29 de ago. de 2011

na minha cabeça

Estou preocupada contigo, sabe? Por causa disso tenho pensado em te ligar só que não tenho bons argumentos. Posso dizer que sonhei contigo, ou que estou preocupada com o teu pai... dizer que sinto saudade ou que gostaria de pedir desculpas pela nossa última conversa. As últimas na verdade. Seria tudo verdade mas parece tão fraco.
Fico receosa se tu mesmo vais atender o telefone. Acho que serei entendida de forma errada. Só quero conversar sobre nada, filosofar, contar como estão nossas vidas, afinal de contas somos amigos, não?

Sonhei contigo. Com o antigo ‘tu’, ou seja, cabelos compridos (mechas californianas) e camisa de banda, da tua. Como te conheci. A única diferença é que tu não tinhas um maço de Hollywood vermelho junto o tempo todo. Mas nem esse cigarro tu fumas mais. Fiz mal de não pegar nada teu quando terminamos, e eu tive duas oportunidades. Que esquecida!
Enfim, sonhei contigo e este último sonho foi bem bizarro, na falta de uma palavra que descreva melhor. No sonho toda vez que tentava ficar sozinha contigo, pra conversar, tu fugias. A minha família toda estava lá, sabe? Todos te tratando melhor do que me tratam. Meu pai não estava no sonho (haha). Piadas a parte, me preocupei mais ainda.
Ontem uma amiga da minha mãe veio aqui e falou que tinha sonhado com ela [minha mãe] e veio ver se estava tudo bem. Pelo que entendi o sonho não havia sido dos melhores.
Não sei dar uma categoria pro meu sonho, foi esquisito mas me deu vontade de falar contigo. Só tomar um café, ou uma caipira, como preferires. Sempre lembro que agora não é mais só tu, agora és o pai de família, trabalhador e estudante. Talvez por isso mesmo queira conversar contigo e claro, parabenizar tua esposa por ter conseguido o que eu nunca conseguiria. Ela te deu maturidade, de uma maneira que eu nunca poderia dar. Te conhecendo do jeito que conheço sei que precisas de uma noite de folga! Beber, ver um jogo, rir. Ela pode te dar isso, claro, só acho que comigo seria um pouco melhor.

Tenho medo que ela atenda o telefone, medo de te ver com ela. Me liga se ainda tiveres o meu número. Tu sabes que isso é pra ti, deixa de besteira. Não quero nada, só te apoiar e te motivar. Ser tua amiga e tentar não brigar contigo. Me liga, eu não consigo.

28 de ago. de 2011

o porto seguro.

Alexandre Inagaki: "No refrão, ela arremata: 'Não se preocupe/ Eu vou encontrar alguém como você/ Não desejo nada além do melhor para você também/ Não se esqueça de mim, eu imploro'. Curiosamente, é sempre nesse momento que eu, que já assisti a esse vídeo dezenas de vezes, sou vitimado por ciscos que estranhamente caem em meus olhos toda vez que revejo essa interpretação da Adele."




Só o que tenho sentido é dor. Até minha alma dói, meu corpo e a minha mente também. Também não tenho tido paciência e realmente espero ter me entregue a exaustão.
Tudo o que mais preciso ir pro meu sangradouro, olhar a praia, só ter o barulho no vento nos meus ouvidos e observar o movimento do mar.
É isso que eu quero pra minha vida, tenho certeza. Quero sentir o vento no rosto, mesmo que estejam apenas 5ºC na beira da praia, com sensação térmica de menos muitos graus Celsius.
Quero receber novamente paz, encontrar a minha esperança e persistência, clarear as idéias. Ter quase certeza de que estou te esquecendo.


Obs: Postagem de número 200.

19 de ago. de 2011

Só ouça.

Cidadão Quem - Noites de Outros Dias

18 de ago. de 2011

aos trancos e barrancos

não estou afim de escrever hoje e sim ler. ler os escritos de alguém que me façam perceber algumas coisas óbvias. mas então por que escrevo? porque eu sinto que se não o fizer meu peito explode. assim como as palavras do Dylan logo abaixo.
tentei não escrever mas as frases se formavam na minha mente e eu não consegui pará-las, me focar no que estava lendo. meus dedos coçavam e tinha essa sensação horrível, a de esquecer estas linhas.

sempre achei que eu me focava no que não precisava. sempre vi que escrevia demais sobre coisas que os outros não precisam saber. vi detalhes demais, tantos que perdia o ritmo e o assunto principal. com o amor é assim também.

as coisas que eu li hoje eram sobre paixões, amores platônicos, gente ignorando e outras tantas sofrendo. já dizia a Rita Lee, 'amor é um só'.
talvez escreva tanto sobre esse assunto tão normal e tão piegas porque sinta falta disso na minha vida. o meu amor é deturpado, no bom sentido da palavra (se é que este existe). como em vários aspectos da minha vida sou extremista e não sei usar meias palavras. ou é amor ou é indiferença e quem sabe seja esse o motivo de demorar tanto a esquecer.

me apego a livros, escrivaninhas, roupas, almofadas e lençóis. não sei me desfazer de provas da 4º série e se pudesse lia e relia tudo sempre. é ruim eu sei.
pelo menos uma coisa eu tento aprender contigo, estou elaborando meu lado racional. tentando aprender a colocar as coisas numa caixa de vidro a parte, esquecer durante o dia, mesmo sendo tão complicado.

depois de 3 anos e muitos meses sendo amiga de uma colega tivemos a conversa mais pura e mais verdadeira. falamos sobre términos, os nossos. sobre como mesmo depois de um ano quase ela ainda não esqueceu o ex-namorado e sobre como ainda pensa nele todas as noites. achava que era a única. abrimo-nos para nós mesmas principalmente. depois de algum tempo ela conseguiu falar nisso com outra pessoa sem chorar. vitória dela e fiquei muito feliz em ter feito parte dessa conquista.

viu, já me desviei do assunto, se é que isso ainda teve um assunto.
queria te mandar uma carta. queria me mandar em uma caixa. queria saber se tu pensas em mim. se tu és que nem eu e a minha amiga, que antes de dormir dá aquela lembradinha básica.
queria ter coragem de excluir os históricos. não os leio. só de vez em quando. na verdade duas vezes em 6 meses. tá bom né? é um começo.
começo que em 6 meses deveria ser meio-término. cada um tem a sua velocidade e eu gostaria de saber qual é a tua. me afeta muito ainda saber se tu me esqueceu. não quero saber se tens namoradas, ficantes ou o caralho a quatro, só quero saber se eu ainda sou a guria que tu pensa antes de dormir.

vi um filme que mostrava uma mulher pensando no namorico de infância com 30 anos. ela era casada com outra pessoa, tinha um casal de filhos e quase todas noites antes de dormir pensava na primeira paixão dela. não quero isso pra mim. quero que tu te tornes como o meu primeiro amor, uma lembrança boa e carinhosa.

não me entende errado, me preocupo contigo mas sigo minha vida, como tu me 'pediu'. na medida do possível estou aberta a novas relações e sei que devo fazer isso mas é complicado. conheço pessoas, converso, me encanto mas ainda é muito recente. sim, recente. não foi uma coisa de um mês e nem paixão. tu foi o amor mais completo que eu já tive na vida e isso é dificil de superar.

caminho devagar em relação a isso, mas caminho. não quero mais os sonhos que insisto ter e, depois de tanto meu lado racional insistir, já não os tenho mais. eles deram lugar a pesadelos de monstros, filmes de terror e matanças mas me sinto bem. incrivelmente bem.
quero saber o próximo passo. quero evoluir, talvez seja por isso que eu só quis ler pessoas que já passaram pelo que passo agora. quero descobrir, preciso.

acho que sempre me preocuparei contigo e acho que nem quero não me preocupar, pelo menos não agora. sei que já não gosto tanto assim de ti e busco a lembrança carinhosa.

16 de ago. de 2011

Highway 61 Revisited

- Sabe, se eu pudesse moraria num banheiro gigante. – mesmo sem querer pensei alto. Pra variar estava sozinha, eu e a música.
- Sério?
- Não, claro. Mas a minha casa teria um banheiro grande. Sempre fui fissurada por eles, assim como boxes grandes. Coisa horrível tomar banho em um lugar apertado. Passamos grande parte das nossas vidas em lugares apertados, o banho tem que ser um lugar de libertações, organização de pensamentos, idéias mirabolantes, precisa-se de espaço.
- E tu perdes tempo pensando nisso tudo? – certamente ele caçoava de mim, senti até o tom da sua voz mudando. A voz rouca e irritante havia mudado. Mais irritante ainda, mesmo sem me irritar.
- Claro.

Procurei me envolver em alguma atividade, havia esquecido o que estava fazendo antes de ser interrompida. Minha cabeça doía demais e nada me irritava mais que isso. Sorte dele. Até estava gostando de compartilhar essas idéias com ele, aliás, com qualquer um. Eram detalhes que eu achava que só eu percebia, precisava comentar com alguém pra ver se eu era tão louca quanto achava que era. Pelo visto estava certa.

- O que mais tu tens feito? – alguma tentativa de conversa surgiu por parte dele, Dylan estava realmente inquieto. Provavelmente também estaria se estivesse estado tanto tempo sem aparecer.
- Pensado em ti. Lido sobre ti. Ainda não terminei o livro, por outras razões, mas principalmente porque quero absorver tudo. Guardo cada grande sacada do autor, anoto e quando eu vejo tenho inúmeras idéias borbulhando na minha cabeça. Além de ter cada vez menos tempo pra ler.
- Burrice na minha opinião. Todos nós temos tempo pra quase tudo, só escolhemos usá-lo para coisas diferentes. É tudo questão de prioridade.

Sorri. Sempre falo isso e agora escuto sair da boca do Dylan. Demorou mas comecei a gostar dele. Senti sua falta. Senti falta de escrever.

- Mas então porque não escrevesse? Tu mesma acabaste de falar que tinhas idéias! – ele me perguntou. Estava começando a se tornar irritante, novamente.
- Porque não me sentia confiante.
- E agora te sentes?
- Não, mas agora deu vontade. Vontade maior do que prestar atenção em alguns erros que cometi até agora. Assim como não estou mais ligando com a tua opinião. Parecia que eu iria explodir se não escrevesse todas as palavras que estavam se formando na minha mente. Enlouquecedor.

Seu rosto mal iluminado pelo poste me permitia observar sua sobrancelha arqueada. Tentei em vão explicar-me. Nem eu sabia por que não havia mais escrito sobre ele, quem sabe eu estivesse tentando fugir.

- É tudo questão de lembranças. Elas vêm à tona sempre. Por isso não concluí a leitura do livro ainda. Sempre quis escrever uma obra de arte quando acabasse o livro e sei que não conseguirei. Pelo menos ainda não. Nunca é o momento para escrever. Não sei quando o será ou se existirá um momento apropriado.
- Deixa de ser ridícula é sempre momento de escrever. Até quando se está em um banheiro...
- ...escovando o dente. Foi assim que tu surgiste, hoje pelo menos.
- Eu sei que tu já pensaste em mim em vários momentos e sei que já desistisses de me colocar no papel. Tudo bem não ligares pra minha opinião, não sou mais o personagem principal. Só tens que saber que se tu não sentar na frente do computador ou do papel em branco e só deixar fluir, nada funciona. É um mecanismo de ação e reação, tu sabes.
- O Newton.
- É.

Prometi escrever mais e concluir a tal da obra-prima que ainda está no meu computador, sem final aparente. Assim como tudo na minha vida agora. São projetos que necessitam de total concentração e claro, tempo dedicado. O problema é achar tempo pra tudo isso, nem se o dia tivesse 40 horas daria pra fazer tudo. São tentativas e acertos. Letras de músicas que obedecem a seu propósito como músicas, mas não como parte integrante de álbuns. Não contam mais histórias como outrora, apenas a assoviam. Esperam que o ouvinte a cante, a tome como sua para que esta finalmente possa se tornar completa.
Como decidir o que entra em uma compilação de 12 músicas e o que fica de fora? Uma perspectiva é muito pouco.

- Se arrisca. Só se saberá se dará certo se nós o fizermos. Compila.

12 de ago. de 2011

queria saber o que isso significa.

acordei chorando. mas chorando de soluçar. com o olho fechado bem apertado e com o coração também. quando percebi que era um sonho busquei o relógio, eram 5 e meia da manhã.
não conseguia mais dormir, só pensava no sonho, tão vívido. continuei a chorar e modificar a história na minha cabeça. tive que levantar. fui ao banheiro, me olhei no espelho e vi as lágrimas descendo involuntárias. minha respiração ainda estava soluçante. lavei o rosto e procurei pensar em outras coisas.

quando voltei pra cama ela parecia diferente. aqueles pensamentos não estavam mais na minha cabeça embora que quando eu tenha acordado de verdade isso tenha sido a primeira coisa que eu pensei.

9 de ago. de 2011

meu sonho do Bukoswski

como sempre, hoje dormi demais. tinha muitas coisas pra fazer e queria acordar no máximo as 8:30h mas acordei as 11... pois bem, estava aqui pensando em como sou idiota e lembrei do sonho que eu tive. eu estava em Canela. mas não era a cidade de Canela, era tipo Chuí mas as construções eram de Canela. eu estava passeando sozinha porque a minha família fez um reserva num hotel mas não pôde ir então eu fui ficar sozinha. comecei a andar pela cidade e achei uma feirinha, com livros. passei horas olhando só que a abobada já tinha caminhado a cidade inteira, o que significa que o carro estava longe de onde eu estava. entre todos aqueles livros achei preciosidades, mas de todos eu só me lembro de ver os livros do Bukowski. escondi os livros pra que ninguém resolvesse comprá-los enquanto eu me ausentasse (sou dessas) e saí correndo pegar dinheiro no carro.

acho que já tinha corrido umas 5 quadras quando me lembrei que não sabia onde estava o carro, encontrei meu tio, Miguel. eu era pra vir com eles, com a minha tia e a minha prima mas ela não quis me convidar então eu vim sozinha (o que na verdade pode ter sido até um alívio pois nunca teria achado minhas preciosidades). mas agora eu estava esperando eles ao invés de ir comprar os meus livros. me pareceu uma coisa incabível, estava desesperada. expliquei a ele que precisava ir pro carro porque estava sem dinheiro, com fome e já estava ficando noite então eu precisava levar o carro pra mais perto. ele achou plausível, eu me lembrei onde ele estava e combinamos de nos encontrar na feirinha pra jantar.

quando eu já estava dentro da feirinha (apinhada de gente que não me deixava chegar no meu objetivo) vi que eles (minha família) estavam lá nos livros. quando cheguei mais perto vi que meu tio estava com as mãos no exemplar do Bukoswki que eu tanto queria. arranquei-o da mão dele e foi quando minha mãe apareceu atrás de mim pedindo pra mim me desculpar.

provavelmente eu não consegui comprar o livro, ou nenhum dos livros. acordei antes.

moral da história: sempre saia com dinheiro quando estiver sozinha porque se tu for uma pessoa que nem eu vais acabar em uma livraria e aí sim se tu estiver sem dinheiro (ou sem dinheiro suficiente) vais achar o livro que tu tanto querias.

7 de ago. de 2011

shouldn't it?

ursinho de pelúcia

Enquanto o mundo vive lá fora, dentro de cada um tem um pedaço do outro. E mesmo sorrindo por ai, cada um sabe a falta que o outro faz. - C.L.

6 de ago. de 2011

socializar: só os fortes sobrevivem.

de novo me encontro forçando a mim mesma. o que era pra ser uma coisa simples, feita até sem nem se precisar pedir, pra mim é algo extremamente anormal. preciso me forçar pra sair com os meus amigos e não sei porque.
prefiro ficar quietinha, só comigo, todo o tempo. já basta o tempo durante a semana que eu passo convivendo com todo mundo, no fim de semana prefiro ficar só comigo, fazendo qualquer coisa. não sei porque me sinto assim até porque quando estou com eles não finjo. eu realmente estou ali com eles, brincando e vivendo mas chega um momento que eu penso: "tá, quando eles vão pra casa mesmo?" me canso mas não necessariamente deles e sim da agitação.

quem sabe este seja um dos meus traços que fico tentando esconder, não sei. o que eu sei é que me preocupa é o que vai acontecer quando eu for bem mais velha, quando já tiver visto meus pais, avós e mais algum familiar ou conhecido ir embora. o que eu vou fazer? entregar as cartas? me entregar a solidão e virar uma velha amargurada e reclamona que não faz nada pra mudar sua situação, até que eu reúna forças pra morrer?
quem sabe seja por isso que continuo me forçando, pra ver se eu gosto e passo a fazer por vontade e não por obrigação. ainda espero que muita coisa se torne vontade, costume, mas parece que nunca vai mudar.