Em um intervalo de 4 horas eu me apaixonei 3 vezes. Saí de casa meio triste por ter algumas dúvidas importantes para a prova de quarta-feira. Cheguei na faculdade, encontrei um amigo e fiquei sentada em um banco, tomando um pouco de sol e lendo. Quando percebi que estava tão compenetrada no livro que, devido ao vento em demasia, meu coque estava desmoronando, liberando os cachos mal penteados e os malditos fiapos que as mulheres tanto lutam contra; me apaixonei.
Quando estava no ônibus, voltando para casa, um guri de camisa escura, fones de ouvido e cabelo nos ombros entrou no ônibus e sentou na minha frente. Não sei que perfume usava (talvez nem usasse nenhum e o cheiro bom viesse dos cabelos molhados), mas me fez retirar a atenção do meu livro apaixonante e mirar aquela nuca apaixonante. Desci do ônibus sem ver o seu rosto, só a barba e bochechas. Pra sempre vou ficar curiosa para ver sua fisionomia e isso também me encanta.
Antes de voltar para casa fui fazer o meu curativo diário (queimei a mão direita) e, atendida rápido por uma enfermeira meiga, a mesma médica que me atendeu para iniciar a série de curativos, me falou que a partir de hoje eu não precisaria mais fazer nenhum curativo. Me apaixonei.
Hoje o dia está sendo produtivo.