12 de mai. de 2015

7.6

As últimas semanas foram estressantes. Fui submetida a emoções descontroladas em um momento onde tudo deveria se alinhar ao foco. Minha mente ficava dividida entre o bem e o mal, entre perder o controle e ganhá-lo novamente. Foram muitas provas, com muitos slides e a cada entrega daquele bolo de folhas repletas de desenhos em tinta preta, minha confiança aumentava porque, mesmo em sofrimento consegui ter controle e expressar tudo que eu sabia. A consciência de ter dado o meu melhor supera a de ter feito um bom trabalho. Hoje já acredito que o bom trabalho é consequência do meu melhor. Mas existe um custo.

Ignorei meu corpo por duas semanas e, principalmente nos últimos 3 dias (e inclusive agora escrevendo isso) não dormi quando e quanto precisava dormir, não comi o que precisava comer, enchi meu corpo de cafeína e minhas unhas e mucosa bucal foram alvo da minha ansiedade. Mesmo assim dominei a mente e isso deveria ser um grande passo na minha jornada.

Porque hoje, quando tudo já está prestes a acabar eu ainda sigo fazendo planos? Porque estou dispersa e querendo tudo aos turbilhões? Maldita geração Y!
Quando saí da minha aula prática (na qual usei até o último fio da minha concentração), só pensava no que faria primeiro com todo tempo livre que agora tenho. O presente me levou a um caminho inusitado e em 5 minutos resolvi fazer algo diferente com a minha tarde.
Porque senti culpa quando percebi que, na verdade, não faria nada do planejado?

Resolvi escutar um pouco o meu corpo e alongar, principalmente a minha coluna (que sempre sofre muito com meu stress). Em uma sessão de 20 minutos procurei prestar atenção apenas na minha respiração e então a minha mente me presenteou com todos os tipos de pensamentos.

Primeiro, ressalto a palavra conexão.
Segundo, ressalto a série de pensamentos que me levou ao dia de ontem e que culminou na minha explosão platônica contra alguém que me é muito querido. 
Terceiro, ressalto a paz que senti ao levantar.

Visualizei o meu corpo sentado no vácuo. Dois ductos ligavam a minha cabeça ao resto do meu corpo, um com fluxo de entrada e outro de saída e emanavam um líquido radiante azul.

Percebendo o estado confuso em que estava, comecei a levantar questionamentos do motivo de ter chego neste ponto.
Acredito que o fato de ter falhado na penúltima prova, a mais difícil na minha opinião e na qual eu já esperava grande dificuldade, me fez perder toda confiança de que minha mente conseguiria se dominar.
Devido a uma noite extremamente mal dormida após uma sequência de dias sobrevividos, falhei. E se existe algo que me é complexo, é justamente falhar. Falhei as minhas próprias expectativas porque as fui construindo, prova após prova. Acreditei que já havia me recuperado mentalmente do fundo do poço no qual cheguei mês passado. Perdi o controle dos meus sentimentos quando encontrei uma barreira grande (e que me acompanha há uns meses) que me fez perder o controle da execução racional. E então explodi. Perceber que, além da prova, eu não poderia realizar uma tarefa que já me foi designada há meses mas que ainda não foi concluída por imprevistos me faz cair num velho padrão: achar que a culpa é minha. Ou seja, ansiedade porque canalizei todas minhas forças para que o mental se sobressaísse e então, acabei falhando no físico e no mental.

Agora usarei a intuição e a conexão e dormirei sem despertadores. Não farei planos nem exigências para amanhã. 
Recarregar as energias.

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