9 de mar. de 2010

cotidiano

Enquanto a água ainda estava no fogo ela picava ainda mais o pó do café mecanicamente.
Eram apenas seis horas da manhã e ela nem sequer pensava. O noticiário não a deixava concentrar-se, era uma notícia atrás da outra sobre assassinatos, desmoronamentos, enchentes, assaltos e caras que morriam. Supérfluo e normal.
Com certeza o único quadro que ela prestou atenção foi o da previsão do tempo. Faria um friozinho à tardinha e como ela saia de casa às seis e meia da manhã e só voltava ás onze horas da noite voltou ao seu quarto e pegou um casaco branco enquanto a água chiava.
"Se fosse para o chimarrão estaria pronta" pensou. Sempre o fazia.
Aproximou-se do fogão. Pegou a caneca que estava por perto, olhou o açúcar misturado com o pó do café.
Quando a água finalmente ferveu ela serviu sua xícara, sentou-se na mesa circular da cozinha e tomou seu café olhando para seu próprio pátio, que nem era muito grande. Fez algumas anotações em pensamento, comeu qualquer coisa que estava ali por perto, pegou dinheiro, fechou a casa e foi embora.

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