24 de out. de 2012

o começo do fim da meia hora

É engraçado a forma com que a vida segue em frente. O tempo passa e tanta coisa acontece, tudo junto! Os meus dois últimos anos parecem ter demorado o dobro, só ao pensar no tanto de coisas que aconteceram. Agora as informações chegam mais rápido e haja cabeça para absorver tudo que é dito.
Mais ainda, percebo tudo que eu quis falar e fazer mas que esqueci, adiei ou desisti e os resultados não são dos mais animadores. Seja por questão de espírito ou falta de tempo (desculpas), de fato sou preguiçosa e o pior do que ser preguiçosa com os outros é ser preguiçosa consigo mesma e a minha mente muito já me impediu de ser ou conhecer alguém interessante.

A perda de tempo em frente à essa tela é surpreendente enorme e em poucos minutos me distraio, perdendo horas que poderiam ser usadas para ler ou criar algo que me fizesse mais feliz. O vazio de vez em quando vira buraco-negro.
A mediocridade da vida e a relatividade do tempo têm me pego de surpresa. Nem que seja naquela meia hora tida como perdida, a proposta para o início do fim do ano é torná-la a melhor meia hora daquele dia, e assim, no próximo.


19 de out. de 2012

'mimimi' virtual

Em um passado não tão distante, quando os casais brigavam a ponto de pensar em terminar, o assunto mal era comentado abertamente. Os amigos mais íntimos poderiam ser chamados para consolar e argumentar, em vão, todos os clichês que estamos cansados de ouvir - sejam os chavões para esquecê-lo (a), seja para reconquistá-lo (a). Caso a segunda opção fosse escolhida, a pessoa ia na casa da outra, no local de trabalho/estudo, ligava e chamava pra sair e conversar. Em um tempo um pouco mais distante, o ritual de galanteio envolvia até uma serenata romântica.

Hoje em dia, a cada semana (sendo otimista), ocorrem brigas dignas de término, como se o fim da relação fosse uma chantagem. O ritual de conquista já não é mais a serenata ou o método intermediário de conquista, atualmente se escrevem textos enormes nas redes sociais, divulgando a briga e seu motivo, explicando quem está certo e quem está errado e contando com o apoio, palpites e comentários virtuais dos (pseudo)amigos. Deixando claro: o texto enorme é o gesto mais romântico que acontecerá para que a relação continue.

Onde foi parar o velho ditado: Em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher? Onde está a discrição com a própria relação de vocês? Vocês realmente querem que eu saiba que vocês estão tendo sexo de reconciliação? Desde quando as briguinhas do cotidiano se tomaram proporções tão grandes? Vocês se matarão caso morem juntos, né? E a competição de quem sofre mais? O número de amigos que estão mais preocupados com seu término?

Está tudo desformatado e ninguém parece mais ligar para a privacidade. Se tu te arrependeu de brigar com o teu namorado, vai lá e liga pra ele, aparece na casa dele para conversar. Tu não precisas anunciar tudo para os outros. Inclusive guria que briga muito com o namorado - ou é grude demais mandando mensagens (que só tu acha) bonitinhas - está na verdade fazendo propaganda contra si mesma, pois quando terminar de vez com o atual, cara nenhum vai querer ter a vida transformada num inferno, seja pelas brigas por motivos inúteis  seja por excesso de amor e carência - e de quebra, zoação dos amigos (dele).

Pensem um pouco mais antes de compartilhar algo da vida privada, não se exponham por nada. Pensem em quem irá ler e, porque não, o que esta pessoa irá pensar sobre ti. Preocupar-se com a opinião alheia nem sempre é ruim, às vezes é a dose de realidade perfeita para que não se cometam erros que  tu te arrependerás posteriormente. 
Atualmente, pensar é a contra-cultura. Ser rebelde sempre está na moda, então, porque não aderir às modas boas, e não só as ruins?

9 de out. de 2012

automaticamente feliz.

Eu acho que já não sinto nada, pois as minhas palavras acabaram., como se eu fosse vazia e antiga. Não escrevo nem mais pra mim, nem pra ninguém. Talvez a vontade de não escrever se resuma à não precisar contar nada, rotular ou deixar o sentimento ser o sentimento que bem entender; embora eu não seja tão leve para deixar esse pensamento dominar a minha consciência. Aliás, ela já andou em crise.

Ainda penso demais sobre os meu erros (e ainda não consigo aceitá-los a ponto de falar sobre) e ainda penso demais sobre a facilidade que seria se eu apenas me fechasse. Tenho acreditado estar dividida entre o que acredito ser o meu antigo lado - cheio de indagações e que me draga para a minha cama - e o lado que tenho tentado construir - o aperfeiçoamento e a terapia. Sim, voltei e espero que dessa vez eu consiga ser sincera.
Aparentemente não consigo ser um híbrido e tenho ficado chateada pois não consigo ter coragem e perco o controle. Quero me aperfeiçoar, não mudar.
Montei um trauma.

Nunca me incomodei pela falta de nomes, rótulos e sempre preferi mas agora preciso montar frases e, será que consigo explicar? Entre tantas outras perguntas, volto meu foco para os estudos e esqueço. Continuarei esquecendo, mas esse é o mecanismo que mais declara para o mundo que eu realmente não estou bem, todavia tenho me sentido bem. Tenho me acomodado, relutantemente.
Contradição, disputa e baixa auto estima, combinação explosiva que me faz parecer uma bipolar.

Quero intimidade sem cobrança e quero para qualquer relacionamento que me envolva. A minha terapia tem me ensinado que não posso tentar mudar ninguém mas será que eu consigo me mudar para não querer mais isso?

Ari González


1 de out. de 2012

o ser humano é esperançoso

porque os dias em que sabemos que levantar da cama só vai piorar as coisas deveriam acabar mais rapidamente.
tem dias que tudo que queremos é ocupar espaço e sobreviver esperando que o próximo seja melhor.

'baby, please remember me once more'