25 de ago. de 2015

Buk

"Aprende que quando você está com raiva, tem o direito de estar com raiva, mas isso não lhe dá o direito de ser cruel..."

-Willian Shakespeare.



23 de ago. de 2015

onde existia o equilíbrio

Este ano é das despedidas.
Quando tu compras uma blusa nova é porque uma velha vai ser aposentada. Quando tu realmente gostas daquela blusa, tu luta para que ela fique lá no teu guarda-roupas e a usa mesmo que ela já esteja rasgada e surrada; e qualquer blusa que tu compre, pode até tentar, mas não vai substituir aquela que tu adorava. Acho que a analogia se aplica ao momento.

Vim guardando e tentando processar tudo que aconteceu nos últimos 3 anos. Houveram muitos momentos de descontrole, muitos de resgate... Com certeza foram aprendizados muito grandes. Consegui me abrir, analisar os outros e a mim, procurar os principais motivos de tais atitudes, montar o background e então tomar uma decisão com calma e serenidade.
Demorou. Foi bem doloroso e um caos enorme que muitas vezes explodiu de forma radial.

Durante um período tudo que eu queria era voltar à forma com que tudo transcorria. Mudanças são desgastantes. Maiores ainda quando a reforma é em ti e nos outros. Precisei alterar os padrões de toda minha família.
E ainda falta tanto...

Seria tudo bem mais fácil se o meu pessoal tivesse se mantido calmo e constante... não, foi uma série de desilusões e faltas de timming. Foi tentar resgatar tudo que eu havia deixado dormente ao longo da minha caminhada.
Principalmente ao longo deste tempo, minha autoconfiança foi muito oscilante. Aceitei a minha imagem, minhas qualidades e meus defeitos. Tentei mobilizar tudo que me afeta e processá-los internamente.
Talvez seja preciso resolver tudo do passado que ainda te assombra no presente para seguir para o futuro.

Muitas vezes tive pena de quem assistia aos meus dramas. Eu sabia que havia me desviado do caminho, sabia como corrigir tudo e mesmo assim eu ainda seguia, cada vez mais profundo, no caminho errado. Surrando ainda mais todo um emocional já fragilizado e em desordem.
E tu estavas lá, na mesma hora a cada semana, esperando para me mostrar o lado positivo das coisas erradas que eu fazia.
No penúltimo mês eu sentia vontade de te contar as coisas, de ver o teu sorriso de aprovação, de orgulho do teu próprio trabalho e de como tudo evoluiu.

No início desse ano eu conheci o trabalho da Flavia Melissa e, acompanhando todo desenrolar da caminhada dela, descobri outra destas raras conexões. Então, com o projeto 300 dias de Gratidão senti a vontade de colocar em prática muitas das teorias e desejos que passei a ter.
No início deste mês, quando recebi a notícia, logo pensei na situação da Flavia Melissa. A cada dia que passa sinto mais gratidão pelo trabalho que desenvolvemos e compreendo a necessidade deste momento em nossa caminhada.
Mas também não deixo de sentir tristeza e insegurança. Vou dizer adeus a uma das pessoas mais queridas que já conheci e admirei e no lugar que ela ocupa, virá alguém diferente.

Talvez agora, com estas duas últimas e fortes despedidas, eu esteja mais preparada para esta terceira. Saber que o motivo é muito nobre também ajuda.

Até na despedida tu me ajudas. A única coisa que posso fazer sobre estes 3 anos é agradecer por toda ajuda, paciência e positividade que tivestes.
Desejo, do fundo do meu coração, que tudo dê certo, pra nós duas.

11 de ago. de 2015

tarefa para quinta-feira

"Podemos criar um exemplo metafórico para explicar a tese de Parmênides e, com esse exemplo, contrastá-la com a tese de Heráclito. 
Pense em um pouco de água sendo fervida em uma chaleira até que toda a água seja evaporada. De acordo com tese de Heráclito, aplicado nesse exemplo, poderíamos dizer que houve diversas mudanças substanciais no Ser que compõe a água, tornando-o não-ser. Isto é, esse processo representa a morte da água, passando da existência para a não-existência. Contudo, Parmênides rejeita essa tese, afirmando que essa “morte” da água é apenas aparência, uma mera ilusão. A água não foi perdida ou transformou-se emnão-ser. Essa mudança é apenas uma alteração no próprio Ser. Ela não deixou de existir, ela só mudou. Parmênides vai além, afirmando que essa própria mudança no Ser é uma ilusão. Na verdade não há mudanças, pois o Ser é eternamente o mesmo e o próprio tempo, o passado, o presente e o futuro são uma e a mesma coisa."

2 de ago. de 2015

retorno

"Seja qual for o relacionamento que você atraiu para dentro de sua vida, numa determinada época, ele foi aquilo de que você precisava naquele momento"
Facebook da vida

Hesito muito em vir aqui. Principalmente por que acredito que descobri uma nova forma de lidar com meus demônios. Talvez eu tenha seguido o conselho da minha psicóloga e ido procurar um hobby.
A questão agora é que desisti de colocar tantos nomes no que sinto. Não sei mais escrever sobre as coisas. Não sei escrever sobre felicidade; é isso que tenho sentido a maior parte do tempo. Sempre fui completa e hoje me transbordo. Tive a coragem de arriscar no caminho, sem focar no final dele.

Entretanto, durante todo esse tempo, reconheço que ainda venho me reconstruindo. Ainda tenho pesares e dúvidas do ano passado... céus, dos anos passados.
Em especial nessa semana tenho refletido todas impossibilidades criadas ao longo do tempo que me relaciono com pessoas. Todas amizades e o porque delas se perderem; e também dos amores.

Tenho achado engraçado as coisas de que me lembro. Nunca é o primeiro beijo ou o primeiros contato, sempre é o momento da decepção. E lembrar disso faz aquela menina de 13 anos se decepcionar com quem ela se tornou. Ela escolheu não lembrar do ruim e pensar no porque deu certo.

Talvez nessa etapa da reconstrução eu tenha que passar por isso.
Um médico me disse que é melhor perdoar, sempre é o melhor remédio. Talvez os novos hobbies tenham contribuído para que eu me sinta bem, saudável, longe daqueles problemas que me rondaram. As pílulas ainda estão na gaveta da escrivaninha, acho que sobraram 7. Sempre duvidei do diagnóstico.

Perdoar os outros, ok. Mas e a si mesmo?

Penso se até hoje não existe alguém nesse mundo que tenha mágoa de mim e que não consiga me perdoar. Sempre fui muito inconsequente... talvez até egoísta.


Vejo toda essa felicidade que não sei se mereço, todo esse sorriso e olhar amável me olhando de volta e penso se já não causei mais dor que felicidade... Não importa o momento, ele sempre acha o meu melhor.
Eu sabia que o ponto baixo chegaria, havia muito tempo que eu estava nas nuvens.
Sobre a conversa de ontem... não sei se fui ouvida ou se a mensagem foi entendida. Me pareceu que eu era a errada e ponto, que eu deveria me ajustar.
Não queria que tudo ficasse bem assim tão rápido. Queria ter tido algum sinal de compreensão do meu problema. Sinto como se não tivesse sido nada.


Por outro lado, eu acredito. Acredito em filmes, em livros, em pessoas. Acredito que seja verdade e que as pessoas tenham em seu interior sentimentos bons e generosos. E não me importo em ser feita de boba, manipulada ou mentida porque eu escolhi acreditar. Eu tomei a decisão e corri o risco. Há 50% de chance de quebrar a cara.
Sei que não reconheço quando devo pular fora, pode ser burrice mas eu atribuo também ao fato de acreditar. Porque eu acredito que todos tem seu lado bom, acredito que é possível parar de ser feita de boba e ter arrependimento e pedir perdão.

É difícil largar a luta e assumir que perdi e que algumas coisas (e pessoas) não tem sentimentos, sendo elas antipáticas e até beirando a sociopatia. É difícil acreditar em um mundo egoísta e que o meu afilhado tenha que lidar com ele.
Nós sempre fazemos escolhas, entre o caminho mais fácil e o mais difícil. Acreditar é o mais difícil, é o mais vulnerável.


Nesse mundo de perguntas eu me questiono se agora estou fazendo bem, se aprendi algo com todos romances que já tive.
Sou insegura. Só de pensar em causar algo que possa significar o fim...
E pensando em tudo que já fiz, vem o medo de me preocupar com o que eu possa fazer e esquecer que há outro alguém nesse relacionamento. E se ele...?
Percebi que queria causar muita felicidade, agradar quando e quanto possível.
Agora não me sinto tão a vontade. Não sei o que ando sentindo... queria mais tempo.