8 de ago. de 2014

caráter

Tô tendo uma angústia aqui dentro e acho que ela ta me desconcentrando.
Tô lendo um livro, O Homem Sem Grana, que está me fazendo pensar e analisar a minha forma de viver. Nasci na classe média baixa e vi meus pais batalharem para me proporcionar o que eles acham essencial. Estudei o ensino fundamental todo em colégio particular, paguei um curso preparatório e passei num teste de seleção para um instituto federal para fazer o ensino médio e agora estou numa faculdade federal. 
Sempre vi muita gente querendo a roupa de marca, o celular da moda, o cabelo liso e a mente vazia. Eu até tive momentos em que quis tudo isso e agradeço meus pais por não terem me dado tudo que quis. O pouco que eu pedia e me era concedido, não me satisfazia como parecia satisfazer as outras pessoas, então, parei de pedir.

Hoje venho me distanciando cada vez mais da pregação que considero ser o capitalismo e, à medida que vou descobrindo uma forma nova de viver, tentando fugir de grandes corporações e movimentos de massa, vou me afastando das pessoas que tem um pensamento contrário ao meu ou que só nunca pensaram nisso.
Não é que eu seja chata e queira catequizar todo mundo, simplesmente notei que existe um perfil comportamental atrelado ao capitalismo. Aquela pessoa egoísta e mimada não serve como amizade. Quem não olha para os lados ou para trás não merece ir para frente. Só analisando a história de cada um e das pessoas ao redor é que se evolui.

Dinheiro não é nada. Dinheiro é invenção humana, não valor. Empatia, humildade e positivismo é que me alimentam.
Sei que tenho que lidar e tolerar as pessoas que pensam diferente de mim (e essa é uma das belezas da vida) mas no momento a mudança interna têm sido tão drástica que está difícil. É difícil perdoar o esquecimento de quem só pede e não troca. Não quero relações que me suguem e, no momento, me sinto sugada. Sinto que só sirvo para momentos de desespero e desânimo, como se não valesse à pena compartilhar alegrias e cervejas. Não. Não será assim.
Mais uma vez me decepciono e com certeza haverão outras. Achei durante muito tempo que esperar o melhor das pessoas e acreditar em todos e principalmente em seu potencial, era um defeito. Hoje vejo que não se importar com os outros é que é um defeito pior e desse, quero passar longe.