar um paralelo sobre o que realmente acontece e sobre o que subentendemos e estes seriam completamente surpreendentes. não posso fazer nada se até tento retomar o sentido das palavras mas elas se perdem até chegar aos teus ouvidos. há inúmeras esperanças e brincadeiras que poderão surgir com o tempo embora seja completamente insuportável esperar pelo tempo e não por ti.

cantarei e resmungarei ao pé do teu ouvido como tu me dissestes e claramente perceberei o quanto chata sou, espero profundamente que este não passe de um lamúrio de final de mês, afinal todo mês é a mesma coisa, energia demais e paciência de menos. não há nada que te incluia neste padrão mas poderas te incluir de acordo com o tempo se este assim o quiseres.

enquanto minhas mãos mexerem-se friamente estarei aqui e ali; aqui movimentando essas tolas palavras e ali entrelaçando e abrigando minhas mãos gélidas na tua palma quente.

22 de jun. de 2010

errantemente destoante


quem sabe então irreverência sem fé não seja tão importante assim? aquele enlouquecimento cotidiano, que por pouco não era chamado de loucura ou insanidade, ontem durante o primeiro período do dia foi confirmado e exilado.

desde o princípio as coisas possuíam algum sentido e mais provavelmente, foram desenvolvendo-se crenças ao redor desta tentativa vã de naturalidade que ontem, como já foi dito anteriormente, transformou-se, mais do que na hora devo acrescentar, em pó. essas tentativas desgastaram tudo ao seu redor e nas poucas vezes em que as coisas começaram a se alinhar o foco e o desespero, que antes equilibravam os dois lados da loucura sã, desfizeram-se. toda aquela paciência que fazia parte do contexto se descontextualizou e deixou o sentido em uma completa desilusão, escondido por entre o caos.


gritar e descarrilhar todos os trens de meu interior só me farão ter mais trabalho... o de recuperá-los por entre as feridas alheias, completamente destruídos devido ao choque em alta velocidade. quando as coisas tornam-se completamente obscuras e rápidas, tudo o que há de ser feito é sentar-se à sombra de uma figueira e contemplar o nada, tentando adquirir-lhe um significado decente.

19 de jun. de 2010

merchandising

Estou aqui hoje solenemente... ahsuhasuhsau
o assunto de hoje não é post criativo (bom, pelo menos não exatamente nesse blog) é a divulgação de um outro blog novo, de um amigo meu (te dedurei Matheus haha).
vale a pena dar uma lida nesse guri, ainda mais porque o post de hoje é meu (haha). ele me pediu pra fazer um prefácio sobre o blog que está ainda em fase prematura e eu fiz, ele achou maravilhoso (paga pau haha).

O nome do blog é Não entre em pânico e tem link no nome que tu acabou de ler e aqui do lado na outra barra, ele já virou mais um copo espalhado pela casa mesmo (não se engane, não é mais um é O copo espalhado pela casa).

então aí está minha divulgaçãozinha básica e está aqui registrado o que escrevi ontem à noite para ele (entre no link poxa), um guri muito engraçado e interessante que não é um velho tarado. eu não garanto mas pelo menos eu espero que ele não seja, ainda não me pediu pra ligar a webcam (piada de humor negro mode on).

sem mais delongas.... ENTRE NO LINK!

beijoo, logo mais (ou nem tão mais assim) eu volto a postar.

13 de jun. de 2010

rosas pelo chão

eu agi estranho o fim de semana inteiro e até agora não sei porque. obviamente não foi por causa do dia dos namorados em si. parece que as coisas não ficaram esclarecidas, o quê eu não sei. eu acho que esperava demais sem ter objetivo nenhum, parece que este fim de semana foi mais vazio que todos os outros.

talvez as coisas que deviam vir de longe ficaram pelo caminho, ou até o que eu quis buscar aqui perto eu descobri que já não estava tão perto assim. parece que nem as palavras fazem mais sentido. eu sei que elas nunca fizeram, mas eu tento. eu tento tanto que parece ser fácil demais, mas esse é o meu jeito, eu tento não ser assim mas é sempre um desastre. eu me entrego assim que acho que devo. é patético.

eu sinto falta das menores coisas, eu associo essas coisas nada a ver e depois fico esperando sentada, ridícula e sozinha. o fato do dia dos namorados ter sido sábado não mudou em nada as minhas convicções. eu não me importo de ter passado o dia dos namorados sem namorado. eu me incomodo é de pensar que ele tem alguém e que eu não tenho. eu não gosto de pensar que eu poderia ter alguém mas por uma coisa que eu não faço a mínima idéia do que seja, eu não tenho. de novo.

eu quero alguém pra conversar e tomar vinho na frente da lareira nesse frio. simples assim. aquele parceria que vai pra qualquer lugar, meio sem frescura e carinhoso. só. poderia ter tudo isso mas não é tão simples assim.

tá, aqui paro meus dedos. não devo tocar nesse assunto. mas é isso. o simples mora longe.

9 de jun. de 2010

no inverno as feridas demoram mais tempo pra cicatrizar

é extremamente complicado quando esperamos o tempo passar para podermos nos curar de algum desapontamento. eu pelo menos não tenho a mínima paciência. não gosto de esperar e nem que me esperem. me sinto mal por não poder fazer nada pelos outros e não suporto feridas que nunca saram.

eu gostaria de dizer tudo o que sinto bem na tua frente mas parece que não dá. quem sabe talvez por eu saber que, no fundo, serei mais uma idiota que correu atrás de ti por algum tempo. eu só escolho os errados, e nisso tenho a completa aprovação de todos meus amigos. me machuca o fato de que eu talvez não consiga alguém por mais de meses. me machuca esperar e me desapontar.

esse frio me faz mais falta ainda. somos mais intensos, queremos mais no inverno... e eu sempre quero e espero e me desaponto. eu sei que existem feridas que nunca cicatrizarão, infelizmente. me dói muito ainda pensar em ti da mesma forma que há quase um ano atrás, eu não quero mais isso pro meu futuro, será que me faço entender? pois parece que não.

quem sabe, em mim, um dedo cortado cure mais rápido. sentimentalismo, tsc tsc... quem sabe eu já esteja mais acostumada a me recuperar fisicamente do que lá no fundo do meu coração, e não ao seu lado (ironia, humor negro).

eu bem que gostaria de parar de procurar, parar de me preocupar, afinal eu não sei mais quantas pauladas na cabeça irei agüentar. muitas, é claro.gostaria que fosse apenas um joelho ralado que em uma semana sara. pelo menos eu sei que vai sarar, por mais que demore, um dia vai.


inspiração no texto de Matheus Dal Bosco.

5 de jun. de 2010

da próxima vez, só uísque escocês


eu me lembro de escutar Anoiteceu em Porto Alegre quando eu era criança no quarto da minha tia mais nova. até hoje eu acho que ela só é gremista por causa do Humberto. eu não entendia muito bem o sentido da música, e mesmo naquela época sendo colorada me retumbava alguma coisa quando eu a escutava. eu dançava uma música lenta, eu só parei de cantar porque me contaram que essa música tratava do título de campeão mundial do Grêmio e mesmo assim eu só parei por alguns meses. claro que naquela época eu tinha uns no máximo cinco anos. minha tia tinha dezessete e era gremista fanática, ela e uma prima nossa que tem a mesma idade que ela.

algum tempo depois eu já tinha feito meus longos seis anos e me apaixonei por um gremista. meu primeiro amor. eu tinha até camiseta original do colorado! virei a casaca para nunca mais voltar. novamente me encontrei escutando essa mesma música no quarto da minha tia nos fundos da garagem. eu não sabia a letra mas decorei toda gravação da narração do título. tudo por causa do guri e da minha tia apaixonada pelo Humberto Gessinger.

hoje, dez anos depois desse momento, continuo escutando essa mesma música com a minha tia que continua apaixonada pelo Humberto. a diferença é que venderam a casa da minha avó e agora são duas apaixonadas pelo tricolor. e pelo cantor.

nesse final de verão, quando eu ajudava a arrumar as coisas dela e as minhas para sair da praia e voltarmos para a cidade essa música tocou na rádio e ela lembrou daquele momento. quando eu era criança e ela adolescente nós brigávamos muito porque eu sempre mexia nas coisas dela (coisas típicas de irmãos só que no meu caso era com a minha tia, já que sou a mais velha) e eu nunca ia imaginar que nós iamos acabar em cima da cama dela, dividindo um quarto e uma casa por quase dois meses.

ela não sabia que haviam feito uma música por causa do título do Internacional, assim como Anoiteceu em Porto Alegre, hoje ela não é tão fanática assim pelo Grêmio, talvez ela só precise de um empurrãozinho. ela diz que é chato torcer sozinha. nós conversamos e descobrimos que temos muito em comum, mais do que apenas duas paixões no coração. são doze anos que nos separam, ela diz que está velha demais mas ao mesmo tempo fazemos as mesmas coisas. doze anos. um time. uma banda. motivos e conselhos.

com certeza sofri naquela casa da minha avó no Lar Gaúcho mas foi lá também que aprendi muito do que sou hoje e obviamente não falo só de times e gostos musicais. falo de costura, culinária, limpeza, como maltratar uma criança (coisa que eu fiz bem nesses últimos nove anos, modéstia parte), como se defender de uma pessoa BEM maior que tu, como dar amor e como receber amor, como vencer a timidez, brincar, chorar, cantar. aquela casa viveu muita coisa, se aproveitou das experiências dos seus moradores. aquela casa faz falta. aquele tempo, a infância, faz muita falta.

EU DISSE QUE ACREDITASSEM
EU PEDI QUE ACREDITASSEM
EU NUNCA DEIXEI DE ACREDITAR
QUE O GRÊMIO IA SER CAMPEÃO DA AMÉRICA
HOJE...ESTA...NOITE EM PORTO ALEGRE





4 de jun. de 2010

meu bem me fez tão mal


são dias vazios. ultimamente o vazio se transformou no meio em que vivo, parece que nada faz sentido e que talvez nunca tenho feito. não há mais objetivos e uma pessoa sem objetivos é uma pessoa sem futuro. quem sabe eu devesse dar mais valor a algumas pessoas mas eu simplesmente não consigo. parece que não dá. às vezes esse vazio se transforma em desilusão, tristeza até, mesmo sem motivo aparente.

eu tenho pensado mais do que deveria nele. em geral antes de dormir... como por oito meses eu fiz todas as noites. eu até quis te ter de novo só pra mim. é patético, continuo a fim de ti. eu não quero mais me esconder sobre quilos e quilos de roupas, maquiagem e pratas. tenho vontade sumir e dar um tempo em tudo, apenas deitar em qualquer lugar por ali e apenas olhar pro céu, admirar as nuvens. admitir que sou um fracasso sonhando e tentar colocar as coisas em ordem, ir voltando pouco a pouco. tomar uma responsabilidade de cada vez, assim como quando somos crianças. a verdade é que talvez eu queira assumir muita coisa sem ter maturidade.

quem sabe eu deva começar a escutar mais os outros. analisar melhor o que pessoas confiáveis falam, assumir que estou errada e me tornar correta. nem que pra isso eu tenha que me reinventar.

“É preciso ter um caos dentro de si para dar à luz uma estrela cintilante.”
“A essência da felicidade é não ter medo.”
"Há sempre um pouco de loucura no amor. Assim como há, também, sempre um pouco de razão na loucura."
Nietzsche