30 de nov. de 2011

agridoce e leve

comecei a redescobrir música e em especial nessa, sinto a leveza de nós dois. claro, só descobri isso depois de a ter escutado umas 10 vezes. é, custei a perceber, assim como tudo que se refere a ti.
assim como só percebi hoje que no lugar da sala onde fica a minha mesa, bem na altura dos meus olhos lá pelas oito horas e meia da manhã, o sol sobe alto e encontra as junções dos dois prédios da volta e acaba por bater no meu olho. tem dias que eu não dou bola mas em outros insisto em dar aquela fechadinha na janela, mas todas as vezes eu chego na sala, abro a janela, mesmo sabendo que daqui a meia hora terei de fechá-la, nem que seja um pouquinho.
contigo é assim também, sei que terei que me fechar novamente mas continuo pensando em te deixar entrar mais um pouquinho, apenas por que a beleza de te ter comigo (e a de olhar a laguna em seguida do nascer do sol) compensa ter alguns incômodos, assim como o sol no olho.

"O mundo acaba hoje e eu estarei dançando
O mundo acaba hoje e eu estarei dançando
O mundo acaba hoje e eu estarei dançando com você

Não esqueço aquela esquina
A graça da menina
Eu só queria enxergar
Por isso eu me entrego
A um imediatismo cego
Pronta pro mundo acabar

Você acredita no depois
Prefiro o agora
Se no fim formos só nós dois
Que seja lá fora

O mundo acaba hoje e eu estarei dançando
O mundo acaba hoje e eu estarei dançando
O mundo acaba hoje e eu estarei dançando com você"

27 de nov. de 2011

how does it feel?




a maioria das biografias que valem a pena ser lidas, deveriam começar com 'eu queria mudar o mundo, mas'

Contradição e Caos: o tudo.

Eu e o Dylan chegamos a conclusão de que é sempre relativo ao que se acaba sentindo, assim pelo geral. É o sentimento de empatia que te draga pra baixo da melancolia. Admiramos quem sente isso e transmite o sentimento de ser assim. Poetas e escritores ganham nosso prêmio de tristeza, é quase insuportável viver assim, aliás, nem é vida, é só dor. É desespero de estar preso aquele turbilhão de acontecimentos e ter de ficar ali, respeitando sem ser respeitado, com todos achando que nos compreendem quando nem sequer conseguem enxergar onde estamos e só podemos escrever pedindo socorro enquanto todos acham que escrevemos para ganhar dinheiro. É pela liberdade, afinal de contas! Libertar a alma de algum jeito, buscar extinguir toda tristeza do mundo, que insistimos em sentir.
Mas o mundo não sabe das nossas tristezas e também não sabe como lidar com elas. Já não existem mais anúncios de revistas que nos provoquem, não há mais recortes espalhados pela casa e as pessoas não sentam mais no chão do quarto para escutar seus CDs favoritos com a companhia de um cigarro.
Não há liberdade, só há tristeza.

Não se entendem as letras com pedidos de socorro e muito menos aquelas que dão um soco na cara da sociedade. Tudo é sobre amores perdidos, enquanto a natureza tenta nos socorrer, mudando.
A que ponto chegamos?

A maquiagem esconde a feiúra e as unhas vermelhas compridas contam para o cara o propósito dela ali, sem que ela precise abrir a boca. Cadê a liberdade? Cadê a inovação?
A maioria não cria nada porque sabe que será julgado e mal interpretado e eu até os considero sábios. Mas tem gente que nasceu interiorizando e precisa transmitir, correndo o risco de enlouquecer mais rapidamente se não criar.
O erro é precisar comentar e ser jovem o bastante para achar que mudará o mundo. Amanhã ninguém mais é o mesmo, nem o mundo, nem nós. As tristezas e frustrações só aumentam e não existem mais palavras suficientes para exprimir tudo isso. Interiorizamos.
Continuamos a nos repetir e continuaremos assim, pois não há quem nos faça ter fé em nós mesmos, não há mais sonhos, apenas remédios para doenças incuráveis, assim como perfume para o fim do mundo que se aproxima, fedorento.

De repente buscar sua paz parece uma jornada inatingível e a cada letra repetida nos afastamos mais. O que nos resta fazer é esperar e tentar não encontrar a razão, até lá. Afinal nós somos apenas contadores de histórias e, infelizmente, servimos à sociedade.

25 de nov. de 2011

Walk

Desde pequena eu presto atenção nas vezes em que vejo casais em uma cama, fumando, se divertindo e escutando música boa. Sei que isso não é o mais aconselhado para crianças mas eu nunca prestei atenção no sexo em si. Procurava decifrar o que acontecia entre eles, se era desejo ou amor, ou os dois.
Escutava aquele rock n’roll antigo e ficava pensando no que seria que eles estariam sentindo. Hoje eu descobri que sem o rock não faz o menor sentido ficar uma semana com alguém em uma cama e que mesmo que eu ainda não saiba explicar, esse sentimento também não precisa ser explicado. ‘Tem coisas que apenas são.’
Ficava prestando atenção nas conversas e principalmente no que não era dito. Procurava a beleza do momento e até hoje procuro. Não quero viver o romance perfeito, achar o príncipe encantado, casar cedo, ter filhos e morrer com ele. Nada disso me importa se eu não tiver isso. O que eu quero é aquilo. Quero a liberdade e a falta de compromissos de um fim de semana, uma televisão, muita música, cigarros, bebida e uma companhia despreocupada.
Por que eu descobri que não tem sensação melhor do que jogar tudo pro alto, de vez em quando. Apenas esquecer. Também descobri que consigo sim esquecer, nem que seja por um dia e que, por fazer isso, não vou ficar mais atrasada do que já estava. Ninguém (e nada) é insubstituível.
Quando faço isso, é porque eu preciso me encontrar, dar um tempo de tudo e parar para lembrar quais são as minhas crenças e desejos. Limpar a minha mente e reestabelecer as minhas prioridades. Por isso prefiro que isso ocorra de vez em quando ao invés de todo fim de semana, por que daí continua bonito, pelo menos pra mim, afinal, ao contrário do que pensam algumas pessoas eu nunca senti que fosse vulgar.


"I think I lost my way
Getting good at starting over
Everytime that I return

I'm learning to walk again
I believe I've waited long enough
Where do I begin?

I'm learning to talk again
Can't you see I've waited long enough
Where do I begin?

Do you remember the days
We built these paper mountains and sat and watched them burn
I think I found my place
Can't you feel it growing stronger"

Walk – Foo Fighters

23 de nov. de 2011

corredores largos e escadas pequenas

tenho a insensata mania de, mesmo quando não posso usar fones, reproduzir músicas na minha cabeça. sempre sou distraída. hoje, subindo as escadas daquele hospital enorme, me encaminhando pra minha sala fria e maravilhosamente quieta, a Janis cantava na minha cabeça e eu lembrava de alguns comentários sobre aquela música. em um lance de cabeça, por um momentinho, te vi subir as escadas comigo e subi o próximo lance com um sorriso meio bobo. uma senhora caminhando bem devagarzinho sorriu de volta pra mim quando cheguei no topo da escada e só então percebi o que estava fazendo.
ao passar por mim, ela sussurou 'muito obrigada jovemzinha'.

22 de nov. de 2011

20 de nov. de 2011

exageradamente verdade

e eu juro que não tenho me sentido mal por ficar no meio do caminho entre as amizades. não me sinto mal porque estou sabendo discernir em mim os meus princípios e vontades. não estou nem aí, simplesmente não concordo e tiro o meu time de campo de vez em quando. acho sim que estamos regredindo. vocês que tanto julgaram os outros, agora não são capazes de perceber as coisas erradas que tem feito, e não vai ser eu quem vai falar.
simplesmente não falo porque não quero ficar escutando o quão careta eu sou. eu simplesmente escolhi as minhas opiniões e vou fundo nelas e não fico mudando, assim como quem muda de roupa.
é provável que vocês nem percebam o que estão fazendo e por isso mesmo vou é ficar quieta, apenas dando toques mas nunca falando com todas as palavras, afinal me recuso a ter que aceitar palavras maldosas de quem acha que é superior a mim.

estou percebendo que estou sim bem mais reservada, fora do círculo de amizades e que daqui a pouco vão até esquecer de me convidar para as coisas mas fiquem sabendo que eu nem tenho me importado, prefiro esperar ganharem alguma maturidade primeiro, pois agora quem estagnou no tempo foram vocês.

há cinco anos atrás

um dia tu me falou que ias me seguir pro resto da vida, onde quer que eu esteja. por enquanto eu tenho acreditado mas se tudo se concretizar como eu tenho sonhado, as coisas ficarão mais difíceis. será que eu vou sentir a tua falta?

17 de nov. de 2011

ser verdadeiro

Por muito tempo acreditei que se escrevesse colocaria tudo pra fora, todas essas coisas que eu sinto e que me fazem mal. Acreditava que depois, ficaria muito bem, conseguiria resolver meus problemas com facilidade mas claro, eu estava errada. Os meus problemas com 13 anos nunca passavam e agora, os meus problemas com 17 anos, muito menos, e no entanto eu continuo tentando fazer dar certo.
Escutei muita coisa ontem, de todos os lados. Coisas que eu já sabia mas que me deram uma dose de realidade e que serviram pra me mostrar que existe mais sentimento do que eu achava que existia. Eu pensei que tínhamos nos perdido mas que ao tu chegares e me falares tudo aquilo, bem acanhado, me fez primeiro ficar com raiva (claro). Eu sei que tu precisavas fazer isso, eu também precisava do choque de realidade, alguém que me dissesse que existe outro jeito mais fácil do que sempre pôr a cara a tapa porque cansa ter coragem de enfrentar tudo, sabe? Eu só queria que tu não tivesses feito isso pela internet, queria te abraçar forte e quem sabe te falar mais um monte de coisa que eu pensei nessa viagem. Realmente tem coisas que não são pra ser.
E de novo eu não sei com que cara vou te olhar, a vocês os dois na verdade. Pela primeira vez me faltou coragem e tudo que eu sinto de tristeza está ficando maior que eu mesma. Eu nunca me recuperei de ter te falado tudo aquilo sabe? Sempre me senti culpada e coloquei barreiras entre a gente.
Eu só tenho tentado chamar atenção de várias formas, não sei falar, só sei escrever mas também não gosto que leiam. Daí entra mais uma pessoa, a quem recorri ontem, depois de ter levado feio na cabeça, e por vários momentos hesitei. Não achava que seria tão fácil, achei que teríamos nos desconectado e que tu não conseguiria me melhorar e só piorar. Eu não sei se tu sentiu que ainda me conhecias mas eu demorei um pouco. Sei que tudo que tu me falou fez sentido e me ajudou. Por isso não quero me livrar de ti, nunca mais, meu amigo.

11 de nov. de 2011

Peace

eu sinto tanto por não ter podido acompanhar todo o processo! por não conseguir te ver pensar em mim, por não ter tido aquele abraço no final de tarde, quando tu estavas atrasado (como sempre) pra faculdade.
sinto tanto por ter te feito cair e não ter estado ao teu lado pra te ajudar a levantar. sinto muito pelos dias em que tu estavas triste (ou só 'normal', como tu me falavas mas que eu sabia que tinha alguma coisa acontecendo) e eu não estava lá para te ajudar ou só te dar um cafuné. sinto muito por não ter conseguido aquecer meus pés congelados sem meia nos teus quentes, e claro, sem meia. sinto também pelas várias vezes em que tu foi obrigado a abraçar um computador frio.

não sei lidar com o buraco que se abriu em mim desde que eu te conheci. é como se uma parte minha, que nunca esteve ali, apareceu, deu oi e foi embora e agora eu já não sei mais viver sem ela, ou também não sei como consegui viver todo esse tempo sem. o fato é que eu vivi e se obtive sucesso é porque posso continuar. o problema é que eu não quero.

Grace

querida Karen,


juro que tentei não vir te falar tudo que sinto, de novo. vejo que as coisas estão ficando muito monótonas, justo quando não deveriam estar. essa história de ser seu só de vez em quando já não está mais funcionando pra mim e eu te falei que aconteceria, mais cedo ou mais tarde.
tenho pensado nos momentos que passamos juntos e construir uma vida a dois é isso, não? dividir momentos bons e ruins, estar do lado do outro quando este precisa e eu devo te falar que tenho precisado bastante de ti e, no entanto, não faço idéia de onde tu estás.
essa é uma das coisas que mais me fascina em ti, o espírito aventureiro, meio irresponsável até, a facilidade com que conversas sobre todos os assuntos do mundo! e até quando desconhece determinado conteúdo, inventa e me fazes acreditar. tens um jeito moleca e elegante que me encanta, podendo ser os dois estilos ao mesmo tempo.


tenho te admirado demais para não fazer idéia de onde tu estás. te peço que volte pra mim, mas apenas se isso for o que o teu coração disser, afinal não quero te aprisionar e nem muito menos nos rotular.


com amor, André.

2 de nov. de 2011

das pessoas que passam em nossa vida.

Por muito tempo achei que quem se diferenciava do grande grupo era muito foda. Agora vejo que a maioria destas pessoas são apenas grandes egocêntricos.

Eu nunca me considerei alternativa, embora sempre tenha sido. O tempo em que gostava de chocar a sociedade com roupas e ações foi embora, tendo permanecido por pouco tempo. Ainda por cima, é da minha personalidade ser quietinha na minha. Eu simplesmente não tenho tanto culhão pra inventar moda, sempre acabo levando em consideração a opinião alheia, mas não se engane, não é a opinião de todo mundo, e sim daqueles escolhidos a dedo.

A não ser que tu tenhas banda ou tenhas algum distúrbio, alguém com responsabilidades enormes ou entrando na faculdade, precisa se vestir apropriadamente, pelo menos de vez em quando. Existem outras maneiras de chocar a sociedade, de chamar atenção pro que realmente importa, mas demonstrar isso com roupas pretas e maquiagem pesada aliado à freqüentes idas ao cemitério à meia noite, não me parece a melhor forma de expressar o que sinto. Percebi que quando faço isso, acabo por não me comunicar. Infelizmente o mundo se fecha pra esse tipo de pessoa. Ninguém quer escutar o que o louco de saia e tem pra falar, todos esperam ouvir discursos inflamados e corretos de alguém de terno, não importando se os dois forem a mesma pessoa, em momentos diferentes.
Cheguei a conclusão de que consigo muito pouco tentando ser diferente visualmente e as pessoas que chegam a ter coragem de fazer isso, eu quase as considero fodas. No entanto para que tu realmente entres na minha seleção (como se todo mundo quisesse), tu precisas mostrar o teu interior. Não adianta falar e não fazer e, pro meu desapontamento, a maioria dos que tem coragem de se pôr a mostra, são egocêntricos. Achando que a sua opinião é mais válida que a da maioria e desse jeito, é fácil para eles não se importar e não interiorizar cada crítica feita. Acreditem, quando se destoa da maioria, as críticas ficam cada vez mais duras.
Dizem que os gênios são assim, mas eu realmente não me importo. De quê adianta ter toda a inteligência do mundo e não ter quem te ature? E olha que eu me considero chata mas tenho várias pessoas pra me apoiar quando preciso. Tem pessoas que morrem de solidão, viu?

É por isso que eu não gosto de ti. Por isso oscilo em momentos bons e ruins, afinal, odeio quando tentam me impor alguma coisa e quando tu tentas, te vanglorias por ser mais experiente que nós, as tuas alunas. Não adianta perder tempo querendo sugestões e pensando em mil maneiras de melhorar a aula, pois se tu achares que ainda estás correto, certamente não será mudado nada e pra nós, fica aquele sentimento de decepção. Tu tinhas tudo pra que eu te admirasse e no entanto eu escolhi não gostar de ti e muito menos te pegar para exemplo. E no final das contas eu acho que o bom professor é aquele que consegue te cativar a tu te tornares alguém tão bom quanto, ou melhor, que ele. Não é só quem te ensina a matéria e tu compreendes, é alguém que consegue te fazer querer ser que nem ele, em algum período da tua vida. Não adianta apenas dizer que quer evoluir como pessoa e profissional, tem que estar disposto a fazer análises e pensar friamente.

Eu peço desculpas por ser tão sincera algumas vezes, de vez em quando uma mentirinha agrada. Acontece que não sei mentir para quem eu considero uma decepção, é só olhar ao redor, também tem outro professor com quem eu me magoei e às vezes também sou dura com ele. Posso ser cínica com pessoas desprezíveis, aprendi a ser, mas com pessoas do bem mas com desvios de caráter, simplesmente não consigo. Melhorei, aprendi a te engolir, mas nunca aceitar. Tu tinhas tudo pra ser extremamente interessante mas resolvesse ficar só nisso aí e o pior de tudo, achando que está certo.

1 de nov. de 2011

do que eu me lembro.

eu chorava, tremia e pedia por atenção. não sei o que acontecia comigo e muito menos sabia o que estava fazendo, mas mesmo assim, fui até o final. a única coisa que passava pela minha cabeça era que eu não queria vê-lo. 'não era necessário'.
claro que era e eu tive a certeza disso quando te abracei e senti o teu coração. não me lembro da tua cara naquela hora, nem que nada do local, mas me lembro da batida do teu coração, forte como nenhuma outra que eu tivesse sentido antes. foi depois que eu comecei a prestar atenção nas coisas ao redor, ficar envergonhada. eu tremia sem saber o que fazer.

e dois dias depois, de novo, tremi quando fui te dar tchau. chorei e só pensava em correr pra te abraçar mais uma vez mas não queria que tu me visse chorando e muito menos, te ver chorar. naquele dia metade do meu coração foi contigo.