16 de nov. de 2012

releitura musical

Pra mim ainda é bem real. 
Tudo que um dia a gente inventou ainda é real mas claro, é diferente. Eu aceito o fim e aceito o caminho que percorremos e já não há espaço ou disposição para a negação mas me recuso a 'fechar essa porta' pra sempre porque creio que temos condições de colocar uma vírgula no passado e seguir contando a nossa história.
Eu te digo que não tenho mais um sentimento forte mas eu respeito que um dia eu senti. E mais do que lembrar apenas do final, eu me lembro do início e de toda amizade que existia.

Ao meu ver, já se passou tempo suficiente para que se pondere começar uma relação cordial. Eu tenho tentado mas tu sabes que esse não é exatamente o meu forte. Creio que ainda tenhamos intimidade demais e acabo, por vezes, 'forçando a barra', mas é que eu não sei qual o teu limite porque tu não falas. 
Devo então é simplesmente largar tudo e desconsiderar o que se viveu? Agir como qualquer ex-namorados e fingir que nada aconteceu?

7 de nov. de 2012

achômetros

Acho incrível que algo que não gostamos acabe desagradando atos simples. Por exemplo, me senti extremamente incomodada quando, no ônibus  sentei ao lado de uma mulher que em seus fones, escutava funk. O problema era que eu sentada ao lado dela, escutava a batida e em seguida me senti compelida a mudar de lugar, ir para o assento à minha frente, ao lado de um guri fofo de cabelos cacheadérrimos. No auge do meu otimismo pensei que não iria escutar mais a batida quando o ônibus entrasse em movimento e puxei o meu livro para ocupar a cabeça. Acontece que eu fiquei escutando o 'tum tá tum tum tum tá' em loop. Com certeza a música era diferente mas o ritmo era o mesmo e os 35 minutos dentro de um ônibus tiveram um funk como trilha sonora. O resultado foi a falta de concentração, li várias vezes as mesmas frases e não me importo (e nem me importei na hora) com as pessoas conversando, as crianças gritando com suas mães e o barulho da cidade mas se eu pudesse mudar alguma coisa seria o meu lugar.


Acho irônico que tenham abandonado um maço vazio de cigarros em cima da mureta de proteção (ou determinação de perímetro) da igreja perto de casa.

Acho legal e sinal de maior civilidade que mais pessoas desçam na mesma parada que eu. Ano retrasado eu era sozinha, agora sempre sou acompanhada e de certa forma fico feliz e segura. Pura bobagem.


Agora vem o verão e eu entro em uma loucura digna de mulherzices. Não me incomodo com pesos nem curvas, e muito menos celulites, mas o que me incomoda é o que calçar ao sair de casa e ir para o centro. Na praia é um ambiente tranquilo, ninguém presta atenção se tu estás usando havaianas ou até mesmo pés descalços. Já no centro urbano sinto olhares mal educados ao sair de havaianas (mas pode ser pura loucura minha). Insisto em não gostar de sapatilhas e rasteirinhas com tiras e brilhos de mil cores. Por mim andava sempre de pés descalços (que servem como um método anti-stress e anti-calor), de havaianas ou, nos fins de semana, salto alto.


Enquanto a vida acontece lá fora eu fico pensando com os meus botões: acho que um dia ainda reforço a pichação da Av. Presidente Vargas "Você já acordou hoje?".