31 de jul. de 2010

desmorona ou não?

eu gostaria muito de saber o que eu estou escrevendo mas eu não posso justificar nenhuma palavra que você lerá, eu não posso, eu só sinto, não tenho motivos racionais.

essa falta logo hoje me faz pensar em cada palavra que conversamos em muito pouco tempo. não posso mais pedir ajuda, eu já tive a minha chance e resolvi ir fundo nisso e eu não me arrependo, nunca duvide. acontece que agora eu só quero a minha cama e o meu ursinho. eu só quero poder sentir tudo o que eu sinto mas sem essa dose enorme de culpa. eu quero passar por cima dos assuntos que tanto nos unem e pular pra outra parte, aquela sabe?

eu errei, deixei o limite de lado por apenas um dia e olha no que deu! achei que depois daquela conversa não teria problema em descansar um pouco e agora a porra do limite ta menor do que esteve qualquer dia. agora mais do que nunca eu quero deixar de lado e, mesmo sofrendo pra parar com tudo isso porque isso não leva a nada mas não dá mais. quando eu assinei o contrato não percebi a cláusula em letras mínimas lá no final. eu não consigo mais, não dá pra não pensar e não dá pra não querer. eu preciso não querer. entendes a contradição? entendes o porque de eu não querer presentear ou só não querer escutar a tua voz ou só não querer largar de mão a porra do limite? eu não tenho limite quando largo ele.

agora eu fico aqui feito uma retardada só pensando. é só o que dá pra fazer. te imaginar sem limites, ou pelo menos até onde se localiza o resquício de limite entre a gente. eu queria poder dar tchau e realmente apagar. eu já não sei se isso foi bom ou ruim... eu gosto dessa indecisão mas eu definitivamente não gosto de não te ter aqui pra simplesmente conversar. agora eu não sei mais pedir menos do que eu sei que existe. eu já não posso e nem consigo achar que todos são pessoas legais e interessantes porque eu sei que não são. eu sei que todas minhas expectativas foram confirmadas mas, como todo ser humano, eu criei outras que eu sei que não serão cumpridas e assim eu só posso me desanimar.

ás vezes eu realmente gostaria de deixar de sonhar e apenas viver mas eu acho que isso não seria viver direito... a vida poderia facilitar algumas coisas... é tão errado assim querer ficar perto?

28 de jul. de 2010

não nos livramos de nós mesmos... nunca

poderia ser uma coisa corriqueira, certamente ela o fazia sem perceber. todos aqueles rabiscos na última folha do caderno só preocupavam-se com o som das palavras e ela só se preocupava em escrevê-los durante uma aula chata. as palavras que ela escrevia harmonizavam-se entre si e mesmo sendo desconexas faziam mais sentido do que as que estavam no quadro que mesmo parecendo xingamentos, deveriam fazer sentido pra aquela aluna. deveriam, não faziam, nunca fizeram.

era só vontade de se libertar do mundo sujo e estressante, vontade de voar longe ser ter que lidar com outras pessoas, era o mundo só dela logo ela mandava em quem fazia parte dele. às vezes ela só queria ficar só, às vezes conversar apenas com um velho amigo músico odiado. ela mantinha os dois mundos, o real e o 'imaginário', um era complemento do outro e uma coisa só era verdade quando dita no mundo 'imaginário'. este não era o universo perfeito mas era o espaço em que ela não fazia o que queria, sonhava o que queria e roubava a companhia de quem quisesse a hora que quisesse... mesmo sabendo que isso não era possível. por isso havia aquele 'amigo' na cozinha. por isso ela conversava sozinha quando estava em casa.

falar sozinho é uma terapia, deveria tentar. foi nessa hora que ela foi surpreendida pelo faz-de-conta e ele nunca mais a largou. ele era uma parte dela. ele a fazia se sentir melhor. ele a dava raiva.


o café já não era mais uma parte importante do dia dela, a monotonia tomava conta da casa e naquele maldito momento a solidão era sua única companhia. as poucas luzes e as milhões de sombras que haviam se formado não a impediram de sair a caminhar. lá no canto... bem ali, entre as flores estava um chapéu. apenas o chapéu.

o cigarro havia queimado e agora só restava a luz do poste que estava piscando há horas e a lua, bonita no céu. o chão parecia algo a ser examinado naquele momento silencioso.
- Isso, me ignora mais um pouco, estou feliz aqui.
Haviam carinhas no piso, havia a necessidade destas carinhas serem descobertas. o chapéu mudou de lugar e agora estava sentado do lado dela, imóvel, a encarando, ela sabia. ele sabia também.
- Gostei do chapéu.
- Obrigado é novo.
- Eu sei, vi um igual em uma loja em Gramado.
- Sim, te esquecesse?
- Do quê?
- Das tuas compras pra mim, claro.
- Tais ficando louco, definitivamente a falta de companhia te afetou, desculpa não sabia que te faria tanto mal assim.
- Não preciso de ironia obrigado estou bem assim. Na verdade foste tu que me chamasse aqui eu estava muito contente tomando chá junto ao passarinho mas tu insistiu...
- Eu não insisti nada, tu sabes!
- Sim, claro esqueci que tu me renegas. Não devias sabia?
- Deve ser.

houve uma pausa e ela realmente quis que ele tivesse sumido, entretanto ele reatou o assunto.

- E aquelas tantas palavras rabiscadas que tu estavas lendo lá dentro?
- Não tem nenhum significado, por quê?
- Elas tem sentido pra mim.
- Só pra ti então.
- Elas são parte de músicas minhas, desorganizadas mas são, sabias?
- Não fala bobagem, claro que não, eu as invento, sempre as inventei.
- Então tá.
- Olha a ironia, o que menos me custa é te deixar aqui sozinho. Chega.

ela se cansou daquele papo furado, aquela voz dele era irritante demais pra continuar ali sentada e definitivamente ele havia ficado péssimo com aquele chapéu. infelizmente ele discordava.

- Tu devias ter comprado aquele violão...
- Cala a boca.
- Sério.
- Não sei tocar e não quero aprender! Pra que mais iria querer um violão?
- Pra mim tocar pra ti.
- Eu já fiquei feliz de ter passado quase um ano sem ti, imagina se tu aparecesse pra mim pra fazer serenata! Ia ser o fim do mundo, faça-me o favor.
- Está bem então.

houve uma pausa onde os dois contemplaram a lua, ele cantarolava um música ridícula que ela não conhecia e ela fingia que não se importava.

- Era isso então Dylan. Muito bom te rever mas eu cansei dessa conversa, está frio demais aqui.
- Gostaria que tu não foste embora. Como tu disse me sinto sozinho demais.
- Nossa, revelações ein? Eu ficaria mas tenho pessoas me esperando no msn... sabe como é.
- É?
- É, desculpa. Mas assim que eu voltar de Porto Alegre prometo que a gente volta a se falar, ta?
- Não posso ir junto?
- Queres?
- Adoraria!
- Veremos. Tchau.

Ela se levantou, deu uma última olhada para a pessoa que estava sentada na segunda cadeira de madeira, olhou para a cadeira que havia recem levantado. ele a olhou fundo nos olhos e apenas acenou com a cabeça. ela pegou o maço de cigarros e o isqueiro e foi embora batendo a porta.

23 de jul. de 2010

nem sempre o final vai ser feliz como o filme diz.

é como estar em pedaços novamente, mais ainda é como saber que não se tem coragem para conseguir levantar a cabeça ou pronunciar apenas um: 'está tudo bem'. essas três palavras matam sabia? mulheres já deviam saber disso desde o dia em que nasceram, é uma coisa essencial à vida, é quase como caçar para comer só que nos dias atuais. não está tudo bem, é claro que tem alguma coisa acontecendo e você sabe, por isso que só acredita quando damos aquele sorriso xoxo que você infamemente acha que é verdadeiro.

há sim alguma coisa que não se fechou desde a última vez que conversamos. eu juro que tentei não ser a princesa dos contos de fadas como toda garota mesmo que involuntariamente tenta ser mas eu falhei. falhei tanto tentando renegar isso a minha vida toda praticamente que hoje a cada noite que eu durmo eu sonho com o maldito príncipe encantado sem rosto. depois da noite em que eu acordei ás quatro da manhã pensando na noite anterior eu juro que existe algo vazio em mim.

agora eu mascaro esse vazio tentando acreditar em coisas irreais apenas porque 'elas são legais' sem nem saber da onde eu tirei isso tudo. é só vazio, agora realmente não foi nada. mas nada que tu possas entender, nada que tu já tenhas sentido, claro. pra que se importar? pra que os pais lêem histórias como Cinderela para suas filhas dormirem? mascarar o mundo como ele é? você não faz idéia do estrago que faz toda noite e ainda dizem que os pais sabem cuidar dos seus filhos... burrice na minha opinião.

é total perda de tempo pensar e escrever isso e mais ainda ler, esse vazio não vai fechar até que eu possa tocar nas folhas amarelas que meu pai as leu tanto para mim... até que eu possa tocar e constatar que este não é o melhor pra mim... até que eu possa simplesmente tocar e sentir o que eu quero ao fechar os olhos e me entregar completamente à um momento único.

18 de jul. de 2010

regresso

eu não sabia que faria e que sentiria tanta falta. nem foi tanto tempo assim mas eu sinto como se finalmente tivesse me achado e fosse obrigada a partir. agora eu procuro as músicas que me fazem lembrar de ti e penso em cada detalhe. isso realmente está começando a mecher comigo. eu reconheço cada gesto racional demais teu e cada gesto impulsivo meu e é isso que nos diferencia. apenas.

todo o muito conversado ficou pouco e eu já cansei da monotonia de saber que te terei na minha rotina. a calmaria que tu me passas contrasta exatamente com a hiperatividade que me domina quando fico nervosa e eu já não quero mais saber se eu te terei. lá começo eu a criar expectativas furadas e a sonhar completamente... como faço isso bem. a distância entre a gente é bem menor do que a distância que existe entre eu e terceiros e não era pra ser assim. eu espero cada hora sem ti e rezo pra que quando te tenha essa mesma hora não passe.

é bom me sentir assim mas é confuso demais, prefiro o silêncio, prefiro um vinho nesse frio e uma boa memória embalados ao som de músicas agradáveis. cada vez mais eu acho que não pertenço mais a essa cidade e eu quero ir embora eu cansei de não achar o que eu quero aqui e cansei de ter que voltar quando o que eu mais queria era ficar lá longe. é desapontante e confortante chegar em casa porque a minha cama poderia estar em qualquer outro lugar que eu estivesse, eu não me desapontaria desse jeito.

aquele livro da Martha Medeiros me disse muito apenas pela capa. ele estava ali parado na banca no meio da Rua Coberta, com milhares de pessoas realmente interessados em outros livros semelhantes e outras milhares de pessoas atrás de um lugar seco e quente acolhendo-se daquela chuva fina e gélida. o livro me chamou atenção pela simplicidade da capa, me chamou atenção para o lugar onde eu estava. eu não me lembro do título e muito menos o conteúdo da capa mas eu me lembro que ele era simples e era da Martha Medeiros e que a maioria das pessoas nem sabia que ele estava ali, encoberto por outros mais coloridos e maiores que ele. apenas um sortudo o acharia. me senti essa sortuda, novamente.

13 de jul. de 2010

o iluminado treze de julho


para toda vida humana existe uma trilha sonora e pelo menos pra mim isso define se uma pessoa é boa ou ruim. a música é o lugar que temos pra nos refugiar quando tudo vai mal, é falar o que queremos sem precisar fazer poesia, testar a interpretação sem precisar ler um texto enorme. a verdadeira música acontece quando fechamos os olhos e desenhamos fitas, riscos coloridos em um fundo preto conforme a pulsação da música e do coração.

a música fala por nós na maioria das vezes, nos proporciona diversas sensações. não haveria vida sem música, pelo menos a minha. hoje, 13 de julho é o dia mundial do rock pra quem não sabia e eu não podia deixar passar em branco. pra mim o rock já é uma coisa que nasceu comigo, devo isso ao meu pai. apreciar gigantes da música internacional é uma coisa normal desde meus primeiros anos, eu nasci em dezembro de 1993, final da época do Nirvana, claro que pra mim não significava nada.

lá pelos meus 10 anos esse amor se tornou uma coisa maior ainda e me transformou nisso que eu sou hoje. escutar música, mais especificadamente rock, não é um simples complemento, é algo essencial e até hoje não houve um dia que eu não ficasse sem escutar uma mísera música. essa música retrata meu dia, meu momento, seja pela letra ou pela batida. um álbum não é só feito de algumas guitarras, vocais, bateria e baixo. as letras gritam por si mesmas, a ordem das músicas influência no entendimento da mensagem. sim, todo álbum tem uma mensagem, é só procurar. toda banda é criada com um propósito, nem que seja mudar o mundo com o seu rock, esse é o mais puro significado do rock n'roll. todos temos algo a falar, precisamos ser escutados, alguns transformam isso em música, outros em palavras ou alguns até se perdem pelo caminho e são infelizes vivendo das palavras alheias.

na maioria das vezes as pessoas não se importam com o significado maior da música, não se importam se ela forma um contexto ou não e acabam julgando o álbum pelo single. hoje em dia as pessoas não tem mais tempo pra procurarem um sentido nas músicas mais trabalhadas, elas simplesmente querem a letra escrachada, o que acaba com a poesia e o misticismo. antigamente os jovens que se compravam os álbuns sem nem saber se eram bons ou não, especulavam cada nota, procuravam o sentido de cada palavra cuspida pelo vocalista, passavam meses e meses na volta dos álbuns porque aquilo era coisa rara, precisava ser cuidado. agora é banal, cada adolescente tem mil músicas brincando no computador e nem sabe o que tem ali dentro, falo isso porque sou assim também, a diferença é que eu busco criticar o que eu escuto, quando há um álbum bom eu vou até o fim para entrar na cabeça do letrista e saber o que ele sentia quando escreveu ou porque aquele acorde é assim, além de toda arte do álbum porque o cd não é feito apenas de músicas.


Beatles, Led Zeppelin, Nirvana, R.E.M., Neil Young, Black Sabbath, AC/DC, Mutantes, Aerosmith, Alice Cooper, Shamaan, Angra, Sepultura, Slipknot, System Of A Down, Bidê ou Balde, Blink 182, Bob Dylan, Bon Jovi, Cássia Eller, Bruce Dickinson, Cazuza, Coldplay, New Order, Jimi Hendrix, Creedence, Steppenwolf, Cidadão Quem, David Bowie, Iron Maiden, Creed, DragonForce, Epica, Eric Clapton, Heaven & Hell, Faith No More, Engenheiros do Hawaii, Foo Fighters, Rolling Stones, Janis Joplin, Metallica, Elvis Presley, Chuck Berry, Joy Division, Sonic Youth, Rage Against the Machine, Jethro Tull, Queen, Kiss, Legião Urbana, Apocalyptica, Red Hot Chili Peppers, Raul Seixas, Cannibal Corpse, Guns n'Roses, Kamelot, Marylin Manson, Naglfar, Gorgoroth, Dimmu Borgir, Jonny Cash, Little Richard, Doors, Eagles, Van Halen, Scorpions, Whitesnake, Cream, Jeff Beck, Yardbirds, Pantera, Pink Floyd, Duran Duran, Plebe Rude, Velhas Virgens, Rhapsody, Rush, Steve Vai, The Cure, Cult, Tequila Baby, Ramones, Sisters of Mercy, Smashing Pumpkins, Deep Purple, The Who, White Stripes, Vera Loca, TNT, Trail Of Tears e por aí vai, a lista é mais longa que isso, MUITO MAIS.

sexo, drogas e rock n'roll, entenda o verdadeiro sentido, entenda o porquê das coisas, vá fundo nos álbuns, na música, no rock.



Dia Internacional do Rock - 13 de julho

6 de jul. de 2010

i'm so glad...


porque eu ainda sinto o teu cheiro em mim
e não canso de relembrar.

3 de jul. de 2010

solidão silenciosa


energia para emergir. energia para sorrir, caminhar e conversar. essa energia contagiante que é responsável pelos melhores momentos vividos por mim, pelo menos. especialmente energia para continuar, independente do que possa acontecer. continuar atrás de alguma coisa grande e que não é nem um pouco fácil de se conseguir. energia para correr atrás da felicidade, que pode durar apenas um segundo e levar a vida toda para que vire realidade e não apenas sonho.


objetivos e princípios, garra e força de vontade, disciplina. a felicidade pode se tornar algo cada vez menorpara quem já está cansado de correr atrás e se decepcionar com toda essa jornada. ao invés de querer conquistar o mundo passamos a querer conquistar apenas nosso estado, queremos apenas agradar nossos familiares e amigos mais íntimos, queremos a solidão. solidão para saber lidar com o fracasso dos objetivos e entender nossos pensamentos. queremos saber refletir e, de acordo com o tempo e com a nossa maturidade, vamos ficando cada vez mais solitários.

agora, a felicidade se resume a acordar todo dia, mesmo se estando sozinho, mesmo não querendo acordar. é bom ter maturidade e é bom estar sozinho, assim podemos perceber o que nos faz falta e o que sentimos verdadeiramente vontade de fazer. hoje é um dia assim, embora eu não seja tão matura assim começo a perceber o valor da solidão. é bom pensar e escutar o silêncio após uma semana corrida. tente.