23 de ago. de 2015

onde existia o equilíbrio

Este ano é das despedidas.
Quando tu compras uma blusa nova é porque uma velha vai ser aposentada. Quando tu realmente gostas daquela blusa, tu luta para que ela fique lá no teu guarda-roupas e a usa mesmo que ela já esteja rasgada e surrada; e qualquer blusa que tu compre, pode até tentar, mas não vai substituir aquela que tu adorava. Acho que a analogia se aplica ao momento.

Vim guardando e tentando processar tudo que aconteceu nos últimos 3 anos. Houveram muitos momentos de descontrole, muitos de resgate... Com certeza foram aprendizados muito grandes. Consegui me abrir, analisar os outros e a mim, procurar os principais motivos de tais atitudes, montar o background e então tomar uma decisão com calma e serenidade.
Demorou. Foi bem doloroso e um caos enorme que muitas vezes explodiu de forma radial.

Durante um período tudo que eu queria era voltar à forma com que tudo transcorria. Mudanças são desgastantes. Maiores ainda quando a reforma é em ti e nos outros. Precisei alterar os padrões de toda minha família.
E ainda falta tanto...

Seria tudo bem mais fácil se o meu pessoal tivesse se mantido calmo e constante... não, foi uma série de desilusões e faltas de timming. Foi tentar resgatar tudo que eu havia deixado dormente ao longo da minha caminhada.
Principalmente ao longo deste tempo, minha autoconfiança foi muito oscilante. Aceitei a minha imagem, minhas qualidades e meus defeitos. Tentei mobilizar tudo que me afeta e processá-los internamente.
Talvez seja preciso resolver tudo do passado que ainda te assombra no presente para seguir para o futuro.

Muitas vezes tive pena de quem assistia aos meus dramas. Eu sabia que havia me desviado do caminho, sabia como corrigir tudo e mesmo assim eu ainda seguia, cada vez mais profundo, no caminho errado. Surrando ainda mais todo um emocional já fragilizado e em desordem.
E tu estavas lá, na mesma hora a cada semana, esperando para me mostrar o lado positivo das coisas erradas que eu fazia.
No penúltimo mês eu sentia vontade de te contar as coisas, de ver o teu sorriso de aprovação, de orgulho do teu próprio trabalho e de como tudo evoluiu.

No início desse ano eu conheci o trabalho da Flavia Melissa e, acompanhando todo desenrolar da caminhada dela, descobri outra destas raras conexões. Então, com o projeto 300 dias de Gratidão senti a vontade de colocar em prática muitas das teorias e desejos que passei a ter.
No início deste mês, quando recebi a notícia, logo pensei na situação da Flavia Melissa. A cada dia que passa sinto mais gratidão pelo trabalho que desenvolvemos e compreendo a necessidade deste momento em nossa caminhada.
Mas também não deixo de sentir tristeza e insegurança. Vou dizer adeus a uma das pessoas mais queridas que já conheci e admirei e no lugar que ela ocupa, virá alguém diferente.

Talvez agora, com estas duas últimas e fortes despedidas, eu esteja mais preparada para esta terceira. Saber que o motivo é muito nobre também ajuda.

Até na despedida tu me ajudas. A única coisa que posso fazer sobre estes 3 anos é agradecer por toda ajuda, paciência e positividade que tivestes.
Desejo, do fundo do meu coração, que tudo dê certo, pra nós duas.

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