3 de mar. de 2010

Martha ...

Eu sentia a terra embaixo das minhas unhas. Finalmente havia cessado. Não tinha saído do jeito que havia planejado. Nem um pouco na realidade e a dor no meu estômago só fazia o ódio e o rancor ferverem mais ainda nas minhas veias. A verdade é que ela já estava me incomodando, mais até do que a terra que agora infiltra em meu corpo através das feridas embaixo das unhas roídas.

Houve um tempo que eu era apaixonado por essa garota, mas ela me enlouqueceu, assim como fez com os que vieram antes de mim. Eu tinha vontade vomitar sobre ela, sobre a terra remexida onde eu sabia que, a sete palmos ela estava deitada nua. Não o fiz por pouco, percebi que as folhas do arbusto mais próximo se mexiam, mas ao olhá-las não vi ninguém. Voltei meu tronco para frente, avistando apenas a árvore gigante que marcava o local.

Ela só fazia reclamar de mim e me incluir nos seus planos mais toscos e loucos, jurando que iria dar a benção para que ela realizasse as coisas mais estúpidas às minhas custas. Acabei com tudo isso com vinte e sete facadas pelo seu corpo, a faca óbviamente foi colocada junto a seu corpo, mas antes tratei de derramar alguns pingos de ácido sulfúrico nela.

Gostei de meu trabalho, sabe. Foi algo criativo e fluiu sem nenhum impedimento. Talvez eu a deixe aí, sem nome, nem nenhuma marcação, a fim de perdê-la eternamente e até eu, com o tempo esquecerei-me de onde a enterrei, esquecerei até do que fiz. Novamente, só o fiz porque ela passou dos limites.

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